Ufam sedia em Benjamin Constant o I Fórum de Gestores de Universidades em Território de Fronteira (Forgin)
Por ana Carla Santos (texto e imagens)
Ascom Ufam
O objetivo do evento esteve em torno do que poderá vir a ser a Universidade Federal da Pan Amazônia (Unipam), originada do que hoje é o INC, fortemente conectado aos países de fronteira, Peru e Colômbia.
A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em seu campus Instituto de Natureza e Cultura (INC), em Benjamin Constant, sediou a 1ª edição do Fórum de Gestores de Universidades em Território de Fronteira (Forgin).
O evento teve como objetivo discutir o que poderá vir a ser a Universidade Federal da Pan Amazônia (Unipam), originada do que hoje é o Instituto. Fortemente conectada com países de fronteira, Peru e Colômbia, a unidade recebeu diretores de universidades dos dois países, a reitora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), representante do Ministério da Educação, Universidade do Estado do Amazonas, Instituto Federal do Amazonas (Ifam) de Tabatinga, prefeitos, lideranças indígenas, representantes de Secretarias de Estado e Município de Benjamin Constant. O reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, a vice-reitora, professora Therezinha Fraxe e a diretora do INC, professora Marinete Mota, foram os anfitriões do evento.
O reitor, professor Sylvio Puga, considerou o evento um marco para a Instituição. "Que dia importante no sentido pan amazônico, de fronteira, de mundo. Ficamos imensamente honrados pela participação de todos, pelo compromisso e pelas contribuições que certamente virão. A Amazônia é composta por parte de cada uma das instituições aqui presentes e, juntas, fortes, unidas, terá reconhecida a grandiosidade que sabemos, por estarmos aqui, ela é", frisou.
A vice-reitora, professora Therezinha Fraxe fez uso de sua expertise sobre a Amazônia para reiterar que a partir dos eixos ensino, pesquisa e extensão e inovação, promovidos pelas instituições públicas, a ciência e a manutenção da vida e da cultura estão sob proteção. "Este momento é um momento singular para a Ufam, porque coaduna com o que centenariamente já fazemos. A especificidade é a fronteira e todo poderia cultural que isso carrega. Cada um de nós tem uma tarefa complexa porque cada território é envolto por especificidades. Os debates a serem feitos aqui são um caminho necessário e atemporal para nortear a nossa existência enquanto indivíduos e enquanto organizações", observou.
Professora Ana Lúcia, representando o ministro da Educação, Camilo Santana, também compôs a mesa, juntamente com a representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), professora Tanara Lauschner, dirigido pela Ministra Luciana Genro.
A diretora do INC, professora Mota, mencionou e agradeceu a presença de todos os gestores, abordou a programação do evento e fez um breve relato cronológico dos debates em torno da criação daquela que se deseja, deverá ser uma instituição de ensino superior de fronteira. "Essa luta vem de mais de 30 anos e muito dela vem de pessoas que são daqui, que sabem do nosso potencial e perfil para fazer educação superior de maneira diferenciada mas completamente em conformidade com as nossas demandas e identidades. O reitor, desde o início de sua gestão sempre esteve afeito a entender as nossas demandas e colaborar institucionalmente com o que poderia. Não foi diferente desta vez, da mesma forma que a vice-reitoria. Agradecemos o apoio. A caminhada será longa e estamos prontos para continuar", garantiu.
"Em 1989 criamos a comissão em torno das discussões sobre o tema. Ele nasce das nossas experiências como gestores que têm perspectivas sobre como podemos pensar essa região. Vale salientar que o aspecto social não tem fronteira, o movimento da universidade não se perde. Ela vem com uma delimitação de tríplice fronteira, mas os problemas da pan Amazônia, de recursos naturais, também são semelhantes", concluiu a diretora.
Durante o Forgin, além de gestores, houve participação da comunidade universitária. No próprio INC instituiu-se um Diretório Regional, um movimento estudantil indígena com mais de 700 alunos de várias etnias da região, contando com discentes de seis cursos de graduação.
O prefeito de Benjamin Constant, também presidente do G9+1, David Nunes Bemerguy, presente durante toda programação, pronunciou-se.
"Em 89 estávamos lutando para ter nível superior. Depois, pela universidade federal aqui e agora, pela universidade do Alto Solimões. Esse movimento tem avançado, fruto da perseverança e união das pessoas. A Universidade da tríplice fronteira do Brasil está aqui, ela precisa ser vista como estratégica para a região, para o país", considerou.
Ele mencionou que em breve Iquitos (Peru) vai ser o maior porto próximo aos estados da região Norte do País e que atenderá a Europa. "Como vamos nos preparar para as demandas que chegarão? Como universidades públicas e de fronteira podem contribuir para este novo momento? Bem, esse momento chegou. Muita coisa não vai sair mais de Manaus, tomando quase 20 dias de prazo. O custo Amazônia precisa ser colocado como um fator para que o orçamento seja revisto e políticas públicas sejam descritas para nós. Tudo começa com planejamento, sensibilidade e educação", observou.
Audiência pública
A audiência pública se deu no dia seguinte à abertura do Forgin, onde se tratou da minuta de proposta de Lei para a criação da Unipan e também coleta de assinaturas que junto da minuta, seguirão para Brasília endereçadas ao Ministério da Educação (MEC), que foi aplaudida e aprovada por unanimidade.
Liderança indígena tikuna de Benjamin Constant,Sandro Flores Tikuna, aluno de Biologia e Química da Ufam, foi ouvido pelos presentes. "Acreditamos no nosso potencial. Torço e acredito que possamos ter acesso a um universo de conhecimento ligados a natureza mas também a outras áreas. Que possamos desenvolver a nós mesmos e a nossas instituições sem deixar as nossas raizes", disse.
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