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Subcomitê de combate à covid-19 da FIC divulga nota técnica sobre manutenção do isolamento

Publicado: Sexta, 05 de Junho de 2020, 15h14 | Última atualização em Segunda, 08 de Junho de 2020, 16h53 | Acessos: 1591

Pesquisa realizada pelo Subcomitê de Combate à Covid-19 da Faculdade de Informação e Comunicação da Ufam, coordenado pelo professor Renan Albuquerque, estima que pelo menos 123 mil pessoas deixaram de ser infectadas e 1,2 mil vidas foram salvas por força do Decreto nº 42.087/2020, do Governo do Estado do Amazonas. Os números mostram o quão importante é a manutenção das medidas restritivas no Estado, principalmente para o trânsito de pessoas em embarcações.

A normativa analisada, de nº 42.087/2020, estabeleceu a navegação no Estado apenas para casos essenciais (cargas e alimentos perecíveis), gerando impactos socioeconômicos, porém amenizou em boa medida a taxa de contágio e espalhamento do novo coronavírus no interior do Amazonas. O estudo considerou o Rt (índice de transmissão) médio no território amazonense, avaliado com base em dados do Imperial College London/Reino Unido. Este índice quantifica a disseminação do SARS-coV-2 e registrou entre 3 e 4 para o Estado (uma pessoa pode transmitir para até outras quatro o vírus), de primeiro de abril e 12 de maio, com variância entre 1 e 2 para o período de 13 a 31 de maio.

A base de dados de Albuquerque, que também lidera o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ambientes Amazônicos (Nepam), foi conservadora, entretanto, porque tomou como ponto de partida apenas as 21 mil pessoas que, mensalmente, transitam pelo principal porto fluvial de Manaus. “Se aplicarmos a mensuração em destaque incluindo-se, além de Manaus, portos agregadores das mesorregiões do Baixo e Médio Amazonas, Alto Rio Negro, Alto Solimões, Juruá e Purus, podemos estar falando de um decreto que freou até 200 mil novos casos e evitou 2 mil mortes”, afirmou o coordenador do Subcomitê de Combate à Covid-19.

Essas avaliações corroboram outro levantamento, segundo destacou o professor Renan Albuquerque, compartilhados pelo geógrafo Maiká Schwade, professor doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (Ufam). “Nessa semana vimos que os municípios de Atalaia do Norte (no Alto Solimões) e São Sebastião do Uatumã (microrregião de Parintins) registraram suas primeiras mortes em decorrência da covid-19. Portanto, dos 62 municípios do Estado, 50 registraram óbitos por causa do SARS-coV-2, totalizando 2.138 óbitos”, afirmou Schwade, suscitando preocupação com o afrouxamento paulatino das normas de isolamento social.

O geógrafo também ressalta o seguinte, sobre a covid-19 no Estado: “ponto grave desta pandemia é o acelerado crescimento da doença em municípios pobres e distantes, com pouco ou nenhum equipamento para enfrentar esse problema de saúde pública. Isso mostra que as restrições deveriam até ser ampliadas e não reduzidas, como o Estado está planejando”, pontuou Schwade. “Embora estejamos mergulhados nesse caos, o governo estadual afrouxou as já fracas medidas de isolamento social e a tendência é de mais mortes. Em uma ou duas semanas, tudo indica que a capital voltará a apresentar crescimento no número de casos e de óbitos diários e o interior deve acompanhar esse movimento”, salientou ele.

Japurá e São Gabriel da Cachoeira registraram um terrível crescimento da doença e lideram na taxa de casos confirmados. Em Japurá foram confirmados quase 43 casos para cada mil habitantes e em São Gabriel da Cachoeira são mais de 41 por 1 mil. Manacapuru tem mais de uma morte para cada mil habitantes. Tefé e Tabatinga também se aproximam dessa triste marca, com 0,99/1000 e 0,91/1000 respectivamente. Esses três municípios são referências em suas respectivas micro regiões para diferentes serviços e dispões de uma estrutura de atenção a saúde relativamente melhor que seus vizinhos, embora muito deficitária. “Esse pode ser um indicativo importante para entender a gravidade da situação que se instalou no interior do estado. A tendência atual é de que as mortes atinjam com mais força os municípios vizinhos que nada ou quase nada tem para se defender”, concluiu Schwade.

 

Espalhamento do vírus

Foi tópico para o levantamento da redução da taxa de contágio no Amazonas desde 30 de março, anotada por Albuquerque e colaboradores, estudos sobre o cruzeiro Diamond Princess, usado como modelagem para espalhamento em ambientes de transportes marítimos e fluviais. O Diamond Princess, onde 712 passageiros e tripulantes contraíram o novo coronavírus e 10 pessoas morreram, foi alvo de experimento em Yokohama/Japão, onde ficou atracado em quarentena de 5 de fevereiro a 1º de março. O cruzeiro tem servido para o planejamento de políticas públicas de sucesso na contenção à disseminação.  

Essa taxa indica que, em espaços compartilhados de convés de barcos ou navios, uma pessoa pode transmitir até para outras 15 a doença a cada três dias ou menos. “Isso seria um desastre aqui. Imagine diversas redes, uma ao lado da outra, por seis horas, 14 horas ou até 96 horas (3 dias)”, ressaltou Albuquerque, que nesta sexta-feira (05/06) publicou dois compilados de dados qualitativos acerca do trabalho de suas equipes no fornecimento de demais informações científicas para tomadas de decisão.

 

 

 

 

 

 

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