Perspectivismo de Sebastião Alves em exposição no Centro de Artes da Ufam
Ao todo, 14 obras reproduzem rituais xamânicos resultados da entropia de cores inconfundíveis do artista visual Sebastião Alves.
Com base no perspectivismo amazônico, a exposição “Rituais”, do artista visual Sebastião Alves, objetiva refletir as práticas ritualísticas da cultura ameríndia que visa destacar o perspectivismo interpretado como fator de interação entre homem e natureza. A mostra, que abre ao público no dia 11 de outubro de 2023, a partir das 18h30, estará em cartaz entre os dias 16 de outubro a 1⁰ de dezembro de 2023, no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Caua), localizado na rua Monsenhor Coutinho, 724, Centro.
De acordo com a diretora do Caua e curadora da exposição, professora Priscila Pinto, a série de pinturas da exposição Rituais impacta o ambiente com o uso explícito da cor em combinações contrastantes e muito bem combinadas, que criam dinamismo e movimento às composições, direcionando o olhar do apreciador.
Impermanência
Para o artista, que desenvolveu a temática durante o período da pandemia (2021-2022), sua produção artística proporcionou-lhe emergir a um ambiente de possibilidades pelo qual a mente e o corpo tornaram-se elementos desencadeadores da percepção e cognição das coisas. De acordo com ele, o pensamento ameríndio estabelece nesse processo contínuo de impermanência uma busca por um estado libertador. Parafraseando Bauman, disse Alves, a sociedade contemporânea defende a ideia que o desenvolvimento da humanidade se dá através da ciência com a criação de novas tecnologias, porém, o avanço disso, reproduz relações frágeis que tornam o homem escravo de si mesmo, criando um espaço sem luz aparente.
“O paradoxal em nossa modernidade perdurará até termos uma consciência mais humana e com respeito à natureza”, completou o artista que acredita que a exposição apresenta elementos que proporcionam essa leitura.
Entropia
“Numa entropia de cores, as telas produzidas des-ritmizam procedimentos e implementam ações não experimentadas que, de certa forma, estabelecem um fazer artístico desprendido dos instrumentos comuns para pintura, no caso, o pincel e a espátula, substituídos por elementos inusitados acrescidos a um direcionamento no devir da manifestação artística. Dessa maneira, a condução das cores poderiam uniformizar texturas, no entanto, isso fez com que se redirecionassem para outro patamar de ideias”, disse o artista que afirmou que “a cada pincelada realizada exigiu-se intensificar um olhar aprendido na dinâmica das cores que distribuídas nos espaços vazios da tela, completavam de forma inusitada.
Sobre o artista
Graduado em Comunicação Social - Jornalismo, pela Ufam, o artista não se distancia dos processos criativos, o qual possui uma vasta experiência em exposições individuais e coletivas. Atualmente, é doutorando pelo Doutorado Interinstitucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Dinter/UFRGS). Em 2020, foi agraciado com o prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, com os vídeos-instalação “Lembranças de minha cidade” e vídeo-performance “Macunaima, arquétipos da experiência do inusitado”.
Acesse aos vídeos:
Lembranças de minha cidade: https://www.youtube.com/watch?v=rbxhTwkbXQQ
Macunaima, arquétipos da experiência do inusitado: https://www.youtube.com/watch?v=hJPtNkd2Auo
Instagram: @sebastianjor77
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