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Curso de Medicina da Ufam em Coari é avaliado pelo MEC com o conceito máximo

Publicado: Quarta, 13 de Novembro de 2024, 18h10 | Última atualização em Quinta, 14 de Novembro de 2024, 18h25 | Acessos: 982

Revisão: Rozana Soares, equipe Ascom

O curso de Medicina do Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (ISB/Ufam), localizado em Coari (AM), foi avaliado pelo Ministério da Educação (MEC) com conceito máximo, nota 5, passando a compor o grupo de graduações mais bem avaliadas do País. Essa é a primeira avaliação do curso feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). 

A comissão avaliadora, composta por Sergio Fernando Rodrigues Zanetta e Antonio de Olival Fernandes, esteve na cidade de Coari, entre os dias 6 e 8 de novembro de 2024, para analisar o curso de Medicina a partir dos indicadores que incluem o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e da avaliação externa in loco presencial, instituída pela Lei n. 10.861/2004. Na ocasião, foram analisadas três dimensões do curso: organização didático-pedagógica, corpo docente e infraestrutura, sendo que cada dimensão comporta indicadores próprios, que estabelecem os critérios aos quais são atribuídos os conceitos entre 1 e 5. Além disso, foram avaliados os documentos institucionais, entre os quais o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), o Projetos Pedagógicos de Graduação (PPC) e as Diretrizes Curriculares Nacionais. 

Conforme o reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, o conceito cinco posiciona a Ufam entre as instituições de excelência do Brasil, aumentando a responsabilidade institucional. “O conceito máximo, nota 5, reflete o trabalho permanente articulado entre a Administração Superior, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), a Direção do ISB, coordenação acadêmica e adminstrativa do ISB, coordenação acadêmica do curso de Medicina do ISB, a Faculdade de Medicina (FM) e o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV). Para isso, foi feito um plano de ação conjunta que incluiu melhoria na infraestrutura, organização didático-pedagógica do curso, ampliação do quadro docente, além de convênios com a rede de atenção à saúde dos municípios do entorno”, detalhou o reitor.  

Para o pró-reitor de Ensino de Graduação, professor David Lopes Neto, o curso de Medicina do ISB/Ufam, sediado em Coari, região do Médio Solimões, tem características específicas de uma graduação baseada em evidências com ênfase em medicina, saúde e comunidade; sendo desenvolvido com metodologias ativas e interdisciplinares, e foco na formação de médicos para atuação em áreas remotas, indígenas, ribeirinhas e rurais. “Todo o apoio da reitoria e o empenho dos servidores públicos lotados no ISB foi vital para que um novo curso de Medicina fosse construído com infraestrutura, corpo docente qualificado e um novo projeto pedagógico de curso. É a interiorização se consolidando com alto padrão de qualidade no ensino superior”, destacou o pró-reitor.

Avaliação in loco

Os avaliadores também se reuniram com coordenação, docentes, discentes e técnico-administrativos do curso de Medicina do ISB. De acordo com a coordenadora, professora Paula Lima, esse desempenho é um grande reconhecimento para o curso de Medicina de Coari e para toda a equipe envolvida, desde a gestão superior aos servidores terceirizados do ISB/Ufam. “Essa nota 5 no MEC representa o compromisso social do curso com a educação médica em áreas remotas e com a sociedade amazonense. Ressalta-se que esta nota é um resultado de muitas lutas coletivas dos egressos, discentes e servidores, bem como das instituições parceiras, desde a implantação do curso até o momento atual”, disse.

A docente falou ainda que o curso passou por uma reestruturação importante e significativa no Projeto Pedagógico do Curso (PPC), que visou a integrar ensino, pesquisa e extensão, contemplando metodologias ativas de ensino-aprendizagem, em especial a Aprendizagem Baseada em Problemas e a Aprendizagem Baseada na Comunidade, com o fortalecimento da interdisciplinaridade no curso e as parcerias com a rede de saúde local, tornado o ensino mais integrado, prático e regionalizado para os futuros médicos. 

“Além disso, destacam-se as capacitações in loco e as consultorias fornecidas pelas instituições parceiras, como Escola Multicampi de Ciências Médica (EMCM/UFRN), de Caicó; a Faculdade de Medicina (Famed/UFPA), de Altamira; e o Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRR), de Boa Vista. Elas nos ajudaram nesse processo de retomada do curso e inspiraram nosso atual currículo educacional. Para manter esse padrão de excelência, pretendemos continuar atualizando o currículo conforme as necessidades da sociedade e as novas tendências da educação médica. Ademais, investir na formação continuada dos professores, na modernização dos laboratórios, na contratação de profissionais de saúde, principalmente médicos, e continuar com o sistema de monitoramento e avaliação do curso, para identificar áreas de melhoria de forma constante para tê-lo alinhado aos mais altos critérios de qualidade. A meta da instituição é não apenas manter essa nota, mas seguir inovando e aprimorando o ensino, sempre com foco na formação de médicos competentes e comprometidos com a saúde da população amazônica”, afirmou a coordenadora. 

Um dos pioneiros a contribuir para construção do curso de Medicina em Coari, o professor Luiz Fernando Passos, enfatizou sempre ter acreditado no potencial do curso para o estado do Amazonas. “Não é uma missão impossível. É, antes de tudo, a oportunidade de realizar uma experiência inédita e inovadora no ensino médico. Esse foi o pensamento que tive quando, em 2012, o MEC ofereceu à Ufam um curso de Medicina em Coari. Foram anos de luta, drama, lágrimas, mas a tenacidade venceu. A Ufam conseguiu montar um curso nota 5, com o rosto da Amazônia, adequado às suas necessidades epidemiológicas e às suas peculiaridades geográficas e culturais. A Universidade teve a capacidade de inovar e recriar paradigmas. O Brasil é tão diverso que não cabe num molde só. Criar nosso molde é a nossa missão, o que significa inclusão e dignificação da nossa terra e da nossa gente”, ressaltou o docente.

A diretora do ISB, professora Vera Lúcia Imbiriba Bentes, contou que foram fases de muitos desafios ao implantar um curso de Medicina no interior do Amazonas. “Ainda sim, não desistimos e acreditamos que esse curso poderia acontecer em Coari. Além disso, acreditamos na necessidade dele para atender as demandas das regiões remotas com médicos formados de forma generalista que tenham vivenciado as atividades acadêmicas, de pesquisa e extensionistas em comunidades ribeirinhas e indígenas do entorno e regiões de difícil acesso e com limitações. Acreditamos na formação desses profissionais, que era o que preconizava a abertura desse curso no interior do Amazonas. Para isso, tivemos apoio da Reitoria, Proeg, Comissão de Avaliação de Monitoramento das Escolas Médicas (CAMEM) e de professores de outras Unidades que têm experiência com cursos de Medicina em regiões remotas e da coordenação do curso que sempre esteve muito empenhada e dedicada em desenvolver um trabalho de excelência na região. Foram muitas mãos envolvidas para alcançarmos essa nota e isso aumenta nossa responsabilidade porque provamos que era possível ser um curso de referência no interior do Amazonas. É um momento de muita alegria para o ISB", destacou a diretora.

Na Ufam, quem gerencia todo o processo avaliativo é a Procuradoria Educacional Institucional (PEI), ligada à Pró-Reitoria de Graduação (Proeg). Segundo a titular da pasta, Raimunda Sabóia, essa interlocução é um ponto crucial para o bom andamento da avaliação externa in loco presencial, pois todos os comunicados oriundos do Inep/MEC passam pela PEI. “A Procuradoria comunica aos gestores da Universidade e dos cursos que são objeto da visita, faz reuniões de orientação, com base no Instrumento de Avaliação do INEP de 2017, acompanha e supervisiona cada etapa, subsidia a comissão para operacionalizar a agenda de visita, organiza e disponibiliza as informações demandadas pela comissão e acompanha os procedimentos até a conclusão dos trabalhos, o que geralmente ocorre no período de três dias”, finalizou a procuradora.



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