Estudantes e pesquisadores indígenas visitam o Museu Amazônico durante o ENEI 2025
Como atividade integrante do Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI) de 2025, estudantes e pesquisadores de diversas etnias, como Macuxi, Wapichana, Taurepang, Ingaricó, Waiwai, Balatiponé Umutina, Kaingang, Pataxó e Xavante, realizaram uma visita técnica ao Museu Amazônico da Ufam no dia 5 de agosto. O grupo, vindo principalmente da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e de projetos como o "Vozes Indígenas na Produção do Conhecimento", teve a oportunidade de se conectar com a história e a cultura da região em um dos principais espaços de preservação do patrimônio amazônico.
Para a professora Inara Tavares, da Universidade Federal de Roraima, os museus são espaços estratégicos de memória, identidade e disputa narrativa, especialmente em um momento em que povos indígenas lutam contra o apagamento histórico e pela valorização de seus acervos e histórias vivas. “Como nossa universidade – UFRR - ainda não possui museu, esta visita é também um gesto político: reconhecer o museu universitário como espaço de diálogo e afirmação dos saberes dos nossos povos”, ressalta a professora Inara Tavares.
Os estudantes visitaram as exposições de curta e de longa duração do Museu, e tiveram a oportunidade de conhecer parte do arquivo da Divisão de Pesquisa e Documentação Histórica da instituição, bem como da Biblioteca Setorial do Museu Amazônico, especializada em Amazônia.
A médica sanitarista da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, Ana Lucia Pontes, que também está em Manaus em virtude do ENEI, relata a emoção que foi presenciar o impacto que documentos e objetos da história dos povos Indígenas têm para as futuras gerações. “Particularmente, ressalto que o acervo documental do Museu poderá ter um papel fundamental no processo de reconstrução e pesquisa sobre as violações de direitos dos Povos Indígenas numa futura Comissão da Verdade Indígena”, destaca a professora.
Rodrigo Reis, diretor do Museu Amazônico, considera que a visita reafirma a importância do órgão como espaço de pesquisa e de difusão científica sobre a Amazônia. “Em um curto período de tempo foi possível identificar e dialogar com pesquisadoras e pesquisadores indígenas sobre o potencial de desenvolvimento de suas pesquisas no acervo documental, museológico e bibliográfico do Museu”, conclui Rodrigo.
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