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Agosto Lilás - Ufam participa da Operação Shamar com mais de 20 ações de enfrentamento à violência de gênero

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A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), durante todo o mês de agosto, realiza mais de 20 ações voltadas para o enfrentamento da violência de gênero. A programação conta com atividades, em diferentes unidades acadêmicas, que incluem palestras, rodas de conversa, exposições, panfletagem e exibição de filmes com sobre a temática. 

A iniciativa é uma parceria com a Operação Shamar, realizada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), em agenda colaborativa alusiva ao aniversário da Lei Maria da Penha, que completa 19 anos de sanção no dia 7 de agosto de 2025. De acordo com a reitora da Ufam, professora Tanara Lauschner, a Ufam reconhece o papel estratégico da Universidade pública na promoção dos direitos humanos e da equidade de gênero.

“Seguimos atuando de forma integrada com instituições parceiras, conscientes de que o enfrentamento à violência de gênero exige não apenas políticas públicas eficazes, mas também o envolvimento ativo de toda a sociedade — especialmente das instituições formadoras, como a nossa Universidade”, destacou a reitora.

As ações na Ufam serão coordenadas pela Pró-Reitoria de Extensão (Proext) e segundo a professora Andreza Gomes Weil, a Ufam tem um papel estratégico e articulador frente às questões que envolvem a garantia dos Direitos Humanos. “A violência contra as mulheres é uma das formas mais agravantes de violação destes direitos, por isso precisamos assumir o compromisso com a sociedade no combate a estes crimes que cotidianamente ameaçam a integridade de milhares de mulheres no Brasil”, enfatizou.     

Pesquisa - Assasinato de mulheres no Amazonas  

Em 2024, o Observatório da Violência de Gênero do Amazonas, ligado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidades e Interseccionalidades (GESECS) da Ufam, lançou o relatório que analisa assassinatos de mulheres no Amazonas após uma década da Lei do Feminicídio no Brasil (2015 -2024). O estudo detalha as diferentes formas de conceituar o assassinato de mulheres, considerando marcadores sociais de diferenças, moralidade, percepções de operadores do direito, papeis e normas de gênero, formas da presença do estado, mobilização social, infraestrutura pública, dentre outros, como aspectos relevantes na classificação e quantificação da violencia letal de gênero.

Outra publicação da Ufam, também vinculada ao Observatório da Violência de Gênero do Amazonas, é a pesquisa intitulada “Tecendo a vida sob braços fortes”, que apresenta um denso relatório da caracterização das diferentes violências contra mulheres indígenas na cidade de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. A pesquisa, ao caracterizar os registros criminais da cidade, coloca luz na invisibilidade indígena na cidade “mais indígena” do país. 

De acordo com a coordenadora das pesquisas e pró-reitora de Extensão da Ufam, professora Flávia Melo, o objetivo foi investigar as práticas institucionais de classificação e de nomeação dos assassinatos e outras formas de violências perpetradas contra as mulheres no Amazonas, além de conhecer as percepções sobre esses assassinatos no registro das fontes consultadas como veículos de imprensa, plataformas digitais e entrevistas com movimentos sociais e familiares.    

“Os estudos representam um avanço no enfrentamento da escassez de dados cientificamente qualificados sobre as violências de gênero no Amazonas. Em um contexto marcado pela invisibilidade das experiências de mulheres — em especial das mulheres indígenas e trans —, as pesquisas tornam essas realidades mais visíveis, fortalecem a construção de políticas públicas comprometidas com os direitos humanos e reafirmam o papel estratégico da Ufam na produção de conhecimento voltado à justiça social”, enfatizou a pró-reitora.

Para a diretora de Políticas Afirmativas da Pró-Reitoria de Extensão (DPA/Proext), Danielle Gonzaga de Brito, do povo Munduruku, discussões como essas fortalecem o debate contra as diferentes violências sofridas por mulheres no bioma Amazônia. “Unimos às vozes que denunciam a gravidade do caso envolvendo uma mulher indígena do povo Kokama, que, sob responsabilidade do Estado e acompanhada de seu filho recém-nascido, foi submetida a violências sexuais por nove meses dentro de uma cela compartilhada com presos do sexo masculino, em uma delegacia no município de Santo Antônio do Içá (AM). Esperamos que o Agosto Lilás seja uma convocação institucional à ação efetiva, à reparação histórica e à construção de práticas de justiça que reconheçam e acolham os diferentes corpos de mulheres que compõem os biomas da República Federativa do Brasil, em especial o Bioma Amazônia”, finalizou.

Acompanhe a programação completa durante todo o mês de agosto nas redes sociais da Ufam! 

 

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