CCA realiza Oficina “Diálogos para Sustentabilidade Urbana no Amazonas: instrumentos urbanos na perspectiva da adaptação climática”
Na manhã desta quarta-feira, foi realizada a oficina “Diálogos para Sustentabilidade Urbana no Amazonas: instrumentos urbanos na perspectiva da adaptação climática”, promovida pelo Centro de Ciências do Ambiente (CCA), às 8h30, com a participação dos representantes do Ministério das Cidades e do Observatório das Metrópoles. A programação é gratuita e segue até o fim da tarde de hoje no Auditório do CCA.
Sob a coordenação dos professores André Luiz Alencar de Mendonça, diretor do CCA, e Rodrigo Capelato, a atividade se baseia no conceito de diálogos com a sociedade para que a política a ser definida reflita as diversas realidades. “A gente precisa dialogar com vários setores da sociedade, movimentos sociais, os organismos que trabalham a questão urbana para que a gente possa pensar em maneiras de implementar instrumentos urbanos para a adaptação climática no Brasil inteiro. A gente advoga que, na Amazônia, essa discussão é um pouco diferente do que em outros lugares. Temos questões ambientais um pouco mais em perspectivas maiores, temos também os povos que possuem características, situações, modos de vida, que são diferentes dos outros lugares do país”, disse o professor André Mendonça. “Essa oficina é uma iniciativa para que tenhamos apresentações, conversas com vários setores, com as pessoas que trabalham com a temática e que possamos avançar na proposição de instrumentos que possamos aplicar, de gestão, de ambiente, maneira de se aproximar das comunidades para que a gente possa fazer atividades, trabalhos, propostas. Enfim, permitir que a gente faça uma adaptação climática que não exclua as realidades locais, e para isso, as pessoas, a sociedade como um todo precisa fazer parte dessa discussão porque é uma realidade que envolve a todos”, detalhou.
“A oficina é prevista nesse TED como um dos produtos que é uma oportunidade quando ele sai da sua proposta e ele abre para a comunidade tanto acadêmica, quanto das instituições de cada município, inclusive convocamos os movimentos populares e todo o grupo da sociedade civil para que possa acessar o objetivo desse trabalho que é analisar os instrumentos urbanísticos, os instrumentos urbanos que construímos desde dos processos de criação da cidade para adaptação climática. Então ter a oportunidade de ouvir a fala do Yuri, do Ministério das Cidades, somada à coordenação do Orlando, que coordena essa distribuição em 18 estados e em 28 núcleos do Observatórios da Metrópoles, nos engrandece muito, porque nos coloca e nos posiciona e divide com a nossa plateia justamente esse trabalho para que a gente possa não só continuar seguindo no bloco, mas abrir uma rede de comunicação com toda a sociedade que possa contribuir com esse processo, afinal as particularidades do Amazonas são bastante importantes nesse processo”, registrou o professor Rodrigo Capelato.
Yuri Rafael Della Giustina, do Ministério das Cidades, discutiu sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano apresentando o olhar transversal do órgão sobre a realidade do país e as peculiaridades de cada região. “Antes a gente tinha uma visão muito de engenharia e muito talvez ligada mais ambiental do que climática lá em 2008. Mas agora a gente tem outro desafio, além da questão ambiental, a gente traz também para esse projeto a questão climática e vamos pensar também em soluções alternativas, por exemplo, soluções baseadas na natureza, como a adaptação baseada em ecossistemas. Então tem uma série de elementos novos para nós pensarmos essas políticas”, considerou .
Em sua participação, o professor Orlando Alves dos Santos Jr., do Observatório das Metrópoles, abordou as bases do projeto. A primeira, a realização de estudos, diagnósticos sobre a questão urbana e a questão climática. A segunda, a transferência de resultados para a sociedade. Em terceiro lugar, a formação, a gente tem uma linha de formação. E em quarto lugar, o centro do projeto, que é a implementação. Desenhar a implementação dos projetos nos municípios. Além disso, o professor apresentou os produtos a serem gerados por meio da iniciativa. “São 13 produtos, grandes produtos, entre estudos, construção de repositório, de experiências, formação e a seleção de municípios e a implementação dos instrumentos de política urbana na perspectiva da adaptação climática. E é muito importante a gente ter a participação da Universidade de Federação do Amazonas, e acho que é um desafio pensar esse projeto na região amazônica, acho que certamente os biomas e as especificidades, a heterogeneidade da rede de cidades brasileiras, trazem desafios específicos e a gente tem como objetivo exatamente trabalhar e incorporar essa diversidade no escopo dos municípios, na seleção dos municípios que vão fazer parte do projeto para que a gente, efetivamente, possa contribuir para a reprodução dessa cultura, para a difusão dessa cultura e a reprodução desse projeto em outros municípios brasileiros”, expôs.
À tarde, a programação continua com dois debates sobre mudanças climáticas e a adaptação urbana e um breve intervalo entre ambos. O evento tem previsão de encerramento às 18h.
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