Por Cristiane Souza
Para dar início às atividades do VII Fórum Acadêmico de Alto Nível China – América Latina, cuja programação segue até sexta-feira, 21, o reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Sylvio Puga, recebeu o vice-presidente da Universidade de Hubei, doutor Jiang Tao, na tarde de quarta-feira, 19, para a assinatura de um Acordo de Cooperação Estudantil para viabilizar o intercâmbio intercontinental de discentes entre as instituições.
Nas palavras do reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, formalizar a primeira parceria acadêmica com uma instituição chinesa é um grande momento na trajetória da Universidade Federal do Amazonas, tendo em vista as intensas relações comerciais e econômicas entre o Brasil e a China e a expertise do país asiático na área de produção científica. “Esse é um passo importante da nossa presença no cenário internacional”, avaliou o gestor.
“Hoje, a China é vice-líder mundial em produção científica, além de ser a segunda economia mais forte do planeta. O nosso objetivo agora é fortalecer o intercâmbio acadêmico e fomentar a internacionalização da Ufam na área de ensino e pesquisa”, destacou o docente, fazendo referência ao ineditismo da parceria ora firmada.
“Nós vamos construir uma agenda em comum entre a nossa Universidade e a Universidade chinesa nas áreas de interesse que nós entendemos que são estratégicas para ambas as instituições”, afirmou o professor Sylvio Puga. “Na Ufam, também temos expertise em cursos no Instituto de Computação (Icomp), na Faculdade de Tecnologia (FT), na Faculdade de Letras (Flet) e na Biotecnologia, por exemplo. O avanço será para os dois lados”, apontou.
O vice-presidente da Hubei University, doutor Jiang Tao, explicou que o procedimento de mobilidade internacional é realizado por meio de programas específicos, nos quais os interessados de ambas as instituições podem concorrer às vagas ofertadas para estudar durante um semestre na universidade parceira. Atualmente, mais de 200 chineses participam de programas de intercâmbio ofertados pela Universidade de Hubei; em contrapartida, são recebidos quase 300 alunos estrangeiros naquela instituição a cada semestre.
Pioneirismo
A relação da Universidade de Hubei com o Brasil teve início por meio da Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde funciona o Instituto Confúcio, uma das escolas do idioma chinês de grande destaque. A parceria entre a Ufam e a universidade chinesa é a segunda experiência de intercâmbio estudantil na América Latina e prevê a atuação do Instituto no Amazonas.
Dentre os cursos de destaque naquela Universidade, o vice-presidente citou as áreas de Química, Ciência de Computadores e as Engenharias, além da formação em Língua Portuguesa. Na China, existem hoje mais de 30 graduações no idioma português, fator que impulsiona a busca por experiências culturais a serem entre os dois países.
A assessora de Relações Internacionais e Interinstitucionais da Ufam, professora Leda Brasil, também coordena a sétima edição do Fórum acadêmico. Conforme explicou, num momento inicial serão abertas cinco vagas para amazonenses que desejem ter essa experiência na Hubei University e outras cinco para os chineses que queiram estudar na Ufam durante um semestre. “Outra oportunidade são as parcerias para a oferta de cursos de verão na universidade asiática, cuja conclusão será em menos tempo”, enfatizou a titular da ARII.
Cada seleção será regida por um edital, cujas regras serão analisadas pela ARII. A princípio, as vagas são destinadas somente aos estudantes da graduação regular. Em seguida, serão abertas oportunidades para docentes e técnico-administrativos em Educação também. “O acordo firmado neste primeiro momento é voltado aos graduandos”, explica a professora Leda Brasil, ao reafirmar os planos de abrir vagas para pessoas que tenham outros vínculos com a Ufam.
“Nossa expectativa é estabelecer uma aproximação cada vez maior com a China, estreitar essas relações e, inclusive, trazer para o Amazonas o ensino do Mandarim”, adiantou a professora. Inicialmente, a parceria será intermediada pelo Instituto Confúcio, dirigido hoje pelo professor Luiz Antônio Paulino e em funcionamento na Unesp.
Ele também participou da solenidade de assinatura do termo de Cooperação Estudantil. Em sua intervenção, o professor Paulino reforçou sobre a necessidade de se ter o conhecimento mútuo como elemento básico para as demais relações entre os países, sejam elas comerciais, industriais ou de quaisquer outras naturezas. “Nosso papel [do Instituto e das Universidades parceiras] é criar laços interculturais, fortalecer o diálogo e aprofundar os estudos a respeito das relações entre o Brasil e a China”, reconheceu o diretor Luiz Antônio.
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