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Expedição rumo à COP 30 – Ufam está na caravana científico-cultural que passará por dez municípios em três estados amazônicos

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Começando por Manaus, os expedicionistas farão paradas nas cidades de Itacoatiara, Parintins, Óbidos, Santarém, Almeirim, Porto de Moz, Gurupá, Breves e Macapá antes de alcançar Belém, no dia 6 de novembro

Batizada de “Iaraçu”, uma caravana científico-cultural parte da capital amazonense no dia 28 de outubro rumo a Belém, no Pará, cidade-sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), aportando em mais de dez cidades no trajeto que se encerrará no dia 18 de novembro. A expedição científica e intercultural é fruto da Cooperação Brasil-França, entre a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD). O projeto tem parceria e apoio de várias instituições brasileiras e francesas.

A expedição foi apresentada à sociedade no dia 25 de agosto, mesmo mês em que os organizadores lançaram uma chamada pública para receber propostas de atividades para completar uma agenda de 22 dias. “Como a embarcação tem uma capacidade limitada e nós já tínhamos algumas ações confirmadas, como o Museu Itinerante de Geociências, e há ainda várias autoridades que também estarão conosco, foi necessário fazer uma seleção das propostas submetidas”, explica o professor Naziano Filizola, que representa a Ufam no projeto binacional.

 

Ainda em agosto, os organizadores viajaram a Santarém para avaliar as condições da embarcação utilizada no trajeto, inclusive indicando as adaptações necessárias. Já durante o mês de setembro, a equipe avaliou as inscrições recebidas e montou todo o cronograma de atividades para o percurso Manaus-Belém. Ao todo, o barco passará por dez locais. Começando por Manaus, os expedicionistas farão paradas nas cidades de Itacoatiara (AM), Parintins (AM), Óbidos (PA), Santarém (PA), Almeirim (PA), Porto de Moz (PA), Gurupá (PA), Breves (PA) e Macapá (AP), até alcançar Belém, no dia 6 de novembro, para uma participação ativa na Conferência do Clima.

“Vamos aportar nas unidades da Ufam em Itacoatiara e Parintins, além das unidades da Ufopa [Universidade Federal do Oeste do Pará] em Óbidos e em Santarém. O trajeto inclui também uma parada na capital do Amapá. Em cada um desses locais, nós vamos abrir as portas do barco para receber os visitantes e apresentar as ações agendadas para ocorrer naquela localidade específica”, adianta Filizola.

Organizadores e público

A Caravana é uma iniciativa interdisciplinar sob a coordenação do IRD, da Embaixada da França no Brasil e também do Centro Franco-Brasileiro para a Biodiversidade Amazônica (CFBBA). Diversas outras entidades de pesquisa ou fomento, entre brasileiras e francesas, dão apoio ao projeto ou atuam nele.

Entre as nacionais estão o Ministério da Educação (MEC), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e universidades públicas, como as federais do Amazonas (Ufam), do Oeste do Pará (Ufopa), do Pará (UFPA) e a USP. No lado francês da colaboração, estão entidades como o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) e o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CRNS), entre outras colaboradoras.

Em linhas gerais, Brasil e França oferecem um programa de eventos científicos, culturais e de formação, integrando a sociedade amazônica às ações desenvolvidas pelos participantes. A ideia é alcançar um público amplo, incluindo comunidades ribeirinhas e populações indígenas, estudantes e professores locais, ONGs com atuação ambiental e social, pesquisadores, tomadores de decisões, jornalistas e influenciadores digitais.

Principais atividades

“Uma questão logística importante é que nem todos os participantes estarão em todos os trechos da expedição, e isso é positivo no sentido de permitir a agregação de um número significativo de atividades no projeto como um todo”, esclarece o professor Naziano Filizola sobre a metodologia de trabalho. No trajeto, haverá diversos tipos de ações, as quais estarão divididas por eixos, como Ciências itinerante e divulgação, Diálogo com as comunidades e Produção de conteúdos científicos e culturais.

As atividades situadas no primeiro eixo compreendem oficinas de sensibilização sobre os impactos das mudanças climáticas, exposições a bordo, projeções de filmes e animações pedagógicas, além de conferências e debates intergeracionais e interculturais com o tema da resiliência dos territórios amazônicos. Quanto aos Diálogos com as comunidades, eles serão concretizados sobretudo em ações de intercâmbio com os líderes comunitários, professores e jovens nas cidades onde a embarcação aportará, completando-se com sessões de escuta a respeito de adaptação, habitabilidade e justiça climática. Por fim, os participantes terão acesso, no terceiro eixo, às técnicas de criação de vídeos, reportagens, imagens, diários de bordo e conteúdos para redes sociais. Além disso, eles ajudarão a construir um mural interativo com os registros de depoimentos.

A chegada à cidade de Belém será marcada por um evento no chamado "Palco Verde", onde estarão presentes os parceiros do projeto. Outra ação reservada apenas à Conferência é a divulgação dos resultados desse trabalho nos espaços da COP30, missão que será realizada conjuntamente pelas delegações brasileira e francesa no “Rio Iaraçu”. No balanço, serão priorizados os relatos coletados durante as passagem pelas cidades amazônicas, na perspectiva de fortalecer a diplomacia climática entre Brasil e França.

Antecedentes

Por meio de programas como Mudanças Climáticas e Adaptação na Amazônia (FEFAccion), coordenado pelo Cirad e pelo IRD, a cooperação franco-brasileira assumiu projetos de campo baseados nas necessidades das populações locais. O Brasil e a França organizam, no âmbito da COP30, eventos científicos, culturais, de formação e capacitação, integrando a sociedade para uma ciência participativa na Amazônia com um olhar cruzado sobre os outros biomas.

Nessa dinâmica nasce a caravana fluvial Iaraçu rumo a COP30, iniciativa que é coordenada conjuntamente pelo IRD, pela Embaixada da França no Brasil, pelo CFBBA, UFAM, UFPA, CNPq, CAPES e pelo MCTI, e que propõe navegar pela Amazônia para levar e fazer ouvir as vozes do território até a COP30. Combinando pesquisa científica, diálogo intercultural, comunicação pública e diplomacia ambiental, a Iaraçu aporta como uma ferramenta de valorização, sensibilização, co-construção e mobilização. Apoiada por instituições francesas e brasileiras, a caravana encarna uma cooperação baseada a ciência, na solidariedade e no respeito pelos ecossistemas.

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