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Capacitação sobre viveiro de mudas na Fazenda Experimental da Ufam é destaque em projeto de restauração ecológica

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Formação reúne comunitários de Reservas de Desenvolvimento Sustentável com foco em restauração de 200 hectares na Amazônia

Entre os dias 9 e 14 de julho, a Fazenda Experimental da Universidade Federal do Amazonas (Faexp/Ufam) sediou a segunda etapa da Capacitação Floresta Viva, iniciativa que integra o projeto Restauração Ecológica Produtiva. A ação é realizada pelo Idesam, em parceria com o projeto REFLORA, do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), com apoio da Ufam e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

O encontro reuniu 36 comunitários de quatro Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), com o objetivo de desenvolver planos de negócios e operacionais para a implantação de viveiros florestais nas comunidades. A capacitação faz parte da estratégia de recuperação de 200 hectares de áreas degradadas na Amazônia, por meio da produção e plantio de mudas nativas.

“A gente começou pensando na identificação das espécies botânicas que vamos trabalhar e nas sementes. Agora, vem o próximo passo: fazer essas sementes germinarem, para que virem árvores e consigamos restaurar essas áreas”, explicou Vinícius Bertin, coordenador do projeto no Idesam.

Além das oficinas práticas, a programação incluiu palestras sobre precificação, planejamento financeiro e coleta de sementes. O foco foi aprofundar temas essenciais para garantir a sustentabilidade econômica dos viveiros. Segundo Omar Velásquez, analista da Amaz Aceleradora de Impacto, é fundamental que os comunitários compreendam todos os custos envolvidos na operação. “Eles passam a ter uma visão mais ampla, especialmente sobre os custos invisíveis, como a mão de obra. Com isso, podem precificar melhor suas mudas, definir metas de produção e encontrar novos clientes”, afirmou.

A sinergia entre projetos foi apontada como um diferencial da formação. O engenheiro florestal Gustavo Brito, do IPÊ, destacou os ganhos da parceria. “Unimos forças para fazer mais pelas florestas e pelas comunidades, fomentando alternativas de renda e garantindo a permanência das pessoas em seus territórios”, declarou.

O diretor da Fazenda Experimental da Ufam, Hugo Haick Perdigão, destacou a importância da integração entre universidade e comunidades. “Eventos como este, que envolvem ativamente a comunidade externa, são fundamentais para o cumprimento dos nossos objetivos institucionais por meio da extensão universitária. Além de fortalecer os vínculos com a sociedade, promovem o intercâmbio de saberes e experiências entre a universidade e os diversos atores do desenvolvimento rural sustentável — uma área estratégica e prioritária para a nossa Fazenda Experimental. É por meio dessas ações que reafirmamos nosso compromisso com a difusão do conhecimento e com a construção de soluções integradas para os desafios do campo”, afirmou.

Para os participantes, a formação representa um passo importante na valorização dos saberes locais e na autonomia comunitária. Morador da RDS do Uatumã, o ribeirinho Aldemir Lira afirmou que o curso ampliou suas possibilidades. “Com tudo que estou aprendendo, vou poder produzir mais mudas, vender mais e até emitir nota fiscal. Isso ajuda muito lá na frente”, disse.

Também da RDS do Uatumã, Claudirleia dos Santos ressaltou a importância de multiplicar o conhecimento adquirido. “Mesmo morando dentro de uma RDS, eu não conhecia a mata como conheço hoje. Aprendi a identificar árvores, coletar sementes corretamente. Volto com orgulho e responsabilidade para cuidar da floresta — não só por mim, mas pelas futuras gerações”, afirmou.

A capacitação contou com especialistas do IPÊ, Idesam, UFAM, INPA, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), além de profissionais com experiência em viveiros comerciais e comunitários. A formação seguirá ao longo do ano, com novas etapas voltadas ao fortalecimento da cadeia de restauração ecológica de base comunitária.

 O projeto Restauração Ecológica Produtiva é financiado pelo edital Amazonas – Floresta Viva, iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de apoio a projetos de restauração nos biomas brasileiros. O edital conta com o apoio do BNDES, ENEVA, KfW e tem o FUNBIO como parceiro gestor.

Fotos e informações: Equipe Idesam

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