Professora titular da Ufam, Patrícia Melo é homenageada na Assembleia Legislativa do AM
Entres as principais produções da pesquisadora, estão as obras “O Fim do silêncio: presença negra na Amazônia”, de 2011, e “Espelhos Partidos: etnia, legislação e desigualdade na colônia”, de 2012
Texto: Ascom/Ufam
Com inf.: Diretoria de Comunicação da Aleam
Na II Edição do Prêmio Nestor Nascimento, em que a Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) celebra o Dia da Consciência Negra, a professora titular da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Patrícia Melo foi premiada pelo “Conjunto da Obra – respeito, visibilidade resgate histórico e luta contra o racismo”. A solenidade ocorreu na manhã desta quinta-feira, 21, no auditório Senador João Bosco, localizado na Escola do Legislativo da Aleam, e contou com a apresentação de danças e exposição de comidas que expressam a cultura negra.
Além da premiação da docente aposentada da Ufam, foram agraciados grupos e personalidades de destaque nas categorias: Feminismo Negro (ialorixá Mãe Nonata Correa, líder do Movimento de Mulheres do Amazonas); Atividades Culturais com enfoque na Afrocultura (Associação Crioulas do Quilombo Urbano Barranco de São Benedito); Preservação da Fé e Luta contra a intolerância religiosa (Mãe Emília de Tóy Lissá, Tambor de Mina); e Protagonismo Negro (Coletivo ‘Ponta de Lança’).
Presença negra no Amazonas
Patrícia Melo é titular do Departamento de História da Ufam, doutora em História (UFF/RJ) e bolsista de produtividade do CNPq. A professora atua nas áreas de História Indígena e Indigenismo, História colonial/imperial (Brasil) e História da escravidão africana na Amazônia. Participa do Mestrado/Doutorado em História na mesma instituição. Além disso, é autora de vários capítulos, artigos e livros, entre eles “O Fim do silêncio: presença negra na Amazônia” (2011) e “Espelhos Partidos: etnia, legislação e desigualdade na colônia” (2012).
Após receber a premiação pelo conjunto da obra na qual debate sobre a presença negra no Amazonas, a professora Patrícia Melo revelou gratidão pelo reconhecimento do vasto trabalho como um ganho para a Academia e para toda a sociedade amazonense, pondo a Universidade em lugar de destaque na produção científica e cultural sobre a temática. "Sou professora e pesquisadora de uma Universidade Pública e, portanto, compartilho o Prêmio com a Ufam com imenso orgulho. Tive a honra de dividir o dia com as outras premiadas, todas mulheres extraordinárias e comprometidas com a luta antirracista. Esta é uma luta que só faz sentido porque muitos se comprometeram com ela antes de nós. Minha tarefa, como historiadora, é não deixar esquecer”, destacou a agraciada.
Sobre o prêmio
É oferecido em reconhecimento aos movimentos e personalidades que atuam em atividades voltadas para a promoção da igualdade racial e combate ao racismo na sociedade amazonense. O prêmio faz parte das atividades do programa Educando pela Cultura, realizado pela Escola do Legislativo Senador José Lindoso, com o objetivo de levar aos alunos de escolas públicas os debates sobre temas atuais e que podem ser trabalhados de forma transversal na educação, contribuindo para ampliar as experiências dos estudantes e o crescimento social.
Nestor José Soeiro do Nascimento, que dá nome ao prêmio oferecido pela Escola do Legislativo da Aleam, foi um líder negro da história recente do Amazonas, com marcante atuação na luta e conquista dos direitos civis da população negra no estado. Nascido em Manaus, no dia 11 de dezembro de 1947, era de uma tradicional família do bairro da Praça 14 de Janeiro, Zona Sul, onde viveu e estudou. Ele fundou a Associação dos Moradores e Amigos da Praça 14 e foi sócio-fundador da Escola de Samba Vitória Régia.
Consciência Negra
A Lei nº 12.519/2011 instituiu o dia 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra. A data foi escolhida por ser o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Zumbi foi escravo, líder da luta contra a escravidão e líder do Quilombo dos Palmares.
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