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Egresso adapta capacete de Hood para melhor tratamento de pacientes de covid-19

Publicado: Quinta, 09 de Abril de 2020, 15h07 | Última atualização em Segunda, 20 de Abril de 2020, 16h08 | Acessos: 8391

Por Sandra Siqueira
Equipe Ascom Ufam 

 
Com o aparelho aperfeiçoado é possível oferecer maior comodidade tanto para o paciente quanto para a equipe médica, além de manter a segurança de todos quanto ao risco de contaminação pelo coronavírus. O ex-aluno da Ufam e responsável pelo projeto, Fram Canto, está disponibilizando o modelo para que outras empresas possam produzi-lo e ajudar no tratamento dos infectados hospitalizados. 
 
Egresso da turma de administração de 2008 de Parintins, Fram Canto desenvolveu a melhoria do capacete de Hood, utilizado para permitir a oxigenação de pacientes com problemas respiratórios, em resposta à solicitação de médicos do Hospital Regional Doutor Jofre Matos Cohen, que notaram a dificuldade de acesso ao produto original, o que seria superado com a produção local deste. Desenhado por Fram Canto, a cápsula respiratória foi construída em poucos dias e submetida à avaliação dos profissionais do hospital do município. "O projeto começou com a falta de materiais de proteção no hospital daqui, então, criamos a campanha 'Todos Contra o Coronavírus'. Foi quando, em conversas com os médicos, soube que os pacientes iriam precisar de capacetes de Hood, mas seria difícil para o município conseguir esses aparelho porque aqui não tinha. Então, tivemos a ideia de construir um modelo semelhante", conta o egresso. "Da ideia ao primeiro protótipo foram dois dias. Depois fizemos alguns ajustes e enviamos os protótipos para o Hospital Jofre Cohen e os médicos fizeram uma bateria de testes e todos aprovaram, principalmente, pela não disseminação do vírus. Como a cápsula é bem vedada, é possível manter vários pacientes na mesma UTI sem risco de contaminação", declara.
 
Integrante do grupo de médicos que participou da criação da cápsula, o anestesiologista e diretor clínico em exercício do Hospital Regional Doutor Jofre Matos Cohen, Daniel Tanaka, diz que o capacete de Hood estava sendo muito usado na Itália como barreira para não haver contaminação cruzada entre os pacientes e também para os profissionais. "A gente viu que eles faziam cápsulas pequenas, claustrofóbicas, então, avaliamos que seria necessário fazer algo um pouco mais arejado para ter uma maior circulação de ar e que fosse mais confortável para o paciente", expõe. "A ideia é se construir microambientes que desfavoreçam a dispersão em massa do vírus. Isso não significa que é 100% hermético. É uma barreira de proteção, de diminuição de passagem de gotículas", explica o médico. "Há o isolamento, tem uma barreira, uma quebra da continuidade da dispersão da gotícula, então, não tem como testar isso agora, nesse contexto. A gente vai saber se fizer uma análise do paciente sadio, a gente teria que fazer uma análise do ar, algo que não tem nem como a gente contar com engenheiro clínico no município. Se a gente tivesse uma equipe de engenharia clínica aqui, a gente poderia fazer os testes com maiores especificações. Por isso mesmo, a ampliação desse projeto deve prever todos esses testes, mas no contexto que a gente está, estamos tentando aprimorar uma técnica para diminuir, não eliminar, a contaminação cruzada", completa.
 
Segundo Tanaka, as cápsulas somente serão utilizadas caso não haja mais condições de manter um paciente por quarto, o que não condiz com a realidade de nenhum hospital público do Brasil. "No momento, elas não estão sendo utilizadas, estão sendo fabricadas. Mas quando estivermos com dois ou três pacientes no mesmo quarto, ela vai diminuir a probabilidade de contaminação", informa.
 
Diante dos desafios impostos pela pandemia, a disposição e a engenhosidade de pessoas como Fram Canto tem sido de grande ajuda já que o empresário dispôs o projeto da cápsula respiratório ao acesso de todos que tenham as condições de desenvolvê-la. "Vamos ceder o projeto e vídeos ensinando como se deve fazer a cápsula. Qualquer pessoa ou empresa que tenha máquina de cortar a laser e acrílico pode construir uma, é muito fácil de produzir, é muito prática e mais segura. É só entrar em contato do nosso e-mail e telefone. Temos uma capacidade pequena de produção e assim vai dar para ser feita em grande escala para atender a demanda dos hospitais que precisam manter o isolamento dos pacientes", ressalta. "Agora estou construindo uma cápsula de transporte porque tem a dificuldade tanto em Manaus quanto no Brasil todo para as ambulâncias do Samu e as gerais. O paciente que está em casa e tem que ser coletado, precisa vir nessa ambulância acompanhado pelos médicos e enfermeiros, então, é necessário que tenha uma proteção para não contaminar essas pessoas que acompanham. Eu já estou desenvolvendo, está em fase de acabamento", revela.
 
 

 

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