Seletor idioma

Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Notícias > Encontro entre a comunidade científica da Amazônia e a presidência da COP30 ocorre na Ufam, nos dias 19 e 20 de agosto
Início do conteúdo da página

Encontro entre a comunidade científica da Amazônia e a presidência da COP30 ocorre na Ufam, nos dias 19 e 20 de agosto

Acessos: 402

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) será a anfitriã do encontro preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, cujo objetivo é entregar o documento contendo um conjunto de contribuições da comunidade acadêmica e científica da região amazônica ao presidente da COP30 no Brasil, embaixador André Aranha Corrêa Lago. O evento pré-COP30 é realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e será nos dias 19 e 20 de agosto, no setor Sul do campus Sede da Ufam, localizado na avenida Rodrigo Otávio, 1.200, Coroado I.

A comissão organizadora é composta pelos seguintes órgãos e entidades: Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, vinculado à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República; Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes/Norte); Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif/ Norte); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz (MS); Instituto Evandro Chagas (IEC/MS); Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG); Rede de Universidades Estaduais da Amazônia Legal (Abruem); além das Universidades Federais do Amazonas e do Pará (Ufam e UFPA).

Dirigida às instituições de ensino superior, pesquisa e inovação e às redes científicas e tecnológicas com atuação regional, a iniciativa se concretizará, no primeiro momento, pela submissão do documento ao evento e, em seguida, pela sua entrega formal à Presidência da COP30. Segundo a organização nacional, o conjunto de ações, programas ou tecnologias desenvolvido no âmbito dessas entidades devem indicar as contribuições sobre a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), o aumento da resiliência climática de ecossistemas e populações vulneráveis, e o fortalecimento de soluções sustentáveis baseadas na interlocução entre o conhecimento científico e o originário.

Precisamente, o evento pré-COP30 apresentará a Ciência da Amazônia como um ativo estratégico do Brasil para a implementação das metas climáticas do País, alinhadas ao Plano de Transformação Ecológica, à Nova Indústria Brasil, aos componentes estratégicos de adaptação e mitigação do Plano Clima e à Agenda de Ação da Conferência e seus seis eixos e 30 objetivos-chave, a partir desta realidade. Ao considerar a meta nacional de redução das emissões líquidas de GEE de 59% a 67% até 2035, com base nos níveis de 2005, o foco das contribuições são as ações concretas que podem ser implementadas na Amazônia, com base em ciência, tecnologia, inovação e saberes tradicionais.

Ações em seis eixos temáticos

Ainda durante a COP29, ocorrida em 2024, foram estabelecidos seis eixos temáticos para agregar as contribuições nacionalmente determinadas, cuja sigla em inglês é NDC, e que serão a base para a elaboração da NDC brasileira referente à década de 2025 e 2035. Os eixos temáticos são: 1) Transição nos setores de energia, indústria e transporte; 2) Gestão sustentável de florestas, oceanos e biodiversidade; 3) Transformação da agricultura e dos sistemas alimentares; 4) Construção de resiliência em cidades, infraestrutura e água; 5) Promoção do desenvolvimento humano e social; e ainda 6) Objetivos transversais – Catalisadores e aceleradores, incluindo financiamento, tecnologia e capacitação. Esses eixos se desdobram em temas específicos, alcançando 30 subitens.

A contribuição das instituições amazônicas é resultado de décadas de financiamento público em esforços de Pesquisa, Extensão, formação superior e tecnológica, envolvendo mais de 400 unidades institucionais presentes nos nove estados da Amazônia Legal. Os cerca de 500 programas de pós-graduação na região estão engajados nas diversas áreas de conhecimento sobre as dinâmicas ambientais, sociais e econômicas associadas às florestas tropicais e a suas interações urbanas e continentais.

Protagonismo da Ufam

Com mais de 27 mil estudantes matriculados, 123 cursos de graduação e quase 40 de pós-graduação stricto sensu, mais de 1.800 docentes e número superior a 1.600 técnico-administrativos em Educação (TAEs), a Ufam é protagonista na produção técnico-científica em relação às mudanças do clima, com trabalhos concluídos ou em andamento no campus localizado na capital amazonense, mas também nos seus cinco campi instalados nas cidades de Benjamin Constant, Coari, Itacoatiara, Humaitá e Parintins.

Ao consolidar as centenas de iniciativas em torno do tema central das mudanças climáticas que têm sido conduzidas nos últimos dez anos por pesquisadores, extensionistas e pessoal técnico da Universidade, a coordenação institucional do Encontro preparou um compilado de informações sobre projetos que já tenham resultados finais ou parciais. Desse modo, a comunidade técnico-científica da Ufam revela seu protagonismo ao propor soluções que sejam capazes de mitigar os efeitos das mudanças climáticas e indicar uma série de estratégias de adequação, políticas públicas e ações regionalizadas, considerando, no processo, o contexto amazônico e as demandas de grupos vulnerabilizados de maior representatividade no Norte brasileiro.

A coordenação institucional do evento na Ufam mapeou, a partir de dados de relatórios oficiais e com pesquisa direta junto à comunidade universitária, as iniciativas desenvolvidas em várias frentes. Isso significa que o enfrentamento da emergência climática e suas consequências estão sendo investigadas sob uma diversidade de óticas, desde o ensino de graduação, passando pela extensão e alcançando os projetos de pesquisa em nível de mestrado, doutorado e pós-doutorado, além das contribuições de outros segmentos.

“Considerando os seis grandes eixos de ação definidos para a COP30, apenas no levantamento voluntário de projetos com a comunidade acadêmica, realizado em julho de 2025, identificamos a proporção de projetos e ações majoritariamente entre os eixos de Gestão sustentável de Florestas (28,1%), oceano e Biodiversidade, Construção de Resiliência em Cidades, Infraestrutura e Água (22,8%), e Promoção do Desenvolvimento Humano e Social (21,1%)”, frisa o diretor do Centro de Ciências do Ambiente (CCA) e coordenador local, professor André Mendonça.

Esses dados dão conta das grandes preocupações entre os pesquisadores da Ufam que atuam no tema das mudanças climáticas, que vão desde a sustentabilidade das florestas e da biodiversidade até o aspecto humano e social, passando por problemas enfrentados nas cidades amazônicas, e que envolvem urbanização, infraestrutura e água. Contudo, a atuação da Ufam inclui todos os 30 objetivos listados na Quarta Carta da Presidência da COP30.

“O mesmo levantamento obteve pelo menos uma ação catalogada em cada um dos trinta objetivos, com maior concentração em projetos que aderem aos Esforços para conservar, proteger e restaurar a natureza e ecossistemas com soluções para o clima, biodiversidade e desertificação, bem como os objetivos Educação, capacitação e geração de empregos para enfrentar a mudança do Clima, Bioeconomia e biotecnologia, e Governança, capacidade do Estado e fortalecimento institucional para a ação climática, planejamento e preparação”, detalha ainda mais o professor André Mendonça, responsável por sistematizar o documento.

Confira os 6 eixos temáticos

a) Transição nos setores de energia, indústria e transportes;

b) Gestão sustentável de florestas, oceanos e biodiversidade;

c) Transformação da Agricultura e sistemas alimentares;

d) Construção de resiliência em cidades, infraestrutura e água;

e) Promoção do desenvolvimento humano e social; e

f) Objetivos Transversais – Catalisadores e aceleradores, incluindo financiamento, tecnologia e capacitação.

A seguir, o gráfico elaborado pelo Centro de Ciências do Ambiente (CCA) apresenta a distribuição percentual das contribuições da Ufam por eixo temático:

registrado em: ,
Fim do conteúdo da página