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Consuni outorga o título de professor emérito ao doutor Ernesto Renan Freitas Pinto

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“Compartilho essa homenagem com todos que trabalharam comigo, pois tudo é fruto de trabalho coletivo, de colaboração. Eu me sinto muito honrado com esse título e muito feliz em pertencer a esta instituição”, declarou o intelectual durante a solenidade realizada no auditório Rio Solimões do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas (IFCHS/Ufam)
 
Por Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam 
O Conselho Universitário da Universidade Federal do Amazonas (Consuni/Ufam) concedeu, na manhã desta terça-feira, 2,  o título de professor emérito ao professor Ernesto Renan Freitas Pinto. O título é concedido a professores aposentados que tenham alcançado posição eminente no ensino, na pesquisa ou na extensão. Confira o vídeo da concessão do título.

A concessão foi aprovada, por unanimidade, pelos membros do Consuni, no último dia 3 de fevereiro. O homenageado foi conduzido ao recinto da solenidade pelas conselheiras universitárias Déborah Ohana, diretora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Rozana de Medeiros Galvão, diretora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas.

Legado eternizado na Ufam

Durante a solenidade, o presidente do Conselho Universitário e reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Sylvio Puga, destacou que a solenidade consiste em um encontro entre o intelectual e seus admiradores. “Hoje é um dia muito importante para a Ufam e para toda a sociedade amazonense. Esta é uma justa homenagem a um homem público, um intelectual de envergadura que muito contribuiu para a formação de nosso povo, um pesquisador que buscou compreender a Amazônia da forma mais adequada possível, criticando as imagens e ideias preconceituosas sobre a nossa região. Criou espaços de discussão sobre a formação do pensamento social da Amazônia, tema de sua pesquisa guarda-chuva, que estrutura suas ideias. Hoje, nesse encontro entre o intelectual e seus admiradores, receba, professor o reconhecimento de nossa Universidade, nosso apreço e reverência. Muito obrigado por tudo o que fez. O seu legado se eterniza nos anais históricos de nossa Ufam”, discursou o reitor.

Competência ímpar
Responsável pelo discurso ao homenageado, a professora Elenice Scherer leu o que intitulou como Notas e memórias de um intelectual sem repouso. “Esta cerimônia é mais que merecida. O professor Renan não é um homem de construir trincheiras e casamatas no campo científico, nem no campo político. É o homem do silêncio e silêncio, já dizia Fernando Pessoa, é para os grandes. Ao mesmo tempo, e sem se propor, o professor Renan é um condottiere literário e suas trincheiras são as do saber e do conhecimento. Ele nos levou ao remanso das águas amazônicas, às vezes calmo e, às vezes, revolto. Tentamos acompanhá-lo nessa nau de ideias de compreensão e interpretação da Amazônia. Em tempos ódio pela Universidade e pela democracia que, aos poucos se esvai, a Ufam sobreviveu e sobrevive por ter em seus quadros acadêmicos, uma pessoa afável, de competência ímpar e de pensamento refinado, com histórica disposição para concretizar o sentido da formação”, discursou a professora Scherer. Após o pronunciamento, ela apresentou um documentário sobre a vida do professor Renan Freitas Pinto.

Homem político
Durante seu discurso, a diretora do Instituto de Ciências Humanas e Letras (IFCHS), professora Iraildes Caldas, ressaltou que o professor Renan Freitas Pinto faz de sua existência uma luta constante em favor do país e dos povos da Amazônia. “O professor Ernesto Renan de Freitas Pinto é uma dessas personalidades que ilumina o mundo. É um estudioso e um sujeito de práxis, um homem de ciência, de cultura e das artes, mas é, sobretudo, um homem político que faz da sua existência uma forma engajada de ser e estar no mundo, como cidadão crítico e participativo na luta em favor do país, da Amazônia e da nossa gente. comprometido com seu povo, antenado com o seu tempo e com a história. Receba nossa homenagem e reverência, professor ”, destacou a diretora.

Sempre em atividade
O docente homenageado ressaltou a felicidade com o reconhecimento dos pares. “Nesse momento, eu me recordo da seguinte frase do padre Lancellotti: ‘A morte vai me encontrar lutando’. Mesmo que eu não queira me comparar ao Lancelotti, essa frase dele é inspiradora. A morte vai me encontrar trabalhando, produzindo, nunca parado, pois nunca me acomodei à condição de professor aposentado. Aproveito para compartilhar essa homenagem com todos que trabalharam comigo, pois tudo é fruto de trabalho coletivo, de colaboração. Eu me sinto muito honrado com esse título e muito feliz em pertencer a esta instituição”, declarou professor Renan.

Apresentações musicais
A solenidade também contou com a apresentação musical de jazz do filho do homenageado, Mateus, que preparou um repertório ao gosto do intelectual, com Miles Davis e Cotraine e da musicista Isabelle Sabrié.

Perfil do homenageado
O professor Ernesto Renan Freitas Pinto atuou por mais de três décadas como docente da Ufam. Ingressou, em 1974, na então Universidade do Amazonas (UA) como professor auxiliar no Departamento de Comunicação. Em 2001, tornou-se professor titular da Universidade. É membro da Academia Amazonense de Letras desde 2012 e é reconhecido por ter marcado toda uma geração de estudiosos para além das Ciências Humanas.
O intelectual é graduado em Letras – Língua e Literatura Inglesa (1969), possui mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) (1982) e possui doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) (1992). A tese, editada pela Edua, foi transformada no livro “Sociologia de Florestan Fernandes”, o qual é considerado uma das principais interpretações sobre o pensamento de Florestan Fernandes. A obra conta com prefácio do orientador do trabalho, o renomado sociólogo Octavio Ianni.

Pensamento social brasileiro na Amazônia
Em 1998, em conjunto com demais professores do então Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL/Ufam), professor Renan implanta o Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura (PPGSCA), com o objetivo de formar recursos humanos voltados para a compreensão da realidade amazônica, especialmente, sobre os  processos socioculturais amazônicos, dedicando seu capital intelectual à história das idéias no norte do Brasil, o que passa a denominar de pensamento social brasileiro na Amazônia.
Em 2013, professor Renan conclui um pós-doutorado na USP sob a orientação do professor Willi Bolle,  que resultou na publicação da obra coletiva "Teoria Crítica e Adorno - ideias em constelação",organizada por ele,  pelo professor Davyd Spencer e Tenório Telles e da qual participaram os mais reconhecidos estudiosos da obra de Theodor Adorno no Brasil e autores locais que dedicaram trabalhos a esse autor fundamental  da Teoria Crítica. O trabalho foi publicado pela Editora Valer.

Pensamento social na América Latina
Com reconhecimento além das fronteiras da Ufam, professor Renan ministrou aulas no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Pará (PPGSA/UFPA); no Programa de Pós-Graduação em Patologia Tropical da Faculdade de Medicina da Ufam; no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPGCASA/Ufam) e no Programa de Agricultura no Trópico Úmido, do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa). Desde 2020, é professor visitante sênior Amazônia, com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e continua a ministrar aulas, orientar teses, proferir palestras, além de ministrar aulas magnas.

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