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Funai e Ufam discutem parcerias para promover acesso e permanência dos povos indígenas no ensino superior

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Por Assessoria de Comunicação/Funai

Fotos: Lohana Chaves/Funai

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) recebeu nesta quinta-feira (15) representantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) para discutir formas de ampliar o acesso dos povos indígenas às universidades, bem como a atuação da UFAM nas terras indígenas por meio de projetos de extensão.  A ideia é construir parceria interinstitucional para reduzir as dificuldades socioculturais e linguísticas  enfrentadas por jovens indígenas ao ingressar no ensino superior. 

Além disso, a autarquia indigenista e a UFAM discutiram sobre a necessidade de ampliar a quantidade de bolsas-permanência para auxiliar nos custos financeiros que os estudantes possuem ao saírem de seus territórios para residir nos municípios onde estão localizadas os campus das unidades acadêmicas. Hoje a quantidade de bolsas é insuficiente e se faz necessário qualificar a assistência estudantil de forma a respeitar as especificidades étnico-culturais. A diretora de Administração e Gestão da Funai, Mislene Metchacuna, destacou a importância de parcerias com outros órgãos e instituições para viabilizar a construção de políticas públicas mais assertivas. 

"O acesso indígena à universidade é primordial, mas também a garantia da permanência, a conclusão dos cursos e o retorno aos seus territórios para dar continuidade aos projetos de vida de seus povos é fundamental. As universidades como um todo precisam refletir sobre seus papéis, sobretudo, aquelas localizadas na região amazônica, buscando cada vez mais se qualificar e desfazer engessamentos desnecessários, para enxergar e incluir a grande diversidade de povos indígenas onde atuam, abrindo espaços e garantindo a qualificação de seus profissionais para que haja de fato uma atuação intercultural. Neste sentido, o diálogo e parceria entre Funai e UFAM é de suma importância e precisamos avançar neste sentido", pontuou a diretora. 

A Funai não executa diretamente a implementação de políticas de educação. No entanto, cabe à autarquia propor e orientar a política indigenista, em parceria com outros órgãos e com os estados e municípios, para promover e proteger os direitos dos povos indígenas, como explica o coordenador de Processos Educativos da Funai, André Ramos. “Dentro dessa promoção e proteção dos direitos indígenas, temos a missão também de atuar para que a educação seja específica para as realidades e necessidades dos povos indígenas. Então, o papel da Funai é exatamente de buscar qualificar essas políticas de educação que atendam, de fato, os direitos específicos”, afirmou. 

Os representantes da UFAM destacaram a importância de formar profissionais com orientação sobre as particularidades dos povos indígenas e que conheçam as dificuldades logísticas de acesso às comunidades, mas principalmente que formem indígenas com a qualificação necessária e que se sintam acolhidos pela Universidade, que deve ter adequação e condições estruturais para melhor atuar.  "O ideal é preparar, por exemplo, o médico para ter essa visão, esse conhecimento das populações tradicionais, respeitando suas especificidades", ressaltou a diretora do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) Coari da UFAM, Vera Lucia Bentes.

Também representaram a UFAM Geone Maia Correa, do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (Itacoatiara); Davy Ribeiro da Silva, do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (Humaitá); e Antônio Vagner Olavo, do Instituto de Natureza e Cultura (Benjamin Constant).

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