Visita técnica discute recuperação e futuro uso da “Jaqueira”, prédio histórico da Faculdade de Direito da Ufam
Na manhã desta quinta-feira, 28 de agosto, uma visita técnica ao prédio histórico da antiga Faculdade de Direito da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), localizado na Praça dos Remédios, no centro de Manaus, marcou mais um passo no processo de recuperação do espaço, conhecido como “Jaqueira”. O encontro reuniu representantes da gestão superior da Ufam, da Faculdade de Direito, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Arquidiocese de Manaus e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (Sec), que debateram sobre a revitalização do imóvel e possíveis novos usos sociais e institucionais após sua reforma.
Segundo o vice-reitor da Ufam, professor Geone Maia Corrêa, o momento representa a abertura de diálogo antecipado para viabilizar a utilização do espaço pela sociedade. “Hoje foi um momento bastante importante essa visita com o arcebispo de Manaus, com a Jane Fontenelle, diretora do Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, além da superintendente do Iphan, a doutora Beatriz Calheiros. Nosso objetivo é alinhar o futuro do uso do prédio da Jaqueira, pertencente à Universidade Federal do Amazonas. Estamos nos empenhando junto à bancada federal do Amazonas para conseguir recursos para a reforma, mas já buscando parcerias para que os espaços tenham um uso compartilhado assim que for concluída. Essa ocupação poderá beneficiar diretamente a sociedade e também fortalecer a preservação do centro histórico de Manaus”, destacou Corrêa.
A superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiros, destacou que a visita faz parte de um esforço conjunto para otimizar e acelerar o processo de revitalização. “O Iphan participou hoje da visita técnica com o vice-reitor, professor Geone, com o diretor da Faculdade de Direito, professor Adriano Fernandes Ferreira, e com a SEC, que faz parte desse grupo de trabalho que atua junto à nova gestão da universidade para garantir a recuperação da Jaqueira e também os seus novos usos. Hoje recebemos a Arquidiocese de Manaus, com o cardeal Dom Leonardo, a fim de que possamos, com esse grupo de interesse, pensar novos usos, otimizar a questão do imóvel e acelerar as possibilidades de recuperação”, explicou.
O arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner, também participou da inspeção e ressaltou a importância histórica e cultural do prédio. “Nós estamos fazendo a visita aqui ao prédio da antiga Faculdade de Direito. É um prédio que tem um significado para a cidade, um significado também para o mundo jurídico, mas também arquitetônico. Então é importante nós tentarmos preservar essa memória, não nos desfazermos dela. Vamos ver como a Arquidiocese pode contribuir no sentido de ter esse espaço como um lugar onde possa exercer também o seu ministério, especialmente no atendimento à questão dos pobres. E também pensar na questão jurídica, já que muitas pessoas buscam apoio da Ufam. Talvez, com a ajuda da própria Universidade Federal, possamos trabalhar em conjunto.”
A história da “Jaqueira”
Criada em 17 de janeiro de 1909, sob o nome de Faculdade de Ciências Sociais e Jurídicas, a atual Faculdade de Direito (FD/Ufam) é a unidade acadêmica mais antiga da universidade. Conhecida como “Jaqueira” por conta da árvore frondosa que ficava em frente ao prédio no Largo dos Remédios, a instituição foi o marco inicial do ensino superior jurídico no Amazonas.
Originalmente vinculada à Escola Universitária Livre de Manaós, teve seu curso de Direito reconhecido pela Lei n.º 601/1909. Com a extinção da escola, a faculdade foi a única remanescente, passando a integrar a Universidade do Amazonas (UA), criada em 1962. Em 2002, com a mudança de nome para Universidade Federal do Amazonas (Ufam), passou a ser chamada oficialmente de Faculdade de Direito.
O prédio histórico da Praça dos Remédios está desativado desde 2012. Sua recuperação é considerada fundamental não apenas para preservar o patrimônio material, mas também como forma de valorizar a memória da formação jurídica no estado e de oferecer novos serviços à população manauara.
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