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Pesquisa da Ufam cria modelo e plataforma para escolher periódicos rápidos e de alto impacto

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Coordenado pelo professor Jonas Gomes da Silva, do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), um estudo inovador resultou no desenvolvimento de uma plataforma interativa que permite analisar, comparar e selecionar periódicos científicos classificados como A1 — o mais alto nível de excelência internacional segundo o sistema Qualis, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e contempla a área de Engenharia de Produção, com aplicabilidade também nas áreas de Engenharia III, Meio Ambiente, Administração e campos multidisciplinares.

A ferramenta foi desenvolvida entre maio de 2024 e junho de 2025, pelo Laboratório Eureka, e reúne inteligência artificial, bibliometria, métodos computacionais avançados e recursos digitais. Os interessados podem  acessar, gratuitamente,  a plataforma digital e interativa AQUI

De acordo com o professor Jonas Gomes da Silva, a proposta pode ser especialmente útil para docentes, pesquisadores e discentes de graduação e pós-graduação que desejam publicar seus resultados em periódicos de alto impacto, mas enfrentam restrições orçamentárias quanto a taxas de publicação. “Os critérios de seleção priorizam transparência editorial, agilidade no processo de avaliação, impacto científico e abertura de acesso. Centralizar dados confiáveis em um só ambiente reduz tempo, aumenta a precisão na escolha de onde submeter artigos, além de evitar submissões mal orientadas, que muitas vezes resultam em rejeições ou publicações em periódicos predatórios”, explicou o coordenador.

O modelo identificou 21 periódicos Diamond (publicação gratuita), entre os 400 mais notáveis, provando que é possível publicar em revistas científicas A1 sem Taxa de Processamento de Artigos (APC), algo relevante para pesquisadores de instituições com poucos recursos. Além disso, ao organizar as informações em matriz de velocidade × impacto, a plataforma oferece estratégias claras: se o objetivo é rapidez, foca-se no Q3 (média de 91 dias para publicação); se é visibilidade máxima, Q1 é mais indicado (maior impacto). Assim, aumenta-se a chance de aceitação, citações e, consequentemente, melhora-se a avaliação de programas de pós-graduação, impulsionando a produção de qualidade.


Construindo a plataforma

A metodologia empregada para a construção da plataforma analisou um universo de 27.929 periódicos indexados no Qualis, integrando dados de três importantes plataformas internacionais: Scimago, DOAJ e Researcher Life. O resultado é uma solução digital dinâmica e acessível, voltada ao aprimoramento da produção científica e da tomada de decisão na escolha de periódicos de alto impacto. 

O modelo é dividido em quatro fases principais que representam as asas de uma borboleta. A primeira fase,  Journal with Data Preparation, é para coletar, limpar e integrar os dados, a partir de dados nacionais (Qualis, CAPES) e internacionais (SCImago, DOAJ). Na segunda fase, Notable Metrics, é a etapa que apresenta uma tabela com os indicadores e fórmulas usadas para ranquear e classificar os periódicos em relação à área central do pesquisador, impacto, velocidade de publicação, transparência e tipo de acesso. Já a terceira fase, Assessment, é dedicada a detalhar cada fórmula, calcular o tamanho da população e da amostra, além de selecionar os periódicos que compõem a amostra. Por fim, na fase chamada Score são selecionados e classificados os 400 periódicos considerados mais notáveis, com a apresentação de análises de desempenho segmentadas por tipo de periódico e por grupo editorial. 

“Também é detalhado o desempenho por área principal do Qualis, além da distribuição desses periódicos em nove quadrantes, organizados com base em indicadores combinados de velocidade de publicação e impacto, acompanhados de recomendações direcionadas aos pesquisadores para cada perfil identificado. Adicionalmente, foram empregados recursos de Inteligência Artificial (Julius AI) e plataformas digitais para desenvolver e disponibilizar um painel interativo em HTML, hospedado no site do autor e em repositórios abertos (GitHub e Harvard Dataverse). Essa interface permite que qualquer pesquisador explore os 400 periódicos, aplique filtros por área, tipo de acesso (Diamond, Hybrid, Gold OA) e métricas de impacto, além de gerar relatórios customizados em PDF, ampliando a transparência, a reprodutibilidade e a aplicabilidade prática do modelo proposto”, expôs o pesquisador.

Aberta, em conformidade com os princípios FAIR, todo o material de apoio produzido pela plataforma, incluindo figuras, planilhas e documentos complementares, foi igualmente depositado no repositório Harvard Dataverse, garantindo preservação de longo prazo, rastreabilidade, citação padronizada e ampla disseminação. Soma-se a isso, a arquitetura metodológica do modelo foi concebida de forma modular e adaptável, possibilitando que pesquisadores de outras áreas, além da Engenharia de Produção, possam aplicar suas etapas e fórmulas, realizando os ajustes necessários para contemplar as especificidades de cada domínio científico.

Ciência aberta

O professor Jonas Gomes da Silva explicou que a ferramenta é inteiramente open science e focada em ajudar pesquisadores com bons artigos, mas com baixos ou nenhum recurso para publicar. “Os dados, código-fonte, metodologia e painéis interativos são todos públicos, alinhados aos princípios FAIR. O trabalho incentiva o uso de periódicos Diamond e híbridos (com opção de escolher pagar ou não o APC), fomentando práticas de publicação mais transparentes, acessíveis e alinhadas às diretrizes da Capes, que avança para uma avaliação por artigo, e não mais apenas por estrato de revista. Além disso, contribui diretamente para os ODS da ONU, como o ODS 4 (Educação de Qualidade), ODS 9 (Inovação e Infraestrutura) e ODS 10 (Redução das Desigualdades)”, enfatizou o pesquisador.

O docente destacou ainda que esse instrumento pode ajudar no processo de internacionalização da Ufam. “Ao dar aos pesquisadores da Universidade, especialmente de cursos e regiões com menos recursos, um caminho mais eficiente para publicar em periódicos de alto impacto, aumenta-se a visibilidade internacional, a colaboração com outras instituições e o volume de produção reconhecido globalmente”, finalizou. 

O artigo detalhando a construção do modelo encontra-se disponível em versão preprint, acessível por meio do DOI: 10.20944/preprints202507.0732.v1 

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