Instituto de Natureza e Cultura produz material de orientação sobre o Covid-19 aos indígenas da etnia Ticuna
Denominada Campanha “Fica na comunidade”, a iniciativa fortalece ações do Comitê de Enfrentamento do Surto epidemiológico de Coronavírus da Universidade Federal do Amazonas no interior do Estado
Por Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam
O Instituto de Natureza e Cultura (INC), unidade acadêmica da Ufam no município de Benjamin Constant, produziu material voltado a orientar indígenas da etnia Ticuna acerca de como combater o Coronavírus, ou Covid-19, doença declarada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A iniciativa de produção do material é da docente do Colegiado de Ciências: Biologia e Química do INC, professora Taciana de Carvalho Coutinho. Ela atua há quase 11 anos no Instituto de Natureza e Cultura e conta como a ideia da campanha denominada 'Fica na Comunidade' surgiu. “A minha ideia, inicialmente, era reunir, via WhatsApp, nossos alunos indígenas para passar algumas orientações, considerando a expressiva presença dos indígenas nas cidades, pois eles saem das comunidades para venderem seus alimentos nas ruas, mercados, na beira dos rios, sendo bastante vulneráveis à contaminação. Então, eu passei algumas frases para que fossem traduzidas para a língua ticuna e a campanha foi sendo construída como um apelo para eles ficarem em suas comunidades e deixarem apenas os não-índios comprarem no supermercado. Nós agradecemos muito a eles pelos alimentos que vendem na cidade mas, nesse momento de pandemia, precisamos que fiquem em suas comunidades e a campanha é uma maneira de chamar a atenção para o perigo deles transitarem nas ruas nessa época de pandemia”, enfatizou a docente.
Ela também destacou a colaboração de alguns alunos ao longo da construção da campanha. “Fizemos juntos esse material. O Isanildo Moçambite de Souza tem um grande destaque no trabalho, assim como o Nilson Agostinho, a Monique Inácio, a Edivania Luciano Fidélis e a Sandra Clemente, que ajudaram na tradução do material que agora é distribuído entre professores, alunos indígenas e não-indígenas, além de a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) realizar a distribuição online da nossa produção. A Universidade é muito importante para a formação dos alunos indígenas e eles sabem que podem contar conosco sempre”, destacou a professora, acrescentando que o material também será divulgado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), Diocese e demais instituições locais e regionais.
Fortalecimento do Comitê
O vice-presidente do Comitê de Enfrentamento do Surto epidemiológico de coronavírus da Universidade Federal do Amazonas, professor Pedro Elias de Souza, afirma que esta iniciativa é mais um serviço da Universidade voltado a combater a pandemia no Amazonas. “É uma ação importantíssima porque tem o propósito de manter informada uma população extremamente vulnerável, que é a população indígena. O Amazonas tem a maior população indígena do Brasil e a Ticuna é a maior do país, declarou. A iniciativa precisa ser ampliada, quem sabe com a produção de vídeos em língua ticuna abordando a prevenção. Vamos entrar em contato com a professora para colocar o programa de Telessaúde da Universidade para apoiar a iniciativa, estendendo para outras etnias”, declarou o docente.
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