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Conselho Universitário concede título de Professor Emérito a Aloysio Nogueira de Melo

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A sessão solene ocorreu no dia 17/12 e contou com a participação de conselheiros, familiares e amigos de trajetória acadêmica e política do professor aposentado.

Em sessão solene do Conselho Universitário (Consuni), Aloysio Nogueira de Melo recebeu o título de Professor Emérito da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) nesta quarta-feira (17/12). O título reconhece docentes aposentados que tenham alcançado posição eminente no Ensino, na Pesquisa e na Extensão. 

A cerimônia foi presidida pela reitora da Ufam, professora Tanara Lauschner, e contou com a participação de conselheiros, familiares e amigos de trajetória acadêmica e política do professor Aloísio de Melo.

Em seu discurso de agradecimento, Aloysio Nogueira relembrou sua atuação tanto na docência como nos movimentos sociais. Os tempos de censura na Ditadura Civil-Militar (1964-1985) foram enfatizados pelo homenageado, que se viu obrigado a enterrar e queimar livros para evitar perseguições.

“Companheiros e companheiras, a minha vida tem sido em busca de uma sociedade solidária. Em busca que a juventude tenha uma educação capaz de trazê-la para o mundo, onde todos nós podemos viver melhor do que o que nós vivemos naquele tempo de ditadura. Somente com uma universidade pura, com capacidade de ter com os estudante uma consciência política de liberdade, nós poderemos realmente viver melhor”, declarou Aloysio Nogueira. 

Compromisso com a democracia
Presidindo a sessão, a reitora Tanara Lauschner destacou a luta do professor aposentado pela democracia brasileira: “A outorga do título de Professor Emérito ao professor Aloysio Nogueira de Melo é acima de tudo um gesto de justiça histórica e de reconhecimento coletivo. O título não se concede apenas a quem ensinou bem, pesquisou bem ou ocupou cargos importantes. Ele é concedido a quem fez da universidade um espaço de sentido, de disputa democrática, de formação humana e de compromisso com a sociedade”. “A história do professor Aloysio se confunde com a história da educação no Amazonas e com a própria história de luta pela democracia no Brasil”, acrescentou a reitora. 

A diretora do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), Iraildes Caldas Torres, apontou a atuação do homenageado nos movimentos sociais e na luta sindical: “Prestar uma homenagem ao professor Aloysio Nogueira supõe homenagear o sujeito coletivo que marcou uma época. Um sujeito de práxis, de sangue político, de luta e de construção dos organismos de luta”. 

Referência para alunos e professores
Dorinethe dos Santos Bentes, conselheira do Consuni e professora da Faculdade de Direito da Ufam, apresentou o currículo de Aloysio Nogueira. A docente se emocionou ao relembrar experiências vivenciadas com o homenageado e ao apontá-lo como uma referência acadêmica e de vida pessoal. 

“Eu e muitos colegas que estamos aqui somos, na verdade, fruto do que o senhor plantou nesta universidade. O senhor construiu muito do que nós temos hoje. Essa homenagem que está sendo feita talvez não seja o suficiente, mas ela é muito importante porque a universidade está fazendo algo, que muito não se faz, que é homenageá-lo em vida. De uma menina que conheceu o senhor aos 14 anos e hoje está aqui no Consuni, eu lhe agradeço imensamente”, disse a conselheira. 

O professor do IFCHS Francisco Jorge dos Santos realizou o discurso panegírico, momento de elogio à trajetória do homenageado. “O Aloysio pertencia e pertence ao estrato social do povo trabalhador”, afirmou o docente ao ressaltar a contribuição histórica do professor aposentado para os movimentos sociais.

A homenagem da Associação dos Docentes da Ufam (Adua) a Aloysio Nogueira, o qual foi um dos fundadores da seção sindical, foi realizada pelo 2º vice-presidente da Adua, José Alcimar de Oliveira, professor do IFCHS, com a entrega de livros ao homenageado. 

Trajetória dedicada à luta social e à universidade
Aloysio Nogueira de Melo dedicou 42 anos de trabalho à Ufam, tendo ocupado diversos cargos administrativos na universidade como a direção do então Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHL), chefia do Departamento de Filosofia e coordenação do Curso de História no Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor). Foi um dos fundadores do curso Licenciatura Plena em História, no Amazonas, em 1980.

Mesmo após a aposentadoria em 2012, o docente continuou atuando no Parfor, tendo contribuído para a formatura de dez turmas no interior do estado do Amazonas (Coari, Eirunepé, Manicoré, São Gabriel da Cachoeira, Iranduba, Manacapuru). Sempre mantendo o laço afetivo e o compromisso com a universidade, doou toda sua biblioteca pessoal, com mais mil volumes, ao Departamento de História da Ufam.

Aloysio Nogueira também é uma referência no movimento social, sindical e político no Amazonas. Foi um dos fundadores da Adua, da Associação Profissional dos Professores do Amazonas (APPAM) e do Partido dos Trabalhadores (PT) no Amazonas. Também exerceu o mandato de vereador, eleito no pleito de 1992.

Prêmio
Em reconhecimento à sua destacada atuação na docência, a Associação Nacional de História – seção Amazonas (Anpuh-AM) instituiu, no ano de 2021, o prêmio Aloysio Nogueira, com o objetivo de premiar “práticas pedagógicas desenvolvidas por professores da Educação Básica associados à Anphu-AM, em Escolas Públicas ou Privadas do Estado do Amazonas, voltadas ao ensino e aprendizagem da história”.

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