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Ufam oficializa a construção do novo campus em São Gabriel da Cachoeira durante o Circuito Amazônico de Extensão: Conexões entre Ciência, Cultura e Sustentabilidade

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Em uma cerimônia marcada por simbolismos culturais, articulação interinstitucional e participação comunitária, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) deu início, nesta segunda-feira, 24 de novembro, ao Circuito Amazônico de Extensão: Conexões entre Ciência, Cultura e Sustentabilidade, na Casa do Saber, Maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), localizada na cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM). A atividade marca a primeira visita oficial da nova Administração Superior da Universidade ao município. 

O evento, apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), abre uma programação que se estende até 28 de novembro com oficinas, visitas institucionais, encontros comunitários e uma audiência pública para definição das diretrizes dos cursos do futuro campus. 

Marco histórico: Assinatura do contrato para construção do novo campus

Durante a cerimônia, a reitora da Ufam, professora Tanara Lauschner, realizou a assinatura do contrato com a empresa vencedora da licitação responsável pela construção do campus de São Gabriel da Cachoeira, consolidando institucionalmente o início das obras. O gesto foi acompanhado por autoridades municipais e representantes da FOIRN, reforçando o caráter colaborativo da iniciativa.

“A expansão da Ufam em São Gabriel da Cachoeira representa mais do que infraestrutura; significa o empenho da Ufam com a interculturalidade, com a formação de jovens indígenas e com a produção de conhecimento situado”, destacou a reitora ao assinar o contrato para a construção do campus.

De acordo com o presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Dario Casimiro, do povo Baniwa, essa semana marca um diálogo intenso com a Administração Superior da Ufam. “Esse diálogo com a Ufam é fundamental para trazermos nossas propostas para o fortalecimento da gestão territorial ambiental das terras indígenas do Rio Negro. Esperamos que a Ufam abrace a causa indígena com a valorização da nossa cultura, dos nossos 23 povos indígenas do Rio Negro, para que possamos fortalecer ainda mais a política escolar indigena, além de concretizar o sonho de muitos que é a construção do campus de São Gabriel da Cachoeira”, enfatizou o presidenre da FOIRN.      

O campus fica localizado na estrada da Cachoeirinha, em um espaço de aproximadamente 18 mil metros quadrados, distribuídos em quatro prédios. A criação do novo campus faz parte de um investimento de R$60 milhões de reais, sendo R$ 50 milhões para infraestrutura e R$ 10 milhões para equipamentos, do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC da Educação, voltado para a expansão da educação superior em todo o país.  

Escuta ativa, diálogo comunitário e presença institucional

A mesa de abertura do Circuito Amazônico de Extensão: Conexões entre Ciência, Cultura e Sustentabilidade reuniu representantes da Ufam, as pró-reitoras de Extensão e de Ensino e Graduação, respectivamente, Flávia Melo e Silvia Conde; o representante do MCTI, Rogério Vilela Borges de Andrade Franco; o presidente da FOIRN, Dario Casimiro; a vice-prefeita de São Gabriel da Cachoeira, Eliane Falcão, do povo Tariano; o vereador Anderson Luiz Brazão Goes,do povo Yanomami, representando a Câmara Municipal; e o representante do do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), professor David Silva Nogueira.

De acordo com a pró-reitora de Extensão, professora Flávia Melo, ao propor esse diálogo de construção conjunta, a Ufam respeita os 39 anos de história da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). “É sobre esse chão ancestral e nesse território de humanos e encantados, protegidos por mulheres e homens fortes, que a Ufam será construída. Não tem outra maneira de erguer esse prédio senão em diálogo e com a participação dos indígenas”, enfatizou.      

Após a cerimônia de abertura, teve início o Diálogo Comunitário entre a Administração Superior da Ufam e a FOIRN, conduzido pela professora Danielle Gonzaga de Brito, do povo Munduruku e diretora de Políticas Afirmativas da Pró-Reitoria de Extensão da Ufam. A mesa foi transmitida para comunidades do Rio Negro, ampliando o alcance da discussão.

A pauta contemplou temas centrais como infraestrutura, acesso e permanência universitária no novo campus. Temas como o início das obras e planejamento da construção; abertura de concursos para servidores; estruturação do projeto pedagógico; definição do perfil dos cursos alinhados às demandas indígenas e a criação do vestibular indígena. 

“As falas ressaltaram a importância do campus para fortalecer políticas públicas de educação, promover autonomia dos povos indígenas e ampliar a interiorização do ensino superior no Amazonas. A Universidade veio para escutar, dialogar e construir este projeto de forma coletiva e com a participação dos povos do território”, afirmou Danielle durante a condução dos trabalhos. Ao final da sessão, a FOIRN entregou documentos oficiais à reitora com contribuições das lideranças para o novo campus.

Para a pró-reitora de Ensino e Graduação, professora Sílvia Conde, a ida até a Maloca do Saber para ouvir a FOIRN, as comunidades indígenas, foi fundamental porque possibilitou a Ufam ouvir as necessidades das pessoas que vivem em São Gabriel da Cachoeira. “Foi um momento riquíssimo de muito diálogo que coloca para nós uma tarefa de tornar possível, administrativamente e burocraticamente, a realização de um sonho, de muita luta e muito importante para esta comunidade. Nos próximos dias estamos nas expectativas de continuar tecendo diálogos junto às lideranças locais, junto às comunidades, para que possamos tomar as melhores decisões para os cursos que irão ser ofertados aqui. Claro, respeitando a dimensão formativa humana, cidadã, ancestral e indígena. Acreditamos no diálogo como a melhor metodologia para que a gente possa viabilizar esse campus tão importante para a região”, destacou.

Educação superior como política de território

Na tarde desta segunda-feira, 24 de novembro, a reitora da Ufam e a vice-prefeita do município de São Gabriel da Cachoeira, Eliane Falcão, do povo Tariano, assinaram um protocolo de intenções entre as duas instituições voltado para o fortalecimento de iniciativas estratégicas na região. 

Segundo a reitora da Ufam, professora Tanara Lauschner, o protocolo representa um passo importante para consolidar parcerias que dialogam diretamente com as necessidades do território e com a atuação de forma integrada com instituições que fortalecem o desenvolvimento regional.

De acordo com a vice-prefeita Eliane Falcão, do povo Tariano, o acordo assinado é o futuro do município e beneficia os jovens da cidade. ‘Em breve nossos jovens estarão fazendo as suas graduações no campus da Ufam sem precisar sair de São Gabriel da Cachoeira’, enfatizou a vice-prefeitura. 

Para a assessora da Assessoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais da Ufam, professora Sheila Mota, o  protocolo de intenções é o início de uma parceria para fortalecer as ações conjuntas que vão viabilizar fortemente a construção do campus. “O apoio da Prefeitura tem sido significativo para manutenção do térreo. Em contrapartida, a Ufam apoiará o processo de revisão do plano diretor do município e na elaboração de instrumentos de gestão derivados. Além da consulta pública com ampla participação social, coordenada pela Proext, destinada a subsidiar a definição dos cursos’, 

Visita ao terreno

Dentro da programação foi feita uma visita ao terreno do futuro campus de São Gabriel da Cachoeira. Na oportunidade, foi feito um benzimento com o senhor Durvalino, kumu do povo tukano. A programação do Circuito Amazônico de Extensão: Conexões entre Ciência, Cultura e Sustentabilidade em São Gabriel da Cachoeira, continua até dia 28 de novembro e inclui ainda uma audiência pública, na Câmara Municipal, para definição das diretrizes dos cursos que serão ofertados no novo campus, consolidando mais um espaço de participação social e construção coletiva. 

 

 

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