Caua inaugura exposição “Retrospectiva Otoni Mesquita: Primeiro Caderno da Infância e algumas páginas da Juventude”, na próxima quinta-feira, 9
O Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Caua/Ufam) inaugura na próxima quinta-feira, 9, a exposição “Retrospectiva Otoni Mesquita: Primeiro Caderno da Infância e algumas páginas da Juventude”, de autoria do artista visual Otoni Mesquita. O evento acontece na Galeria do Centro, às 18h. O Caua fica localizado na Rua Monsenhor Coutinho, 724, Centro
De acordo com o artista visual e professor aposentado da Ufam, Otoni Mesquita disse que é a primeira exposição de uma série, que pretende realizar durante o ano de 2023, para comemorar os seus “70 mesquitas de vida”. Esta primeira parte do programa mostra as referências mais remotas, compostas por cerca de cem desenhos e dez telas que serão exibidos na Galeria do Caua, disse Mesquita.
Ele relata que o primeiro caderno é um documento raro que foi preservado pela sua genitora e, assim como as outras imagens referenciais foram selecionadas e recuperadas digitalmente para impressões de formato reduzido.
O artista acredita que o conjunto mostra a construção cronológica do seu repertório, iniciando com imagens representativas do primeiro caderno da infância, doado pelo senhor Pedro Vieira, um vizinho, considerado por ele, como um de seus primeiros estímulos. “São vinte páginas, com várias divisões preenchidas com representações de objetos e animais domésticos que se misturam às referências do imaginário e dos contos infantis”, afirmou.
“Há uma lacuna referente aos anos sessenta, cujo material foi incinerado no final daquela década. Assim a narrativa de imagens é retomada a partir de 1970, quando se estabelece uma preferência evidente pelo registro de caras e bocas, com a tentativa de retratar muitas beldades e algumas celebridades, em geral vinculadas ao cinema e à TV. No meio desse universo de imagens predominantemente femininas, surgem algumas cenas de cidades e outras composições insólitas. Uma influência das ilustrações que proliferavam nas revistas e jornais”, expôs.
O artista conta também que em 1975, a passagem pelo curso de iniciação em desenho e pintura na Pinacoteca do Estado foi fundamental para algumas mudanças que se processaram no seu repertório, mas, sobretudo, pela estimulante atenção do artista Manuel Borges. “Naquele momento continuava trabalhando, encerrava o colegial no Colégio Estadual e no ano seguinte iniciava o Curso de Comunicação Social – Jornalismo. Estas passagens foram fundamentais para fixar algumas tendências ao simbolismo e ao surrealismo, com influência das composições psicodélicas que proliferavam nos meios de comunicação de massa”, comentou.
Nos anos seguintes, Mesquita disse que a temática amazônica ganha maior espaço no repertório do artista, indo até a crítica social que seria premiada no II Salão Universitário, em 1980 e será evidenciada em “Fruturbano”, sua primeira exposição individual realizada em janeiro de 1980.
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