42ª Semana de Estatística da Ufam promove diálogo entre estudantes e profissionais. Atividades seguem até quinta, 23
A programação inclui oficinas de jogos, participação de estudantes da pós-graduação e de egressos, sessões de pôsteres e palestras, além de premiações para os vencedores da primeira competição de Stathon, para o melhor aluno do curso, o melhor pôster e o melhor TCC
Dos 49 anos de existência da graduação em Estatística da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em exatos 42 deles o curso vem realizando a Semana de Estatística, oportunidade de encontros e de partilha de experiências entre a academia e o mercado de trabalho da área. Até esta quinta-feira, 23, o evento conta com uma programação repleta de atividades que vão desde a exposição de pôsteres e sessões temáticas até a Stathon, competição que premiará a melhor análise de bancos de dados. A abertura ocorreu na tarde de hoje, 20, no auditório Rio Javari, localizado na Faculdade de Tecnologia (FT), setor Norte do Campus Sede.
Ao abrir os trabalhos da semana acadêmica, o vice-reitor, professor Geone Maia, destacou a importância do evento como um lugar de partilha de conhecimentos, inclusive com pessoas de outras regiões do Brasil. Ele recordou que, egresso do curso de Química da Ufam nos anos 2000, também precisou da expertise desses profissionais para conduzir suas pesquisas sobre óleos essenciais. “Eu fazia várias coletas ao longo do ano, só que os fatores climáticos influenciam na composição química das plantas amazônicas. E era a intervenção dos estatísticos que nos ajudava a ter os resultados mais precisos nessas pesquisas”, reconheceu. Por fim, reforçou uma mudança de paradigma importante no campo das ciências exatas, ao citar a mesa-redonda ‘As Mulheres na Ciência’, que trará, durante a Semana, reflexões atuais a respeito da representatividade e do protagonismo feminino nessa área.
Neste ano, o homenageado da 42º Semana de Estatística é o professor Celso Rômulo Barbosa Cabral, que já acumulou nada menos de 36 anos de experiência como docente e pesquisador na Ufam. Também na mesa de abertura, o decano do curso disse: “Eu fico muito honrado em receber esta homenagem, inclusive com a presença de amigos meus que vieram de outros estados para participar da nossa semana e deste momento”. Inclusive, o coordenador da Semana, professor Nelson Lima, foi discente dele na graduação, no mestrado e no doutorado.
A programação inclui atividades em laboratório, oficinas de jogos, participação de estudantes da pós-graduação e de egressos do curso, sessões de pôsteres, palestras de convidados de universidades do Nordeste e do Sudeste, além de premiações para os vencedores da primeira competição de Stathon (análise estatística de bancos de dados), para o melhor aluno do curso, o melhor pôster da exposição e o autor do melhor TCC. A mesa-redonda “As Mulheres na Ciência” será a última atividade da programação, na quinta-feira, 23, das 15h30 às 16h30, antes do coquetel de encerramento, e marca a necessidade de manter aberto o debate sobre equidade de gênero nos espaços acadêmicos, sobretudo numa área ainda com prevalência masculina.
Partilha de Experiências
“Ano que vem (2026), nós vamos ter o Jubileu de Ouro do nosso curso. E, veja, já são 42 semanas acadêmicas ao longo dessa história. Nós acreditamos que esse evento incorpora a relação dos nossos alunos com a ciência e com o mercado de trabalho. Nós trazemos pesquisadores, profissionais que estão atuando em muitos setores, no público e no privado”, resumiu o coordenador do evento, professor Nelson Lima. Ele ainda reforçou que o mercado absorve todos os egressos da Ufam, e a Estatística é uma das áreas onde não há problemas de colocação, sobretudo com a ampliação da chamada Ciência de Dados, que requer a atuação desses profissionais. “Nosso objetivo é mostrar todas essas oportunidades em perspectiva, para que o nosso estudante perceba quais são as possibilidades de inserção, seja como professor, pesquisador ou técnico no serviço público”, disse o coordenador.
Um aspecto importante nesse contexto é a atuação do Conselho Federal de Estatística (Confe), entidade nacional que atua em benefício da categoria. Para fazer a palestra de abertura da Semana, o presidente do Confe, Márcio Bartolomeu da Costa, foi o convidado. Em sua fala, ele apresentou as frentes principais de atuação do Conselho. “É um orgulho estar de volta à Ufam, da qual eu sou ex-aluno. Deixei o Amazonas há 30 anos e, já naquela época, a semana era um grande momento para o curso”, recordou o convidado. Ele informou os alunos que o Confe tem trabalhado para firmar uma parceria forte com a Associação Brasileira de Estatísticos (ABE) e com enfoque na área educacional. Em seguida, respondeu às dúvidas dos discentes.
Os questionamentos foram em temas variados, como a necessidade e a importância de se ter o registro profissional e manter a filiação ao Conselho da categoria, por exemplo. A Inteligência Artificial no estudo da Estatística foi outra questão colocada para a reflexão do convidado. A esse respeito, ele mencionou que o Confe tem participado e promovido debates sobre esse aspecto, mas todos eles consideram que a inserção da IA “é um caminho sem volta”. Segundo ele, as discussões hoje estão voltadas principalmente para se compreender em que pontos e como a IA poderá afetar o trabalho do cientista de dados quando se tratar da sua atuação em estatística.
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