Unesco promove vídeo informacional específico sobre covid-19 para povos tradicionais da Amazônia
Por Sebastião Oliveira
Equipe Ascom Ufam
O responsável pela elaboração do vídeo informacional sobre a covid-19 é o professor Thiago Cardoso Franco do curso de Jornalismo e membro do Grupo de Colaboradores do Subcomitê de Enfrentamento da Covid-19 do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Universidade Federal do Amazonas (ICSEZ/Ufam/Parintins). O video é promovido pela Organização das Nações Unidas para Educaçao, a Ciência e a Cultura (Unesco), por meio do Programa Youth Ambassadors do Global Alliance for Partnerships on media and information literacy, que tem como objetivos cuidar e prevenir quanto à covid-19 para cada etnia específica.
De acordo com o Thiago Franco, foram produzidos mais de 16 vídeos, mas somente 8 são de etnias específicas pelos quais atingem dezenas de comunidades. Exemplo disso é a etnia Munduruku. Ele conta que a Unesco irá divulgar o trabalho nas suas redes internacionais, mostrando todo o papel cidadão que está sendo realizado. “A partir de agora todos os nossos materiais de vídeo voltados para essas comunidades virão com a chancela da Unesco. A Universidade é o lugar de formação, mas também um lugar de fala das comunidades, que não tem voz. Somente a Universidade Pública pode gerar esse debate sem interesse financeiro, focado tão somente na dignidade humana e no acolhimento de todos os povos”, disse o docente.
O professor conta que houve um alinhamento de agendas. Assim que saíram os primeiros casos da covid-19 na Região Amazônica, começou a trocar algumas mensagens com uma das coordenadoras, da América Latina, da Health and Information Literacy Access Alliance (HILA Alliance), da Unesco, Beatrice Bonami, que foi informada quanto aos perigos da doença disseminar na floresta Amazônica. “O fato era que a Unesco já tinha um material escrito de prevenção, traduzido para o português e a instituição queria chegar até as comunidades, antes da doença. Bem, sabemos que esse processo não é tão simples. O material apesar de muito didático, na forma que estava, não faria efeito nas comunidades. Pensamos em transformar em vídeo”, explicou o professor.
Naquela ocasião, paralelamente, a Ufam montou o comitê de combate à covid-19 e, em seguida, o Subcomitê em Parintins, o qual já tinha a participação de professores, discentes, técnicos e profissionais. De forma geral, “os vídeos são voltados para a comunidade acadêmica e moradores de Parintins, mas foi solicitado a coordenadora do Subcomitê, professora Sueyla Ferreira da Silva dos Santos, a ampliação da produção de vídeos a comunidades ameríndias de toda Amazônia Legal, não apenas do Estado”.
“É de conhecimento geral que são muitas comunidades. Então, começamos envolvendo nossos alunos originários de alguma etnia. Depois passamos a ter apoio e começamos a receber vídeos de outras regiões, oriundos das próprias comunidades. Propus juntar a iniciativa que começa em um debate com a Unesco com a proposta da Ufam”, completou o docente.
Desde 2002, o professor trabalha com comunidades ameríndias, montando rádios comunitárias em aldeias, para combater cólera e DST’s, que teve financiamento do Ministério da Saúde e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O método na produção foi compartilhar o conhecimento, que segundo ele, a diversidade da linguagem e da Cultura, possibilitou o entendimento que a comunidade deve falar para comunidade, envolvendo-a. “Então, basicamente orientamos uma liderança da etnia, com dados simples e fundamentados, sobre os cuidados e perigos da doença”, disse o professor.
“A estratégia é ser didático, simples, mas com uso de informação correta. A infopandemia não é desinformação, é a falta de capacidade humana de tratar o big data, grande volumes de dados. Não é a olho nu, que tratamos os dados. Existem ferramentas de captura, que separam as informações corretas das falsas. Outra forma é buscar fontes confiáveis. Em redes digitais, com fontes confiáveis podemos tratar a informação de modo responsável. Por isso, consultamos os dados da Unesco, fazemos pesquisas locais etc.”, finalizou o professor o professor.
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