Equipe ‘Tuturu sem O (1)’ é bronze na final brasileira da Maratona de Programação
O prêmio é inédito para a região Norte e coloca o Amazonas (AM) na elite do país em competições de programação
A Equipe ‘Tuturu sem O (1)’, representando a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ganhou medalha de bronze na Maratona de Programação promovida pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). A premiação é inédita para a região Norte e coloca o Amazonas na elite do País em competições de programação. A competição ocorreu em Campina Grande (PB), entre os dias 7 e 9 de novembro.
Comandada pela docente Rosiane de Freitas e formada pelos alunos Lucas Castro, Felipe Franco e Lucas Rocha, a ‘Tuturu sem O (1)’ concorreu a primeira etapa, em setembro, com seletivas em mais de 50 cidades do país (726 times de 224 universidades). A medalha de ouro na região Norte garantiu vaga para a final brasileira. Na etapa nacional participaram 60 equipes.
A competição estimula a criatividade, capacidade de trabalho em equipe, busca de novas soluções de software e a habilidade de resolver problemas sob pressão. Os alunos da Ufam trocaram conhecimentos com outros grupos de competição de programação, em especial, da Universidade Estadual Amazonas (UEA), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal de Goiás (UFG).
A docente do Instituto de Computação (Icomp), professora Rosiane de Freitas, explicou como foi a preparação dos alunos para a Maratona. “O treinamento é abrangente e envolve conteúdos de disciplinas dos cursos de graduação em Computação, em especial de Algoritmos, Estruturas de Dados, Grafos, Geometria e Complexidade Computacional. O treinamento específico é realizado durante todo o ano, com um espaço de interação, por meio de uma disciplina específica voltada para a resolução de questões de competição, com reforço de conteúdos e dicas avançadas de codificação em linguagens de programação, principalmente C/C++ (inicialmente Python). Também são realizados muitos simulados de competição para se trabalhar concentração e foco, suporte à pressão, trabalho em equipe, uso adequado do único recurso disponível (somente um computador), reconhecimento de padrões e reaproveitamento de código. Tais habilidades são refinadas e fazem com que esses alunos tenham o perfil desejado tanto pela academia científica quanto pela indústria de alta tecnologia, pois são aqueles aptos a resolverem os problemas mais complexos e a gerarem inovação tecnológica de ponta”, esclareceu.
A professora informou ainda que o Icomp tem sido um agente importante neste processo de fomentar ações de computação competitiva, como mais uma forma de complementar a formação e atrair talentos. “Há um incentivo do Instituto desde realização da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI), neste caso, voltada para o Ensinos Fundamental e Médio, isto em parceria com Secretaria Municipal de Educação (SEMED), Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) e rede de escolas técnicas e particulares. Temos crescido em todas as frentes e obtido resultados cada vez mais expressivos no Amazonas e região Norte em geral. Precisamos de mais apoio e fomento para tais ações. Assim, convidamos as empresas e organizações a virem conhecer melhor o trabalho que vem sendo feito e que sejam nossos parceiros nestas iniciativas de competições de programação. Ganha o indivíduo (aluno em formação) e toda a cadeia a qual ele pertencer, fortalecendo a sociedade e o mercado/indústrias do Amazonas e região Norte principalmente”.
Segundo o aluno Filipe Franco, membro da equipe, os desafios propostos pelas questões envolvem compreensão e conhecimento de técnicas mais sofisticadas. “Desde maio estamos estudando e fazendo simulados para a Maratona. Houve simulado em que chegamos a conseguir fazer apenas uma questão das 13. Graças a esta preparação pudemos avançar. A participação na etapa nacional foi uma experiência única, desde toda a viagem até as nossas interações com as equipes com quem treinamos durante o período de preparação (equipes da UFG e da UFPA). Também todas as palestras que tivemos oportunidade de participar. O resultado da prova foi surpreendente, agora, vamos treinar para tentar conseguir uma colocação melhor no ano que vem e quem sabe tentar classificar a equipe para a fase mundial”, contou.
De acordo com a diretora do Icomp, professora Tanara Lauschner, o prêmio demostra a qualidade dos docentes, discentes e do ensino do Instituto. “Este é um trabalho que vem sendo desenvolvido há alguns anos pela professora Rosiane de Freitas, responsável pela equipe. O Icomp oferece uma disciplina, dividida entre os professores, voltada para a Maratona. A medalha de bronze é resultado deste treinamento e empenho. Sem dúvida é uma conquista relevante para a Ufam e o Instituto”, finalizou a diretora.
A Maratona de Programação é considerada um celeiro de cérebros. Empresas nacionais e internacionais buscam, em espaços como esses, novos talentos para a área.
Maratona de Programação
A Maratona de Programação é um evento da Sociedade Brasileira de Computação que existe desde o ano de 1996. Na vigésima quarta edição, a Maratona nasceu das competições regionais classificatórias para as finais mundiais do concurso de programação International Collegiate Programming Contest.
A competição é destinada à alunos de cursos de graduação e início de pós-graduação na área de Computação e afins (Ciência da Computação, Engenharia de Computação, Sistemas de Informação, Matemática). Foram cinco horas de competição e os times são compostos por três estudantes que foram desafiados com 13 problemas diferentes. Os estudantes têm à sua disposição apenas um computador e material impresso (livros, listagens, manuais) para vencer a batalha contra o relógio e os problemas propostos.
Em 2018, mais de 50 mil estudantes, de mais de 100 países, competiram em regionais em todo o planeta, e apenas 135 (cerca de 1%) participam das Finais Mundiais do evento, no Porto, Portugal.
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