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Formação de jovens amazônidas ganha força com projeto da Ufam em Parintins. Iniciativa tem aporte de um milhão de reais do MEC

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Além da publicação de livro e cartilhas, a agenda do projeto inclui 37 atividades ao longo de 2026: três seminários, duas mostras culturais e artísticas, dez cursos de capacitação e 22 oficinas de formação

Dezembro de 2025 marca a nascimento do “Centro de Centro de Formação de Juventudes Amazônidas em MovimentoTecendo ações de educação para participação política, artes, culturas populares e relações étnico-raciais”. Com aporte de um milhão de reais do Ministério da Educação (MEC) e sob a gestão do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (Icsez/Ufam), o projeto terá atividades em Parintins, sede dessa Unidade, e também nos municípios de Barreirinha, Maués, Nhamundá e Boa Vista do Ramos.

Neste mês foi contratada uma fundação de apoio para realizar a execução dos recursos destinados pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do MEC (Secadi), como unidade descentralizadora. Para formalizar essa etapa, a reitora da Ufam, professora Tanara Lauschner, firmou o termo de convênio com a Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (F.UEA). Esse é o primeiro passo para concretizar o cronograma, que prevê a realização de ações educacionais, culturais e artísticas no prazo de 15 meses.

O projeto do Centro de Formação é coordenado pela professora Marklize Siqueira, do Icsez, e tem como vice-coordenador o professor Gladson Hauradou, também do campus da Ufam em Parintins. A ideia ganhou forma a partir do acúmulo de experiências de extensão e pesquisa realizadas com as juventudes das comunidades agora alcançadas, promovendo ações em pelo menos três áreas do saber: ciências sociais, ciências sociais aplicadas (serviço social) e artes. O Centro formará jovens de 14 e 29 anos, atuando na perspectiva de educação para a cidadania.

“Esta proposta de parceria nasceu de um convite do coordenador geral de Políticas Educacionais para as Juventudes do Ministério da Educação (MEC), Yann Evanovick Leitão Furtado, feita no mês de junho de 2024. Ele nos propôs o desafio de apresentar um projeto para trabalhar com as Juventudes de Parintins considerando a potencialidade cultural e educacional daqui do município. A partir disso, eu reuni professores com expertises de trabalho com a juventude no campo, com enfoque nas relações étnico-raciais, na formação organizativa estudantil e nas artes e culturas populares para apresentamos uma ideia. Inicialmente o financiamento seria de 500 mil reais... Depois da avaliação positiva da equipe do MEC, a iniciativa ganhou ainda mais corpo e se transformou em uma proposta de um milhão de reais. Inclusive, existe a potencialidade de o projeto vir a se tornar uma política pública”, comemora a professora Marklize Siqueira, ao rememorar o processo de concepção desse trabalho.

Complementando, a professora adiantou que, futuramente, ao se consolidar como uma política pública, a ideia é que a iniciativa possa ser reaplicada em outros estados brasileiros, respeitando as especificidades de cada local. Além dela, um grupo de especialistas em cada eixo do projeto ajudará na coordenação das atividades. As equipes executoras foram distribuídas nestes três grupos, conforme a temática e os públicos: Patrício Azevedo Ribeiro e Gladson Hauradou são os coordenadores do Núcleo de Formação das Relações Étnico-Raciais de Juventudes Indígenas e Quilombolas; Clarissa Lopes Suzuki e Carlos Carvalho da Silva coordenam o Núcleo de Formação em Artes e Culturas Populares; e Sandra Damasceno da Rocha é a coordenadora do Núcleo de Formação de Entidades Estudantis para Participação Política.

Educação e cidadania na diversidade

Em linhas gerais, o espaço vai promover atividades curriculares e extracurriculares como estratégias formativas para as juventudes naquele contexto, com a expectativa de formar mais de mil pessoas em pouco mais de um ano. “Os temas a serem trabalhados perpassa por auto-organização das juventudes no espaços educacionais, artes e cultura popular, relações étnico-raciais, direitos dos povos e comunidades tradicionais. A participação cidadã de jovens indígenas e quilombolas tem se mostrado como ferramenta de luta na defesa de seus territórios, de sua cultura e de seus modos de vida na região amazônica brasileira”, declaram os autores na justificativa do projeto.

Segundo explica a coordenadora, a previsão é de que o projeto beneficie 1.100 pessoas de forma direta e outros três mil comunitários indiretamente. O detalhamento está descrito em três objetivos. O primeiro prevê a formação de 210 jovens, entre quilombolas no Rio Andirá (AM) e indígenas nas aldeias Ponta Alegre, em Barreirinha (AM), e Kassawa, em Nhamundá (AM). Os temas dirigidos a esse público passam por questões étnico-raciais, direitos na defesa dos territórios, economia criativa e cultura, e a proposta é formar multiplicadores para a promoção da cidadania.

O segundo objetivo prevê que 410 jovens estudantes da educação básica ou universitária recebam formação nos temas de economia criativa e cultura. Em especial, artes e culturas populares (visuais, musicais, cenográficas e do corpo) serão aplicadas com o intuito de articular saberes próprios da cidade de Parintins (AM) e seus arredores. Nesse sentido, a cultura do boi-bumbá e dos bois mirins será abordada com mais ênfase.

Completando o conjunto de objetivos propostos, o projeto prevê que 450 jovens e adolescentes sejam formados a respeito de organização estudantil, “com foco no fortalecimento de coletivos de estudantes, grêmios, diretórios, movimentos estudantis secundaristas e suas redes [...]”. Essas últimas atividades devem abranger a região do Baixo Amazonas e articular o protagonismo juvenil a partir do contexto escolar.

Plano de trabalho

Ao longo de 2026, a agenda do projeto compreende o total de 37 atividades: três seminários temáticos relacionados às expertises de cada Núcleo Temático; duas mostras culturais e de arte (cerâmica e processos artísticos); sete oficinas de formação, a serem ofertadas em comunidades indígenas e quilombolas; dez cursos de capacitação, dentre os quais de Aquarela, Grafite e Moda Sustentável; 15 oficinas de formação em cinco instituições ensino públicas no Baixo Amazonas. Também estão previstas a distribuição de 210 cartilhas sobre Relações Étnico-Raciais, Economia Criativa e Cultura; a distribuição de 450 coletâneas (contendo 4 cartilhas) sobre organização estudantil, participação política, questões de gênero e políticas afirmativas; e a elaboração de um livro sobre as experiências acumuladas durante o trabalho, com impressão de 100 exemplares.

A realização de todas essas ações será possível com o apoio de uma equipe operacional, que compreende desde um grupo responsável pela divulgação, 28 profissionais de apoio administrativo de nível médio, técnico e superior, além do pagamento de auxílios na modalidade de bolsa de extensão para docentes que exercerem a coordenação das atividades. O Centro de Formação ainda receberá todos os equipamentos necessários para garantir o funcionamento adequado do projeto e o alcance dos objetivos.

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