Reitor e vice-reitora da Ufam recebem vice-governador do Amazonas e tratam sobre soluções científicas para minimizar os efeitos das mudanças climáticas
Por Ana Carla Santos (texto e imagens)
Ascom Ufam
Instituição centenária e de excelência em pesquisas para a região, a Ufam mantém 127 cursos de graduação e pós-graduação; seis unidades acadêmicas na capital e interior; mais de 1,2 doutores; e um programa de extensão que envolve mais de 1.000 ações.
O reitor da Universidade Federal do Amazonas, professor Sylvio O reitor da Universidade Federal do Amazonas, professor Sylvio Puga e a vice-reitora, professora Therezinha Fraxe, receberam no gabinete da reitoria, nesta segunda-feira, 17 de junho, o vice-governador do Estado, Tadeu Souza. A agenda convergiu em temas relacionados a parcerias com foco nas pesquisas sobre mudanças climáticas e impactos às populações tradicionais, indígenas e a dinâmica social urbana. Ciclicamente, o Amazonas tem sido atingido mais recentemente por períodos de estiagem extrema, como foi em 2005, 2010,2015 e 2016 e 2022-2023.
"Este seria o ápice no calendário sazonal em que deveríamos ter uma cheia da época e não tivemos. De acordo com professores do Centro de Ciências do Ambiente (CCA), que se debruçam sobre as temáticas ambientais, entre elas, as mudanças climáticas, teremos uma das maiores secas já registradas. Temos de nos preparar para as consequências desses impactos: fome, incêndios, falta de água potável acessível...Nós, gestores desse Estado, temos por obrigação mitigar os danos de grandes cheias e secas. Precisamos nos unir em prol de políticas públicas que minimizem toda forma de escassez, especialmente daqueles que estão fora do perímetro urbano e costumam ser os primeiros a sentir, no dia a dia ,as mudanças drásticas que o meio ambiente vem sofrendo", disse a vice-reitora, que é também pesquisadora da área ambiental ,sustentabilidade e povos tradicionais.
Ao longo de duas horas de agenda, o vice-governador assistiu a apresentações de gestores de pastas da Universidades: Extensão, ensino de Graduação, Pesquisa e Pós-graduação, Inovação Tecnológica e Fazenda Experimental.
Sobre a extensão, uma das principais sustentações é de que as ações em campo não se tratam de assistencialismo. "Ela é fundamental, pois mantém uma relação de apoio por meio do ensino a milhares de pessoas. A Ufam trabalha comquase 1000 ações de extensão, tanto na capital quanto no interior. Os recursos são próprios, de emendas parlamentares ou TEDs (instrumento para o repasse de orçamento entre órgãos e entidades da administração pública federal) e que alcançam por meio de ações em campo, quase 450 mil pessoas, nas áreas de meio ambiente, saúde, educação e cultura", explicou o pró-reitor da Proext, professor Almir Menezes.
Como consequência da apresentação do pró-reitor da Protec, professor Jamal Chaar, reitor e vice-reitora falaram da importância de o governo do estado fazerfrente a um repasse mais robusto e aplicação de viés mais inclusivo em P&D. "Fazemos ciência sob a perspectiva amazônica e as questões ambientais estão no escopo de uma infinidade de projetos. É preciso pensar que não são apenas produtos os que deveriam estar no mote da eleição para estarem aptos a receber recursos. Olhar para os povos e comunidades tradicionais, além de equipar os laboratórios, é uma pauta urgente. Em momentos como estes, que se avizinham, é que vemos o quanto poderiamos ter avançado em soluções para as populações se tivéssemos feito os investimentos necessários com planejamento e principalmente sensibilidade", frisaram. O vice-governador fez um aparte sinalizando adequações na gestão derecursos. "Vir à universidade e ouvir cientistas nos situa de muitas formas, porque vocês conseguem antever o que nós, como gestores do executivo, precisam acompanhar como tendência, como urgência. Vejo como muito positivas as observações e as apresentarei ao governador Wilson Lima para que estejamos atentos a essas perspectivas", disse.
Outrapauta foi sobre o setor primário. Em sua apresentação, a diretora da FazendaExperimental abordou a necessidade de acompanhar repasses de recursos de projetos que poderiam ajudar o Amazonas a ter autonomia sobre as fibras de malva e juta. "Ainda hoje, mesmo com pesquisas, campo, pesquisadores e disposição para trabalharmos frente a esse nicho, as fibras permanecem vindo de estados vizinhos. Permanecemos à disposição para colaborar com todo nosso quadro científico, mas a parceria e o comprometimento com o setor são indispensáveis para que avancemos", considerou a professora Albejamere Castro.
Pesquisas e ações de apoio à minoração dos impactos causados pelas mudanças climáticas- A reitora, professora Therezinha Fraxe, informou que vem articulando junto ao Ibama uma cooperação para dar utilidade às madeiras apreendidas para que sejam usadas durante o período de cheia em moradias àsmargens de rios e igarapés. "Esse também é um período de fome, de doenças. Saibamos que em função de estarmos vivenciando as mudanças climáticas, viveremos seca e vazante regulares. Esse encontro nos aproxima mais e nos fortalece com instituições que devem à sociedade propostas para garantir direitos aos povos citadinos, às populações tradicionais e às ribeirinhas", frisou. O reitor, professor Sylvio Puga, agradeceu a presença do vice-governador e parte considerável de sua equipe técnica. "Nós não fazemos para nós, fazemos para o Estado, para a Amazônia. A Ufam se mantém à disposição para colaborar com todo seu know-how em prol do nosso Estado", finalizou.
Vice-governador e o reitor da Universidade do Estado do Amazonas, que também compôs a mesa, receberam coletâneas de livros do professor Antônio Carlos Witkoski, um dos importantes pesquisadores da Sociologia Amazônica e exemplares da obra Fauna e Flora da Ufam, de vários professores-pesquisadores capitaneados pela professora Cláudia Guerra.
“Nessa cooperação, estamos imbuídos de desenvolver pesquisa para ajudar nas questões climáticas que assolam o mundo, mas em particular a nossa região amazônica. É o trabalho que transforma, inclusive, no desenvolvimento da ciência, da tecnologia, do ensino, da inovação e da pesquisa”, disse o reitor da UEA.
Além do vice-governador e do reitor da UEA, também estiveram presentes na comitiva do governo, o diretor da Agência de Inovação (Agin) da UEA, Antônio Mesquita; e o diretor da Escola Superior de Tecnologia (EST/UEA), Jucimar Maia Jr.
Representando a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) estiveram: a secretária de Relações Institucionais, Tayana Rubim, e o coordenador do Núcleo Estadual de Fronteira (Niffam), Guilherme Villagelim.
Pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), participaram do encontro o diretor de Planejamento, Vitor Goes; a diretora técnica, Nadiele Pacheco; e a assessora de Planejamento, Lucelize Borges.
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