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HUGV/Ebserh recebe médicos angolanos para programa de residência

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Durante a acolhida, além de residentes do convênio Brasil-Angola, foram recebidos os novos internos do curso de Medicina da Ufam
 
 
Manaus (AM) - O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), vinculado à Rede Ebserh, recebeu pela primeira vez, seis profissionais médicos angolanos para o Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde Brasil-Angola, além de 44 alunos internos brasileiros da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A iniciativa de cooperação técnico-educacional entre os dois países tem como objetivo fortalecer o sistema público de saúde do país africano e tem a coordenação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com o Ministério da Saúde, o Ministério da Educação e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
 
Para a nova residente em Otorrinolaringologia do HUGV, Cássia Daleth Mendes, 29, a intenção é retornar, em três anos, para Angola e prestar o melhor atendimento, com o incentivo da família. “Em Angola, ainda faltam especialistas nessa área e não temos todo o suporte necessário para tratar algumas patologias. E por ser o HUGV um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS), espero poder aprender bastante com o tipo de atendimento prestado aqui para implementar na nossa unidade de origem, o Hospital Geral de Cabinda ‘Ervanário Luís Gomes Sambo’, que também é público. Vou tentar me habituar ao clima, fui ao Teatro Amazonas e pretendo conhecer sobre essa cultura e me aperfeiçoar aqui, em microcirurgias, ser uma excelente profissional e poder melhorar a qualidade de vida dos habitantes daqui e de Angola”, espera.
  
A expectativa do médico António Kuamzambi, 39, formado em Angola com residência em Cirurgia Geral, é ampliar os conhecimentos na área para, assim, retornar ao país de origem. “Trabalhei no Hospital Universitário Americo Boavida, em Luanda, Angola. Atendi doentes politraumatizados, pois lá é um local referência de prestação de cuidado no país. Neste momento, está em fase de reabilitação, com previsão de novos equipamentos e serviços. Com essas novas áreas abertas, serão necessários novos profissionais”, afirma.
 
Já o médico Hermenegildo Herculano Teles Renato, 32, conta sobre sua vontade de ser uma referência em Neurocirurgia. “Sou formado em Medicina Geral e sempre quis ser neurocirurgião. Quando surgiu essa oportunidade no ano passado, eu abracei. Aqui no HUGV, quero aperfeiçoar as técnicas em cinco anos. A microcirurgia, a neuronavegação, alinhar com as novas tecnologias e atuar não somente em nível local, mas global. Quero regressar ao meu país com essa assistência especializada. São poucos os hospitais privados que possuem equipamentos para cirurgias, e os recursos humanos são escassos. Alguns profissionais também já têm idade avançada. Então, há a necessidade de formar mais pessoal especializado para a assistência devido à alta demanda”, conta. 
 
Zanildo Costa Mutunda, 32, angolano da província de Menongue, concluiu sua formação em 2014, na República de Cuba, onde fez medicina geral e trabalhou por dois anos em Pediatria em Angola. Com a oferta da bolsa de estudo no ano passado, ele fez a escolha: “Eu percebi, na minha província, que há muita necessidade de médico dermatologista. Por isso, eu fiz essa escolha. Sempre enviamos os casos dermatológicos para hospitais de referência, devido à escassez de mão de obra. Agora, estou aqui no HUGV para representar a minha província”.
 
E no dia 26 de maio, mais dois angolanos se juntaram ao grupo de residentes do convênio: Ussova Beatriz, 28, Argentino del Pina, 30.
 
Beatriz é de Luanda, graduada em Medicina em Cuba. Possui experiência de três anos em hospital público em patologia clínica e pronto socorro. Casada com um médico cardiologista, Beatriz concluirá a residência em três anos. Ela destaca: “Com o convênio entre Angola e Brasil, e a necessidade de profissionais em patologia, abracei essa oportunidade, decidindo por essa área. Tive experiência com especialistas cubanos e agora, aqui no Brasil, espero aprender muito com os brasileiros e sei que são bons, por isso quero contribuir tanto com o Brasil como também com o meu país”.
 
Já Argentino é da província de Bié (Angola), formado em Medicina desde 2023, na Universidade José Eduardo dos Santos, universidade pública angolana sediada na cidade de Huambo.  Nos dois anos de formação, já adquiriu experiência e conta que escolheu se especializar em Psiquiatria, devido à necessidade do seu país, que tem pouquíssimos especialistas na área da saúde mental. “No meu regresso, gostaria de passar a minha experiência para outros médicos, porque no meu país há muitos transtornos mentais, devido, especialmente, ao alto índice de pobreza. E não há esse tipo de suporte para a população. Como residente, também quero dar a melhor contribuição possível tanto aqui no Hospital Getúlio Vargas como no meu país!”.
 
Durante a acolhida, o superintendente do HUGV-Ufam, Juscimar Carneiro Nunes, ressaltou que o momento representa muito mais do que uma parceria técnica — é um encontro de culturas, de histórias e, acima de tudo, de propósitos comuns na medicina: o cuidado com o ser humano.
“O convênio entre Brasil e Angola, que permite essa troca de conhecimentos e experiências, é fruto de uma visão de cooperação solidária entre nossos países. Aqui, vocês encontrarão um sistema de saúde desafiador, mas também repleto de oportunidades de aprendizado. Nossa missão, enquanto hospital público, é garantir que vocês não apenas adquiram conhecimento técnico e científico, mas também vivenciem a prática da medicina baseada na empatia, na ética e no compromisso social”.
 
 
Programa de Formação de Recursos Humanos em Saúde
 
A cooperação técnica na área nasceu da realização de oficina binacional em formação de recursos humanos em saúde, em Luanda, nos dias 16 e 17 de novembro de 2023. O evento contou com a participação de instituições brasileiras de referência em formação de profissionais da saúde. O sistema nacional de saúde daquele país enfrenta desafios como a escassez e a má distribuição de recursos humanos qualificados nas áreas urbanas e rurais, o que vem se agravando nos últimos anos devido ao crescimento exponencial da população. Diante das necessidades apresentadas, os governos do Brasil e de Angola negociaram amplo programa de cooperação com o objetivo de aprimorar as competências clínicas e administrativas do sistema nacional de saúde de Angola. 
 
A iniciativa inclui a formação de profissionais angolanos no Brasil, em hospitais de instituições formadoras identificados pela Ebserh e pelo Ministério da Saúde, em diversas modalidades de ensino, tais como fellowship (nos moldes de residência médica), doutorado, mestrado, especialização, aperfeiçoamento e estágio complementar. Até o momento, os programas de ensino oferecidos pelas instituições brasileiras já aceitaram cerca de 200 profissionais de saúde angolanos. Das 3.620 vagas, 500 serão para ensino presencial e 3.120 para cursos de ensino a distância (EAD). 
 
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