Projeto de extensão da Ufam é homenageado pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas
Por Sandra Siqueira, equipe Ascom
Revisão Rozana Soares
Reconhecer os 25 anos de atuação em prol da proteção de quelônios amazônicos, o Projeto de Extensão da Ufam Pé-de-Pincha foi homenageado pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), no dia 10 de setembro, com proposta do deputado Sinésio Campos. A homenagem foi realizada na sede da Aleam com a presença dos fundadores do projeto, professor Paulo César Machado e Stones Machado, e apoiadores da iniciativa.
Criado em 1999 por moradores de Terra Santa, no Pará, o Pé de Pincha recebeu o apoio da Ufam quando se tornou uma ação de extensão universitária. O projeto está presente em 124 comunidades, em 15 municípios do Amazonas e 13, do Pará, e já devolveu para a natureza mais de 11 milhões de quelônios.
Realizando seu trabalho numa área que corresponde a 3% da Amazônia, nas calhas dos rios Médio-Amazonas, Trombetas, Nhamundá, Andirá, Juruá, Negro, Purus e Madeira, o Pé de Pincha estimula a conservação de quelônios por meio do manejo participativo, tendo como voluntários comunitários, acadêmicos, professores e sociedade em geral. “Capacitamos os comunitários sobre técnicas de conservação de quelônios (tartarugas, tracajás, pitiús e irapucas) e auxiliamos na recuperação de suas populações em áreas ameaçadas, já tendo devolvido à natureza mais de 11,2 milhões de filhotes”, informa o coordenador do programa, professor Paulo Andrade. “Também realizamos pesquisas de monitoramento populacional para avaliar a estrutura e dinâmica dessas populações. Há também ações de educação ambiental e de capacitação de mais de 2.500 professores das escolas locais para sensibilizar as comunidades na questão ambiental. Já capacitamos mais de 700 agentes ambientais voluntários e aproximadamente 200 gestores ambientais em oficinas de conservação de quelônios promovidas pelo Pés-de- Pincha”, completa o coordenador geral.
As ações envolvem mais de 40 mil comunitários e voluntários diretamente, e já atingiram a mais de 400 mil pessoas, sendo um dos maiores programas de voluntariado e conservação de quelônios do mundo. Em março deste ano (2024), 31 comunidades de Oriximiná e Terra Santa, duas cidades no oeste do Pará, participaram do ciclo de solturas do Programa Pé-de-Pincha, quando foram devolvidos à natureza mais de 82.000 mil filhotes. Os eventos envolveram mais de 1.200 pessoas.
Por que o nome “Pé-de-Pincha”?
O programa recebeu o apelido de “Pé-de-pincha”, devido às pegadas do tracajá na areia se parecerem com marcas de tampinhas (pinchas) de refrigerantes, nome dado pelos ribeirinhos àquele quelônio. Resultado de uma parceria entre a Ufam, o Ibama e as comunidades, além de outros órgãos e entidades ambientais (secretarias de meio ambiente estaduais e municipais) o trabalho se consolidou ao longo desses 25 anos. O “Pé-de-Pincha” também recebe apoio da Mineração Rio do Norte (MRN), desde 2002; e da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e do Instituto Federal de Educação e Tecnologia do Amazonas (Ifam), desde 2017, como parte dessa iniciativa de incentivo à conservação de quelônios na região amazônica.
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