Sustentabilidade e povos da Amazônia foram temas centrais de mesa-redonda na X Jornada de Saúde da Amazônia Ocidental
Por Sebastião de Oliveira, equipe Ascom
“Estratégias para inclusão da população indígena, ribeirinha e quilombola na saúde e na sustentabilidade ambiental” foi o título da mesa-redonda que integrou a programação da X Jornada de Saúde da Amazônia Ocidental desta quinta-feira, 28/09, ocorrido no auditório do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV/EBSERH). O HUGV fica localizado na rua Tomás de Vila Nova, nº 3000, Centro.
A vice-reitora, professora Therezinha Fraxe; a professora Marilene Corrêa da Silva Freitas; a representante da Secretaria de Saúde Indígena, Giovana Cruz Mandulão e o representante do Distrito Sanitário Especial (DSEI), André Corrêa Mura integraram a mesa-redonda, tendo como moderador, o diretor da Escola de Enfermagem de Manaus, professor Esron Soares Carvalho Rocha.
Em sua apresentação, a vice-reitora, professora Therezinha Fraxe, destacou seu trabalho na Academia, como pesquisadora, professora, e agora, vice-reitora. Ela entende que desde o começo da vida acadêmica, o conhecimento tradicional e científico estão entrelaçados, e que estes incidiram diretamente na sua formação. A vivência na floresta permitiu conhecer os recursos naturais renováveis assegurando que poderiam ser aplicados como política pública junto às populações amazônicas. De acordo com ela, falar sobre Amazônia, é naturalmente, falar da Ufam e sua atuação no campus de Manaus, assim como nos cinco campis do interior.
Para Fraxe, o entendimento dos componentes Saúde, Ambiente e Sustentabilidade perpassam pelos seguintes questionamentos: Quem somos? Quem é o ser da Amazônia? A vice-reitora acredita que a implemtação de políticas públicas voltadas para a sustentabilidade podem ser desenvolvidas no âmbito da Universidade. Ela exemplificou as Escolas “Aldeia do Saber” de Humaitá e Benjamin Constant que desenvolvem questões sustentáveis, tornando-se referência nacional. A escola tem como objetivo acolher filhos de indígenas, perpetuando suas tradições e cultura.
A professora Marilene Corrêa, ao longo de seu discurso, discorreu sobre a problemática ecológica na Amazônia e destacando a saúde pública como um dos parâmetros de entendimento e resolução. Ela inicia caracterizando as populações indígenas amazônicas como híbridas, em razão da circulação dessa população nos diferentes territórios, intercâmbio cultural, criação de cidades, como exemplo, os resíduos deixados na região de Santarém/PA (Tapajós) marcando o trânsito dessas populações, o que possibilitou a circulação de saberes, tecnologias, culturas e projetos de sustentabilidade.
Sobre o evento
A X Jornada de Saúde da Amazônia Ocidental com o tema “Pesquisa, ensino, saúde e meio ambiente: um olhar voltado para a população Amazônica”, organizada pelo Hospital Universitário Getúlio Vargas – HUGV/UFAM/EBSERH, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), será realizada nos dias 27, 28 e 29 de setembro de 2023, em formato presencial, voltado ao público acadêmico e todos os profissionais da área de saúde.
O evento é uma amostra do resultado das pesquisas produzidas pela comunidade científica do HUGV, e visa contribuir de forma significativa para o desenvolvimento científico e tecnológico da Amazônia Brasileira na área do ensino, saúde e meio ambiente. Os conteúdos abordados vêm ao encontro dos anseios acadêmicos dos profissionais da saúde que necessitam de um espaço para discussão crítica, construção de indicadores, com relevância para a gestão de saúde da população da região amazônica, diante de suas particularidades e importância
A programação da jornada contará com a apresentação de importantes palestras, realização de minicursos direcionados à temática deste ano, e de apresentação de trabalhos nas modalidades oral e em pôster.
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