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Pesquisa sobre 177 anos de estudos das Diatomáceas é publicada nos Anais da Acadêmia Brasileira de Ciências 

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Os Anais da Academia Brasileira de Ciências são a publicação oficial da Academia Brasileira de Ciências, sendo publicada de forma ininterrupta desde 1929, tornando-a a mais antiga revista científica brasileira.

Por Sebastião de Oliveira

Equipe da Ascom 

Os professores Elton Augusto Lehmkuhl e Angela Maria da Silva Lehmkuhl  do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (ICSEZ/Ufam) integram um grupo de seis pesquisadores de diferentes universidades brasileiras que publicaram artigo nos Anais da Academia Brasileira de Ciências intitulado “177 years of diatom studies in Brazil: knowledge, gaps, and perspectives  (traduzido: 177 anos de estudos de diatomáceas no Brasil: conhecimento, lacunas e perspectivas).

Acesse link do artigo:

https://www.scielo.br/j/aabc/a/57pKCMYyPcbCkNnsFqTSC5C/?format=pdf&lang=en  

Perfil no Instagram @herblabfico_ufamicsez

De acordo com Elton Lehmkuhl, os objetivos da pesquisa foram sumarizar e categorizar tópicos das pesquisas com diatomáceas no Brasil, descrever como os estudos relacionados evoluíram e se desenvolveram ao longo do tempo, identificar as regiões e ambientes mais estudados e indicar as principais instituições e trabalhos abordando a pesquisa de diatomáceas e as interações relacionadas. Segundo ele, as diatomáceas podem ser encontradas em qualquer lugar que tenha água, como rios, lagos, oceanos, poças de água etc. “Elas são algas microscópicas unicelulares caracterizadas pelas ornamentações em sua carapaça de sílica”, afirmou o professor que acredita que "consta em registro algo em torno de 10 a 30 mil espécies identificadas em todo mundo."

“Portanto é um grupo de organismos bem diverso e rico. Os estudos com diatomáceas de água doce no Brasil tiveram início no século XIX, no lago Tefé, no município de Tefé, estado do Amazonas. Somente em 1959 se intensificaram e expandiram para outras regiões do Brasil. A partir deste período, as diatomáceas foram mais estudadas na região sul e sudeste. Hoje em dia já temos amostras de todas as regiões e já foram descobertas várias espécies brasileiras”, completou.

Etapas investigadas 

O pesquisador acrescentou que os estudos podem ser divididos em duas etapas. “A primeira etapa é a exploratória que busca o conhecimento das espécies e que estão na nossa biodiversidade, que envolve a coleta e a identificação das espécies dos mais diferentes ambientes e lugares. Esta etapa pode durar séculos, pois o Brasil é muito grande e subamostrado. A segunda etapa é a de aplicação dos conhecimentos científicos que essas espécies podem nos fornecer. Esta última, ocorre quando já temos a possibilidade de aplicar o conhecimento sobre as diatomáceas para utilizá-las como ferramentas. Isso se dá para diferentes fins como por exemplo verificação de qualidade da água para consumo humano, represas, tanques de criação de peixes e etc., conservação da biodiversidade, produção de substâncias como óleo e biocombustíveis, prospecção de petróleo, estudos forenses e vários outros”, explicou Lehmkuhl.

Para entendimento dessa interface, o pesquisador acredita que esta interface é uma espécie de transição entre esses dois momentos, tanto da fase exploratória como da fase de aplicação, principalmente no uso das diatomáceas para avaliação da qualidade da água.

Publicação 

A publicação do artigo nos Anais da Academia Brasileira de Ciências mexe com o brio de qualquer pesquisador. Lehmkuhl sente-se gratificado com a publicação, pois, isso reflete todo esforço concentrado com resultados positivos. “É muito gratificante, pois a comunidade científica toma posse de um conhecimento científico que pode ser aplicado para melhorar a qualidade de vida das pessoas, e se torna, de certa maneira, algo que entra para a história do nosso país”, expôs.

Nesse sentido, o pesquisador acredita que a publicação tem sua importância, principalmente para a comunidade científica da Ufam. “Temos em nossas mãos um potencial gigantesco para explorar a biodiversidade que está, em um mundo microscópico, bem na nossa frente e muitas vezes não nos damos conta disso. Divulgar esse trabalho e aplicações, abre possibilidades para a formação de recursos humanos interessados em trabalhar com diatomáceas e aplicá-las como ferramentas no gerenciamento de recursos hídricos. E também reforça a interação com outras instituições do Brasil e exterior”, afirmou.

“O tempo do aceite da revista até a publicação do artigo foi algo que nos fez pensar, pois um artigo relevante, com informações históricas, poderia ter suas informações já utilizadas por outros pesquisadores se o artigo tivesse sido publicado antes. A equipe conseguiu elaborar o artigo em condições de trabalho remoto, isso nos trouxe um aprendizado de que é possível realizar trabalhos dessa maneira”, disse.

 

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