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Evento internacional aborda desafios técnicos, econômicos e políticos para monitorar a bacia do Amazonas e outros grandes rios do mundo

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A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) sediou, no dia 5 de novembro, o Workshop Gestão dos Sedimentos na Bacia do Rio Amazonas e nos grandes rios do mundo, com a participação de instituições brasileiras e estrangeiras. O evento ocorreu no auditório ‘Vitória Régia’ do Centro de Ciências do Ambiente (CCA) e discutiu, em quatro sessões temáticas, a gestão de sedimentos nos rios da Amazônia, projetos de monitoramento desses fluxos, exemplos de “boas práticas” na Europa (rios Rhône e Danúbio) e na Ásia (rios Amarelo e Mekong), e a possibilidade de se construir soluções colaborativas adaptadas ao contexto desta região.

“Realizamos este workshop para discutir a questão dos processos de sedimentação nos rios da Amazônia. Isso está muito relacionado com a temática que vai ser discutida na Conferência do Clima, então este é um evento pré-COP30 que nós estamos realizando aqui na Ufam com o objetivo de congregar pessoas que têm experiências internacionais do tema dos processos de transporte de sedimentos”, situou o pesquisador em Geociências e representante da Ufam no Workshop, professor Naziano Filizola.

“Esta também é uma iniciativa do nosso Grupo de Pesquisa Hidrossistemas e o Homem na Amazônia, o H2A, da Ufam e vinculado ao CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]”, informou Filizola, ao listar os demais parceiros na iniciativa. Participaram do evento o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) e a Associação Internacional dos Grandes Rios (AIGF), a Marinha do Brasil e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

“Na nossa região, basicamente os rios mais utilizados para o a logística pesada, aquela que apoia a Zona Franca, são o Amazonas e o Madeira. E o Madeira é mais para o abastecimento de grãos, na verdade; e o Rio Amazonas para as mercadorias gerais do Polo Industrial. No entanto, todos os outros rios são importantes para nós porque são as nossas vias de transporte”, explicou o professor Filizola. Ele falou em dois painéis: no primeiro, sobre a hidrodinâmica e o transporte sedimentar dos grandes rios dos Antes ao Oceano Atlântico; no segundo, a respeito da avaliação dos fluxos de erosão, transporte e sedimentação, ambos as abordagens conforme o Plano de Ações Estratégicas (PAE) da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

Sessões temáticas

Na primeira sessão, “Desafios da gestão dos sedimentos na Amazônia”, os panelistas expuseram problemas como o impacto do transporte sedimentar sobre a operação da Zona Franca e do Porto de Manaus e de um plano de ação do DNIT para fazer frente aos desafios de obstrução à navegação, chamado Padma. Na segunda, “Monitoramento dos fluxos de sedimentos na Amazônia – desafios e inovações”, o enfoque foi em temas como técnicas de sensoriamento remoto por satélite para monitoramento sedimentar, ações do Serviço Geológico do Brasil nesse aspecto e resiliência da navegação interior – o plano de monitoramento da hidrovia do rio Madeira (PMH), pelo DNIT.

As outras duas sessões ocorreram no turno vespertino. A terceira, “Exemplos internacionais de monitoramento e gestão sedimentar – Compartilhando boas práticas”, e a quarta, “Coconstrução de soluções adaptadas ao contexto amazônico”, formaram um fechamento propositivo do debate iniciado pela apresentação dos desafios e de alguns planos implantados no Brasil. Nessa dinâmica, foram expostas as experiências com alguns dos grandes rios do planeta: Rhône, na França; Amarelo, na China; Mekong (sudeste asiático); e Danúbio, nascido na Alemanha e que atravessa dez países europeus até desaguar no Mar Negro.

“São questões que estão muito vinculadas tanto ao processo da vida ribeirinha quanto ao transporte de insumos que abastecem a Zona Franca de Manaus. Nós temos a intenção de colaborar com uma discussão que teve muita evidência em 2023, 2024, por conta do processo de seca, não é? Mas precisamos manter esse debate vivo, inclusive porque situações de seca extrema podem acontecer novamente. Então, precisamos nos preparar melhor e discutir, por exemplo, quais processos e quais sistemas nós podemos criar e implantar para evitar outros problemas. Nós precisamos entender melhor como é que funciona cada rio que compõe esse sistema, seja ele Solimões, seja ele Negro, Juruá, Purus, Madeira... e assim por diante”, ressaltou Filizola a respeito da importância do evento.

Segundo o professor Naziano, a expectativa é de que, das exposições e dos debates, possam surgir processos para viabilizar a captação de recursos para os grupos que hoje querem trabalhar juntos em torno dessas temáticas. Assim, eles conseguem desenvolver atividades em parceria e produzir resultados úteis para a economia do estado – por exemplo, a geração de cenários relacionados ao transporte de sedimentos nos dias da Amazônia.

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