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Ufam sedia cerimônia de eleição e consolidação do Cluster Naval do Amazonas

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A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) sediou, no dia 21 de novembro, no Centro de Ciências do Ambiente (CCA), a cerimônia de eleição do presidente e dos membros fundadores do Cluster Naval do Amazonas. O evento marcou a oficialização da instituição como um corpo autônomo, focado em promover o desenvolvimento da navegação na região e o desenvolvimento regional.

O Vice-Almirante João Alberto Lampert, Comandante do 9º Distrito Naval, enfatizou o papel da Marinha do Brasil no fomento da iniciativa. "O Cluster Naval não é da Marinha ou da Autoridade Marítima. O Cluster Naval é das forças produtivas do estado do Amazonas: indústria, comércio e academia", afirmou o Almirante, destacando a natureza multisetorial do projeto.

A Reitora da Ufam, Tanara Lauschner, uma das fundadoras do Cluster Naval do Amazonas, expressou a satisfação da universidade em sediar a iniciativa. Ela ressaltou que o Cluster materializa a "tríplice hélice" (governo, setor produtivo e academia) e reforçou o compromisso da instituição. "A academia pode contribuir com o Cluster com a pesquisa e com a inovação. Contem sempre com a nossa colaboração e a nossa disposição para o sucesso do Cluster Naval”, garantiu a Reitora.

Após a fala da Reitora, foi realizada a votação que elegeu Dodó Carvalho como o primeiro presidente do Cluster Naval do Amazonas. Em seu discurso de posse, Dodó Carvalho agradeceu a Marinha por ter fomantado uma instituição que fomenta a navegação e o desenvolvimento regional e destacou a urgência de fortalecer o setor. "Não vamos desenvolver a Amazônia se não considerarmos a navegação. Essa conexão precisa avançar}’, pontuou o novo presidente.

O presidente também fez questão de enaltecer a participação feminina no setor. "As mulheres podem não estar em maioria no Cluster, mas na navegação estão. Cerca de 70% das chefes de embarcação de recreio são mulheres. Eu tenho muito orgulho, pois quando as mulheres estão à frente fazem a diferença," afirmou Dodó Carvalho.

O evento foi seguido pela palestra “Aspectos Gerais da Hidrometria da Bacia Amazônica: trabalhos da Ufam e de seus parceiros”, apresentada pelo Professor Naziano Filizola. O professor detalhou o trabalho do grupo de pesquisa em monitoramento hidrológico e sua relevância para a gestão integrada da região.

Principais iniciativas citadas pelo Professor Filizola:

Rios Online e Novas Tecnologias: o projeto "Rios On Line" é uma iniciativa de ciência cidadã que conecta a população ribeirinha da Amazônia à academia (UFAM, UEA e INPA) para monitorar a situação hidrológica da Bacia Amazônica. Aproveitando a expansão da internet no interior, o Rios On Line atua como uma plataforma de troca e integração de conhecimentos, gerando soluções compartilhadas para aumentar a resiliência das comunidades locais frente às mudanças climáticas e demais eventos catastróficos, como a relação entre o nível dos rios e a incidência de doenças como a malária. O professor demonstrou como o projeto evoluiu desde 2005 (quando a ANA interrompeu a operação de sensores) para o uso de plataformas digitais (Rios Online e Instagram) e o treinamento de comunidades para usar GPS de celular no envio de dados sobre rios.

Pesquisa Aplicada: estudos sobre processos de sedimentação, análise de terras caídas (erosão que causa acidentes como o recente em Manacapuru) e a relação entre a tipologia de rios (água branca, preta) e a incidência de malária.

Parcerias e Futuro: o professor mencionou a associação com o SGB/CPRM e as propostas de cooperação internacional, como a Plataforma Unificada com a OTCA para monitorar a quantidade e qualidade da água e a erosão em toda a bacia, um desafio que exige que os países amazônicos compartilhem dados.

Desenvolvimento Comunitário: foi destacada a criação de um calendário escolar adaptado às cheias em parceria com a comunidade do Careiro, utilizando dados hidrométricos.

Ao encerrar o evento, a reitora Tanara Lauschner voltou a sublinhar a importância estratégica da ciência produzida na Amazônia, um tema que o Professor Filizola havia abordado ao citar a dificuldade da academia em ser consultada nas políticas públicas.

A Reitora enfatizou o valor da pesquisa local e lembrou que a Ufam e outras instituições da região (UEA, Ifam, Inpa) realizam estudos "há décadas com profundo conhecimento da realidade amazônica". Ela concluiu manifestando o compromisso da UFAM em disponibilizar seus dados e colaborar para que as pesquisas sejam aplicadas de forma efetiva em benefício da população e da navegação no Amazonas.

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