Pesquisa Clínica para a população amazônica é destaque na programação da X Jornada em Saúde na Amazônia Ocidental
Painel, que contou com a participação dos palestrantes Cláudia Diniz Marques, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco; Aretha Omena, da Fundação de Medicina Tropical e Robson Amorim, da Universidade Federal do Amazonas, foi moderado pelo superintendente do Hospital Universitário Getúlio Vargas, anestesista Juscimar Carneiro Nunes
Por Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam
A pesquisa clínica voltada para a população amazônica foi o tema discutido durante o primeiro painel da décima edição da Jornada em Saúde da Amazônia Ocidental.
Moderado pelo superintendente do Hospital Universitário Getúlio Vargas, médico Juscimar Carneiro Nunes, o painel realizado na manhã desta quinta-feira, 28, contou com a participação dos palestrantes Cláudia Diniz Marques, que apresentou a experiência de um centro de pesquisa clínica no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, vinculado à Rede EBSERH; da farmacêutica Aretha Omena, que apresentou a experiência do Centro de Pesquisa da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT/AM) e do professor Robson Amorim, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que apresentou a Pesquisa Clínica no âmbito do Hospital Universitário Getúlio Vargas – Ufam/EBSERH.
Pesquisa Clínica no Brasil
Ao iniciar seu pronunciamento, o superintendente do Hospital Universitário Getúlio Vargas, professor Juscimar Carneiro Nunes, apresentou um vídeo sobre os últimos 70 anos da pesquisa clínica no Brasil. Ele comentou que os dados mostram que o câncer de mama é o assunto mais estudado atualmente na área de pesquisa clínica. Em seguida, ele ressaltou o conceito de pesquisa clínica adotado no Brasil. “Pesquisa clínica, ensaio clínico ou estudo clínico são os termos utilizados para denominar um processo de investigação científica envolvendo seres humanos. É importante colocarmos nossos conceitos para identificarmos nossos gargalos”, afirmou o superintendente do HUGV-Ufam/EBSERH.
A experiência do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital de Clínicas da UFPE
Durante os debates, a palestrante Cláudia Diniz destacou que o Centro de Pesquisa Clínica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco foi inaugurado em dezembro de 2022. “A história do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital das Clínicas de Pernambuco, inaugurado no final de 2022, confunde-se com minha história pessoal. Começou com as reuniões da equipe de Reumatologia. No processo, precisamos desapegar de projetos grandiosos e nos concentramos em realizar esse sonho grande aos poucos. Nesse tempo não tinha sala de infusão ou de preparo de medicamentos, mas muita força de vontade, até que conseguimos inaugurar o espaço. Depois, partimos para o contrato do HC com a fundação de apoio do Estado. Algo que considero muito importante é ter um sistema de software. Hoje temos o Polo Trial, que é a primeira startup brasileira especializada em protocolos de pesquisa clínica. Mas o nosso sonho é maior e queremos fazer o Centro de Pesquisa Clínica crescer. E o nosso projeto tem farmácia, área de preparação de material biológico, entre outras coisas. O projeto já foi aprovado e, no momento, aguardamos dinheiro para efetivar essa ampliação”, relatou a palestrante.
Pesquisa Clínica-Desafios
A farmacêutica Aretha Omena destacou os principais desafios da pesquisa clínica no país. “É um processo complexo e desafiador. Envolve diversas etapas, da concepção do estudo até a análise dos resultados, o pouco investimento, a falta de recursos financeiros, a coordenação de diversos profissionais, a execução de diversas atividades, simultaneamente, e a observância de normas e regulamentações rigorosas. No Amazonas, o desafio é ainda maior, pelo estigma com a região, pelo isolamento geográfico, a malha aérea deficiente, pelas condições climáticas e pela infraestrutura limitada para desenvolvimento de projetos”, avaliou a palestrante.
Programação
O segundo painel da Jornada, intitulado “Simulação realística como estratégia de ensino/aprendizagem”, teve como moderadora a professora Conceição Crozara, do HUGV-Ufam/EBSERH e contou com os debatedores Hervaldo Sampaio Carvalho, da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília e Luciana Freire de Oliveira, da Faculdade de Medicina da Ufam.
À tarde, a programação segue com a Comunicação Oral de Trabalhos científicos, a palestra “Modelos inovadores de Clinical Trials – Mobile Health, Wearables e Big Data” e a mesa-redonda Estratégias para a inclusão da população indígena, ribeirinha e quilombola na saúde e na sustentabilidade ambiental.
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