Protagonismo de mulheres indígenas no contexto urbano de Manaus é foco do Projeto ‘Sustentabilidade e bem viver’ da Fapeam
Sob a coordenação geral da professora Ivani Ferreira de Faria do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Amazonas (PPGEOG/Ufam), o projeto ‘Sustentabilidade e bem viver: a r-existência das mulheres indígenas na cidade’ objetiva compreender as formas de protagonismo, r-existência e estratégias de bem-viver das mulheres indígenas face às novas territorialidades na cidade.
Edição Sebastião de Oliveira, equipe Ascom
Revisão: Rozana Soares
Em execução, no âmbito do Programa Kunhã – CT&I no Amazonas, da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o projeto contempla duas associações da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), sediada em Manaus e da Organização das Mulheres Indígenas do Médio Solimões, sediada em Tefé.
Segundo Ivani Farias, o enfoque do projeto é interdisciplinar com procedimentos da pesquisa participante baseados nos pressupostos das epistemologias do sul decoloniais. “Em função do objeto de estudo, recorrerá às contribuições do direito sobretudo, no que diz respeito às discussões correlatas sobre direitos indígenas e da mulher indígena, questões legais de organização das associações; da geografia no que refere aos mapeamentos das associações de mulheres e lideradas por mulheres em Manaus e no Amazonas; levantamento dos problemas enfrentados e das demandas, além da discussão sobre bem viver e sustentabilidade a partir da concepção das mulheres no contexto urbano; de artes e design, no apoio ao desenvolvimento das identidades gráficas e novos produtos”, explicou.
Outra forma de investigação atribuído ao projeto, é a utilização de procedimentos participativos em oficinas de gestão do conhecimento, de reuniões participantes para planejamento das atividades e, posterior, validação dos resultados, minicursos, além de levantamento de fontes secundárias sobre os aportes teóricos da pesquisa, mapeamento com técnicas do geoprocessamento.
Farias entende que “uma das formas de se evitar o retrocesso social e econômico é o mapeamento, a compreensão e colaboração com estes povos, no caso específico das associações de mulheres indígenas sediadas em Manaus, no sentido de fortalecer seus sistemas de educação, gestão dos recursos e projetos, principalmente aqueles com potencial econômico, ampliando o conhecimento e domínio sobre seus direitos, as cadeias produtivas da socio biodiversidade integrando cidade e Território Indígena”.
“O caminho ainda é longo para as associações de mulheres. Nesse sentido, é necessário valorizar as práticas que sejam capazes de promover a sustentabilidade dos povos indígenas, especificamente dessas mulheres que migraram para a cidade, a manutenção de seus valores socioculturais e ampliar as possibilidades para que possam seguir desenvolvendo seus projetos societários e o bem viver. Assim, pretendemos compreender as formas de protagonismo, r-existência e estratégias de bem-viver das mulheres indígenas face às novas territorialidades na cidade”, expôs a coordenadora.
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