Pesquisas em Direito são publicadas em livro que tem como prioridade a investigação feminina

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Por Sebastião de Oliveira

Equipe Ascom    

Na sua oitava edição, o livro “Temas contemporâneo de Direito: contribuição à pesquisa jurídica da Universidade Federal do Amazonas” teve lançamento no último sábado, 20 de agosto de 2022, no auditório da Faculdade de Direito da Ufam, Setor Norte do Campus Universitário. Na ocasião, a professora Marina das Graças de Paula Araújo recebeu homenagem por sua contribuição ao Ensino Jurídico no estado do Amazonas. 

Com 27 artigos e 820 páginas, o livro foi publicado pelo Editora Dialética/SP. A obra reúne pesquisas de alunos de graduação que tem como objetivo divulgar a produção jurídica, agregando temas mais polêmicos da atualidade.  Os professores Dorinethe dos Santos Bentes, Marina das Graças de Paula Araújo, Ananda Reis Cardoso e Wilken Almeida Robert são os organizadores dessa publicação que pode ser adquirida nas principais plataformas brasileiras.

Estímulo à pesquisa          

Segundo a organizadora, professora Dorineth dos Santos Bentes, a ausência da pesquisa no contexto jurídico da Ufam, permitiu que professores e alunos se organizassem para estimular à pesquisa no Curso de Direito. De acordo com Bentes, a organização iniciou-se em 2014, no entanto, a primeira publicação ocorreu em 2016, e este ano alcança sua 8° edição de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de alunos e seus orientadores.  A professora acredita que diante desse processo, o estímulo da pesquisa é fundamental.  

“Na realidade, o livro aborda temas variados: Direito Penal, Civil, Constitucional, do Consumidor, do Trabalho. Porém, a prioridade para as publicações são o feminino no mundo jurídico. Tanto que quando se participa de eventos (palestras jurídicas) a maioria são homens”, disse a professora que exemplifica que, na exposição de fotos de homenagens póstumas na FD, é exibido somente imagens de homens”. Mais adiante, ela questiona: onde estavam as mulheres? Por que não aparecem?

Produção no contexto feminino

Mediante isso, a professora disse que esta edição contém o maior número de pesquisadoras, as quais apresentam temas diversos, ao invés de uma produção de contexto feminino, o livro apresenta pesquisas com mulheres produzindo ciência.

“São Mulheres produzindo ciência, não necessariamente discutindo a questão de gênero. São elas fazendo ciência em todos os campos”, completou Bentes.

Acompanhando essa lógica, a professora disse que por via de regra os prefácios de cada edição são elaborados por mulheres professoras convidadas de diferentes universidades brasileiras. Nesta edição, o convite foi feito a professora Adriana Sena da Universidade Federal Minas Gerais (UFMG). E, uma curiosidade sobre o lançamento devido à pandemia da Covid 19, o livro que deveria ser lançado em 2021, somente ocorreu este ano.

Status quo

“A pesquisa é fundamental para modificar o status quo. No Direito, normalmente, as pesquisas são fundamentadas em dois campos, na legislação ou na literatura jurídica, ou seja, elas não vão para o mundo real, não vão para a prática. Elas não pesquisam qual impacto disso na sociedade”, expôs.