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Faced promove Roda de Conversa que discute formas de opressão e lança carta aberta 

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Por sebastião de Oliveira

Equipe Ascom 

Com os objetivos de esclarecer quanto às formas de opressão sofridas pelos grupos minoritários e refletir para combater qualquer mal que os afetam, a Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas (Faced/Ufam) promoveu durante toda manhã e se estendendo no período da tarde desta quinta-feira, 18, a Roda de Conversa “Machismo, homofobia, LGBTQIA+Fobia e outros formatos de opressão”. O evento reuniu discentes e professores do Curso de Pedagogia que contou também com a participação de alunos de outros cursos. A Roda de Conversa ocorreu no auditório Rio Alalaú da Faced, no Setor Norte do Campus Universitário.

Carta aberta das servidoras da Faced

Na ocasião, a professora Silvia Cristina Conde Nogueira leu a “Carta aberta das servidoras da Faced”, em que no seu conteúdo abomina toda forma de opressão contra as mulheres, principalmente relacionado ao assédio sexual institucional. Acesse a carta aberta na íntegra que segue coletando assinaturas.    

Geração combatível    

Para a professora Gisele Cardoso, o tema em discussão, antes de tudo, está abordando questões do cotidiano. Segundo ela, o racismo, machismo, LGBTQIA+fobia e todas opressões estão no cotidiano e; por conta disso, por estar no cotidiano é naturalizado pelo mesmo. “Nós escolhemos um caminho pedagógico para que desse voz aos alunos para que os refletissem considerando que isso não é natural. Por isso, a construção histórica que envolve a origem do problema, no sentido que isso faz parte da vida das pessoas e, de que como isso foi historicamente construído para desnaturalizar aquilo que não é natural, oprimir o outro pela condição humana”, disse.

“Nesse sentido, a escolha de uma metodologia que possibilitasse o diálogo e de ouvi-los, possibilitando a percepção sobre isso e dos problemas existentes na Universidade, assim como apresentar os caminhos que se podem adotar medidas de combate na Instituição. A partir de uma consciência crítica sobre a realidade, a professora considerou que “na verdade, estamos falando de uma geração combatível diferente de gerações anteriores, em que os problemas de opressão já estavam colocados. Essa geração vem colocar as coisas no seu devido lugar, dando o nome correto aos problemas, pois, por ser uma geração combatível, faz com que os alunos se sentem à vontade para debatê-los”, comentou.

“Há uma disposição na juventude para a construir uma nova sociedade, de apresentar novos paradigmas. Acho que a partir disso o envolvimento que também tem a ver com a didática, mas, sobretudo, saber quem é essa geração? Que é uma geração que pela primeira vez na história do Brasil denuncia a existência de racismo, machismo, LGBTQIA+Fobia de maneira muito clara. Então o caráter combatível dessa geração ajuda a participação dos estudantes na discussão do tema. O nosso papel, enquanto professores é problematizar e dar os instrumentos necessários para que eles possam aprimorarem os seus argumentos”, expôs.  

Universidade aberta

Para o coordenador, professor Márcio de Oliveira, “a Faculdade de Educação tem um histórico de promover reuniões discursivas para temas necessários, principalmente quanto isso diz respeito a formação do profissional de pedagogia. Questões sociais que acontecem no dia a dia devem ser discutidas nas Instituições de Ensino para que se possam criar mecanismos, formar a consciência crítica da classe estudantil para que não repassem preconceitos ou pelo menos repensem, problematizem e, levem isso para sua prática pedagógica”, comentou.   

“Primeiramente, devemos pensar que a Universidade deve ultrapassar seus “muros”. Trazer profissionais para a roda de conversa que atuem na sociedade é dinamizar esse conteúdo, proporcionando a problematização de temas tão importantes a nossa sociedade, a todas as pessoas que podem e têm a necessidade de fazer essa discussão. Então, nós não podemos fechar a Universidade para os alunos e alunas da instituição, mas dinamizar a todos da sociedade para que tenham acesso ao conhecimento produzido e, a Roda de Conversa serve para isso, promover a discussão a todos de modo aberto”, completou.        

Opinião

A presidente do Centro Acadêmico de Pedagogia, cursando o 6⁰ período de Pedagogia, Rita Vieira Alkamara, acredita que no mundo contemporâneo o simples fato de ser mulher é um grande sofrimento na sociedade machista. “Diante de um governo misógino que incita à violência contra as mulheres, LGBTQIA+ e grupos religiosos minoritários, existe uma grande opressão. E, ser muçulmana no Brasil é um desafio gigante. Logo que ingressei na Universidade passei por situações de preconceito, pelas quais senti muito medo. A solução foi estar nos espaços da Universidade para que pudesse fazer com que minha voz seja ouvida”, disse.

Para Emily Karoline Souza da Silva, 22, aluna de Pedagogia, a Roda de Conversa dá destaque a temática, na qual envolve toda a comunidade acadêmica. “Nós que somos da Faculdade de Educação não podemos nos separar do ambiente político, assim como não podemos tapar os olhos para a realidade. A gente sabe que o assédio não ocorre lá fora, mas, nos meios educacionais, no transporte público, refletido nos inúmeros relatos de alunas que sofrem esse tipo de violência. Nesse sentido, precisamos nos posicionar porque nós seremos profissionais que fundamentará o cidadão para o futuro”, expressou a aluna.

Gabriel de Castro Vieira, 26, estudante de pedagogia, considerou importante a participação dos estudantes para um tema tão delicado na sociedade contemporânea. “As pessoas presenciam situações preconceituosas, pairando o medo, impossibilitando ações de solidariedade com o seu próximo. Quando alguém presencia um caso de homofobia causa medo. A informação é necessária nesse processo para que possa melhor combater tal ação. Infelizmente, percebemos que o preconceito acelerou nos últimos tempos, no entanto, outra parcela da sociedade deve se unir e se impor”, finalizou.        

 

 

       

         

 

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