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Dia da Consciência Negra é celebrado com atividades científico-culturais na Ufam

Publicado: Terça, 19 de Novembro de 2024, 11h38 | Última atualização em Terça, 19 de Novembro de 2024, 13h39 | Acessos: 431

Revisão: Rozana Soares, equipe Ascom

Na semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realiza uma programação com atividades científico-culturais que visam a discutir e ampliar a visibilidade em torno da temática. A data faz referência a morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares que, a partir deste ano, foi instituída como feriado nacional.

Zumbi é reconhecido como um símbolo da resistência dos negros no Brasil, representando a luta pelos direitos reivindicados por seus descendentes. Além disso, o Dia da Consciência Negra também é voltado ao combate do racismo. De acordo com a professora Iolete Ribeiro, coordenadora do projeto de extensão ‘Enegrecendo a Ufam’, ligado ao Laboratório de Desenvolvimento Humano e Educação da Faculdade de Psicologia (LADHU/Fapsi), a implementação de políticas antirracistas dentro do espaço acadêmico contribui para a construção de uma universidade plural e representativa. 

Museu Amazônico 

Órgão suplementar da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Museu Amazônico durante o mês de novembro traz uma agenda com atividades diversas sobre questões étnico-raciais. Segundo a diretora da Divisão Cultural, pedagoga Carolina Brandão, em 2024, foi organizada uma programação que aborda desde os aspectos estéticos, como os cabelos cacheados (ondas que empoderam), experiências de alunos africanos na pós- graduação, estudos científicos sobre o conhecimento dos jovens sobre a África e sua influência na cultura brasileira.

O Museu Amazônico fica localizado na Rua Ramos Ferreira, 1036, Centro, mas as atividades ocorrem em vários pontos da cidade. Confira a programação completa abaixo:

Enegrecendo a Ufam

A chegada de um número cada vez maior de estudantes negros na Ufam trouxe à tona a urgência de ações voltadas para a permanência e inclusão desses jovens no ambiente acadêmico. Foi com essa missão que nasceu, em 2022, o Projeto de Extensão “Enegrecendo a Ufam”, iniciativa inovadora que busca promover a educação antirracista, fortalecer identidades e ampliar o acesso às políticas de cotas e heteroidentificação.

O Projeto integra o Laboratório de Desenvolvimento Humano e Educação (LADHU), ligado a Faculdade de Psicologia (Fapsi/Ufam), e surgiu em resposta aos desafios enfrentados pelos estudantes cotistas, além de contribuir para a construção de uma universidade plural, representativa e democrática com a implementação de políticas antirracistas no espaço acadêmico. “O Enegrecendo surgiu a partir da constatação de que começamos a receber mais estudantes negros na Universidade, mas eles enfrentavam e enfrentam enormes dificuldades para a permanência. Tem como proposta ser um espaço de aquilombamento que acolhe estudantes negros e trabalha a formação, com estudos voltados para uma literatura anitrracista, e que auxiliam na compreeensão do racismo e da resistência. Todos os estudantes da Ufam, graduação ou da pós-graduação, são bem-vindos, independente da raça, porque acreditamos que todas as pessoas podem se aprofundar no letramento racial para contribuir com a luta antirracista”, enfatiza.

O Enegrecendo a Ufam propõe oferecer espaço-tempo em que os jovens possam se apropriar de conhecimentos que ajudem a materializar seus direitos, em especial o direito à educação. “Nós oferecemos três tipos de ações: 1) formação contínua para os membros baseada em bibliografias antirracitas e de intelectiais negros e negras; 2) formações em escolas públicas de ensino fundamental e médio voltadas para a temática antirracista entreos estudantes, além de abordarmos as cotas raciais e como é possível se preparar e usufruir delas; e 3) produção de material audiovisual com conteúdo antirracista”, explica a coordenadora do Enegrecendo. 

Neste semestre, o projeto ganhou um novo impulso para a produção do material audiovisual ao firmar uma parceria com a Agência Experimental de Comunicação (AGEXCOM), ligada à Faculdade de Comunicação e Informação (FIC), no âmbito da disciplina de Tópicos Especiais em Relações Públicas, sob a coordenação do professor Jonas Gomes Júnior.

Essa parceria resultou na criação de uma campanha institucional especial, elaborada para o Mês da Consciência Negra. Com o envolvimento ativo dos participantes, a campanha foi planejada para destacar as trajetórias e histórias do projeto, celebrando conquistas e enfrentando os desafios para a valorização da herança africana no Brasil.

O quadro “Trajetórias Negras” traz a história dos membros mais atuantes no Projeto, pontuando como o Enegrecendo influenciou suas vidas nas perspectivas dentro e fora da Universidade, além de suas dificuldades e dúvidas para o ingresso. O quadro, assim como mais informações sobre a campanha e o projeto, está disponível no Instagram da Enegrecendo (@enegrecendoaufam).

Com essa parceria, o "Enegrecendo a Ufam" reafirma o compromisso de dar protagonismo às questões raciais, fortalecendo a conscientização dentro e fora da Universidade. As ações integradas entre o Projeto e a AGEXCOM destacam a importância de uma comunicação estratégica e impactante, consolidando a luta por equidade e valorização da diversidade.

Parintins

O Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia da Ufam (ICSEZ), localizado em Parintins (AM), realiza a terceira edição do Aquilombando Parintins e o "IV Encontro do Movimento Afro Parintintin". A iniciativa acadêmico-cultural planeja oferecer, no período de 18 a 23 de novembro, uma semana de atividades voltadas para a celebração da Consciência Negra nas dependências do ICSEZ. A programação envolve exibição de filmes, performances, rodas de conversa, oficinas, encontro e exposição dos alunos de Licenciatura em Artes Visuais do Instituto.

“O objetivo da Semana é criar um espaço de discussão e reflexão voltado ao fortalecimento da luta antirracista e coletiva em favor dos negros na região amazônica, sobretudo no Baixo Amazonas”, explica o professor Patrício Azevedo Ribeiro, coordenador e docente do curso de Serviço Social, que pesquisa o tema e integra a comissão organizadora do evento.

A professora do curso de Pedagogia do ICSEZ, Marinez França, que estuda mulheres quilombolas e educação escolar quilombola, ressalta a importância dos eventos para a integração de diversos segmentos da sociedade no espaço acadêmico. “Tem sido muito interessante, uma atividade que tem agregado os vários olhares que a temática exige. É um espaço de muito aproveitamento, aprendizado e reflexões, e isso tem levado a instituição a abrir outras possibilidades de trocas de conhecimentos e saberes e de formalização de atividades, inclusive dentro dos próprios quilombos”, analisa França.

Para a docente Márcia Gabrielle Ribeiro Silva, professora transversal do ICSEZ e coordenadora do movimento "Afro Parintintin", a proposta de unir esses eventos mira no fortalecimento do aspecto coletivo no âmbito da Universidade e dos movimentos sociais ligados às causas raciais e de combate à discriminação e ao racismo na Amazônia.

"Pensando na própria simbologia do mês de novembro, o movimento buscou, em sua essência, falar que nesta cidade existem heranças negras, que resistem diariamente. São mãos e mentes coletivas que estão trabalhando para que o evento mostre as muitas encruzilhadas do saber e do sagrado. É com este intuito que buscamos criar um espaço de discussão, reflexão e luta coletiva, valorizando nossas heranças negras na Amazônia”, conclui a professora, que desenvolve pesquisas voltadas às religiões de matrizes africanas na Amazônia, identidade étnico-racial, memória e História Oral.

Confira a programação completa abaixo:

Centro de Educação a Distância (CED) 

De forma continuada, o Centro de Educação a Distância da Universidade Federal do Amazonas (CED/Ufam) divulga o Edital 011/2024/CED de processo seletivo para o curso de extensão em Formação para Docência e Gestão em Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola. O curso é direcionado a professores, pedagogos e gestores da educação básica da rede pública no Amazonas, com inscrições abertas entre os dias 17 de novembro de 2024 e 6 de janeiro de 2025.

Acesse o Edital 011/2024/CED.

A formação, gratuita e oferecida na modalidade a distância, é uma iniciativa que visa capacitar profissionais para atuarem com foco na promoção da equidade racial e valorização da cultura quilombola nas escolas. Ao todo, serão ofertadas 3.750 vagas para municípios do Amazonas, conforme critérios estabelecidos no edital. Os candidatos que se inscreverem após o preenchimento das vagas entrarão num cadastro de reserva. 

Para participar, é necessário que o candidato tenha o seguinte perfil:  1) ser professor(a), pedagogo(a) ou gestor(a) na rede pública estadual ou municipal no Amazonas; 2) ter habilidades básicas com o uso de computadores e acesso à internet. O curso, que tem início em março de 2025, será conduzido em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e tem carga horária de 120h, incluindo as atividades síncronas e assíncronas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).

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