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Nota de pesar - professor aposentado da Faculdade de Medicina, Menabarreto Segadilha França

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A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) comunica, com grande pesar, o falecimento do professor Menabarreto Segadilha França no domingo, 25 de dezembro. O professor Menabarreto ingressou na Ufam em 1976, como docente da Faculdade de Ciências da Saúde. Já como diretor da Faculdade de Medicina da Ufam, implantou o internato rural do curso em 1987, inicialmente em Mocambo e Caburi, comunidades de Parintins, levando assim os profissionais de medicina para o interior do Amazonas. Inicialmente sob muitas críticas, o internato rural da Ufam é hoje o que mais resulta em interiorização de médicos após a formatura.

"O professor Menabarreto Segadilha França liderou o processo de interiorização do curso de medicina da Ufam, com o internato rural. Além disso, como ativista social, participou de grandes lutas,  em defesa do SUS e da Universidade Pública e Gratuita. Fica uma grande lacuna em nossa Instituição.", lamentou o reitor da Ufam, professor Sylvio Puga.

“E hoje a Saúde Coletiva, a Medicina, o Internato Rural e o SUS no Amazonas estão de luto pela perda de um dos seus mais intransigentes defensores. Menabarreto Segadilha França concluiu sua carreira neste plano e passou para a imortalidade nas memórias de quem o compreendeu e respeitou. O Guerreiro descansou. Sua marca registrada era o bem coletivo.

Sua luta sempre foi a defesa do SUS, da educação de qualidade, do meio ambiente preservado, do controle social e da formação de médicos com competência universal e compromisso social regional. Jamais desistiu de lutar pela saúde da população do interior do Amazonas.”, ressaltou a chefe do Departamento de Saúde Coletiva da FM, Heliana Feijó.

“Foi um professor de personalidade forte, atuava com independência de ideias e livre arbítrio. Defensor incondicional da atenção primária e da visão não hospitalocêntrica, também era o ponto de equilíbrio entre as diversas facções ideológicas dentro da Faculdade de Medicina e do Hospital Universitário.

Seu legado é grande, pois sempre buscava a retidão nas ações da atuação docente e na assistência à saúde, seja na atenção primária ou hospitalar. A saúde pública está órfã de seu principal protagonista no Amazonas.”, afirmou o superintendente do Hospital Universitário Getúlio Vargas, Juscimar Carneiro.

"Tive a honra de fazer parte desta história como o primeiro aluno [do internato rural], junto com outros companheiros, a viajar para uma comunidade ribeirinha do Estado e ali permanecer por mais de 40 dias. Ali pude conhecer melhor meu professor Menabarreto. Para alguns, era polêmico. Para outros, um sonhador sem grandes propósitos reais.

Para mim, que com ele convivi e de cuja amizade tenho absoluta convicção de que privava, dito aliás pelo próprio, Mena era acima de tudo, um visionário. Convicto de suas lutas. Cioso com seus ideais libertários e progressistas. Sua trajetória foi marcada pela defesa inarredável do ensino médico público e de qualidade; pela defesa da saúde pública acessível, igualitária, equânime e democrática. Para todos.", expôs o professor Pedro Elias de Souza.

“Menabarreto Segadilha França foi um professor-médico singular. Foi um homem preocupado com o homem que sofre. Foi um defensor polêmico de suas ideias, mas sempre as expondo para que fossem contestadas. Não se escondia dos debates. Na Faculdade de Medicina , de onde foi diretor, deixa o legado do Internato Rural, uma ação transformadora na construção de médicos e médicas, ensinando-o(a)s que devemos estar onde o povo está, e que o nosso local mais bonito de atuação é sempre aquele que traz conforto, saúde e esperança para aqueles que estão no leito da dor.”, palavras do diretor da Faculdade de Medicina da Ufam, professor Edson Andrade.

“Quero expressar minha tristeza pelo falecimento do estimado colega, professor Menabarreto Segadilha França, ocorrido ido neste dia 25 de dezembro (dia do Natal), no HUGV/Ufam. Ele era um homem de ideias e defensor ferrenho das mesmas! Deixa grandes lições dentro da Medicina Preventiva e Social e do Sistema Único de Saúde (SUS), área de sua atuação desde 1975, bem como na Educação Médica. Além de professor, foi diretor da FCS (Faculdade de Ciências da Saúde: Medicina, Odontologia, Farmácia). Participou de incontáveis trabalhos de extensão, fundou o Estágio Rural / Internato Rural. É de boa lembrança que, nos anos 1970, também fez parte do grupo de médicos que fundaram o Hospital Tropical. Era conhecido por todos que orbitavam ao seu redor por ser muito polêmico e questionador. Fez da Universidade a sua casa, como muito poucos.  Ficam, para os seus quase 5000 ex-alunos, as muitas lições teóricas, práticas e revolucionárias! Foram grandes lições de vida, pelas quais será recordado com carinho, respeito e admiração.” declarou o professor Dirceu Benedito Ferreira, ex-diretor da Faculdade de Medicina.

“Hoje não lhes darei bom dia pois nossa Universidade sofreu uma grande perda . Excelente e  dedicado professor, chegou a ser diretor do curso de medicina . Como professor de Saúde Coletiva, dedicou-se muito a melhorar a saúde dos mais necessitados, lutando bravamente pela melhoria do SUS.  Sofreu muito , vítima de uma enfermidade cruel e incurável. E nas últimas horas do dia de Natal, Deus o carregou no colo para Sua Eterna Morada. Era agnóstico e polêmico, mas sempre honesto e muito sensível às necessidades dos menos favorecidos. Soube de sua conversão , aceitando Deus e permitindo que lhe fosse administrada  a unção dos enfermos. Acredito que o fato de ele ter partido no dia do nascimento do Filho de Deus, foi um ato divino, para nos comunicar  que Ele o perdoou e o recebeu em Seu Reino. Rezarei por ele e os convido a fazerem o mesmo. Daí-lhe Senhor o eterno descanso. Entre os resplendores da Luz Perpétua, fazei com que Menabarreto Segadilha França descanse em paz. Amém”, publicou Laize Brito, docente aposentada da Faculdade de Medicina, em rede social.

A família informa que não haverá velório e sepultamento, pois o corpo será cremado nesta segunda-feira, 26 de dezembro.

 

 

 

 

 

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