No Senado Federal, Ufam lança livro sobre a fauna e a flora da Universidade, o maior complexo natural do País em área urbana
Equipe Ascom
Carla Santos
O 'Nosso maior patrimônio' registrado em um livro bilíngue de 291 páginas acessível ao mundo; a maior diversidade urbana do Brasil retratada em uma publicação que dá visibilidade ao bioma da Área de Proteção Ambiental (APA), onde está assentada a Universidade mais antiga do País, a Universidade Federal do Amazonas.
Dessa singularidade, resultou o convite para que a Instituição levasse à capital federal, Brasília, a solenidade de lançamento oficial da obra "Fauna e Flora do campus da Universidade Federal do Amazonas", reunindo representantes de Ministérios, da sociedade civil e organizações não governamentais, em uma cerimônia para celebrar o potencial científico, tecnológico, cultural e ambiental da instituição para a região, para o País e para o mundo.
"Falar em Amazônia mobiliza e agrega. Não raramente, recebemos representantes de diversos governos e instituições que já mantêm ou têm a intenção de estabelecer parcerias conosco que nos visitam e são cativados pelo nosso campus. Nesta semana, recebemos em Manaus, durante os festejos pelos 30 anos de parceria com a Universidade do Porto, uma professora que já encantada com a nossa Ufam ficou ainda mais extasiada ao ver, em livro, o que os olhos já haviam registrado. Portanto, essa obra, que é um esforço de anos e de muitas mentes, retrata a importância de mais do que falarmos sobre a nossa Universidade, de recebermos autoridades reforça a importância de deixarmos um legado visto que possa também gerar sentimento de pertencimento de defesa e proteção. O momento é também bastante oportuno em vias da realização da COP-30 em 2025, no nosso estado vizinho que amazônida como nós, nos possibilitará continuarmos falando de Amazônia, ciência e desenvolvimento", observou o reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, em sua fala de abertura.
A obra, a memória e o apoio
Ao longo de seis anos, a professora Cláudia Guerra Monteiro e os professores Edinbergh Caldas de Oliveira e Edmilson Bruno da Silveira se dedicaram a organizar acervo e informações oriundas da coleta e curadoria e catalogação de materiais reunidos de 23 pesquisadores. Eles também receberam a importante contribuição do acervo fotográfico do arte-finalista e servidor da Pró-reitoria de Extensão, Melquiades Roges Pinheiro Pereira, autor de mais de 80% dos registros.
publicação foi financiada por recursos de emenda parlamentar do então deputado federal José Ricardo (PT). "Na prática, o projeto nos demandou seis anos, mas há pelo menos 20 anos o sentimento de registrar em livro as nossas florestas e os nossos animais seguem vívidos em mim. De maneira rica e densa, científica e tecnicamente trabalhando, ao longo desses anos, conseguimos apresentar em 16 capítulos animais invertebrados, aracnídeos, crustáceos, insetos, peixes, sapos, rãs, serpentes, além de plantas aquáticas, plantas ornamentais e emblemáticas, palmeiras, plantas medicinais da floresta, árvores guardiãs da floresta, aves e mamíferos selvagens da floresta urbana presentes na Ufam. Um trabalho resultante de muito amor, dedicação e sobretudo de muita colaboração de parceiros internos e externos à Universidade", reconheceu a professora Cláudia Guerra, que também mencionou a colaboração do senador Omar Aziz na promoção do evento na capital federal.
Autor e curador da maior parte das imagens, o arte-finalista e servidor da Proext, Melquiades Roges falou aos presentes e, emocionado, relembrou que cada imagem replicada na publicação reflete muito de sua história com a Ufam, que já contabiliza pouco mais de 27 anos. "O campus tem uma biodiversidade enorme e eu sempre via como muito importante termos um livro, um grande registro do que há dentro dessa APA Ufam. Também como segurança em termos de registro científico, mas também como consulta para quem faz parte da comunidade e até para quem não faz, para aprender mesmo, como os estudantes e os moradores do entorno, por exemplo. Hoje, eu estou muito feliz, muito emocionado por fazer parte disso e ver que o que produzi vai poder gerar conhecimento de alguma forma", revelou.
Na cerimônia de lançamento da obra, organizada dentro do auditório Senador Ronaldo Cunha Lima, prédio do Senado Federal, estiveram presentes representantes de ministérios, da sociedade civil e órgãos não governamentais.
Pelo Ministério da Educação, representando o ministro Camilo Santana (que recebeu a comitiva da Ufam à tarde), esteve o diretor de Políticas Educacionais para a Juventude, Yan Evanovick; pela OAB-Amazonas e pelo Conselho Federal da OAB, o advogado Rômulo Sarmento dos Reis, representando Jean Cleuter e o presidente do Conselho Federal da OAB, Alberto Simonetti, respectivamente e o diretor-presidente do Instituto Amazônia no Cerrado, Eliomar Mota da Cunha, assessor orçamento da senadora Leilla Barros. Pelo Ministério da Saúde, esteve presente a ex-professora da Ufam, Bahiyeh Ahmadpour Eghari. A condução do evento foi feita pelo professor Gilmar Couto, vice-diretor de Políticas Afirmativas da Proext, que na oportunidade, representou os organizadores da publicação.
Representando o Ministro da Educação, o diretor de Políticas Educacionais para a juventude, do MEC, Yan Evanovick. "Ter o nosso patrimônio material e imaterial vivo e pulsante para todos aqueles e aquelas que passaram pela nossa Instituição é motivo de muita emoção, porque como historiador e museólogo, eu entendo que é preciso sistematizar a memória, salvaguardar o que é histórico. E a história também é contada com a garantia da visibilidade, também do que é visto. Mostrar, apresentar e defender a nossa fauna e a nossa flora representam também uma nova forma de fazer história e falando de universidade pública, promover conhecimento e falar de ciência da forma como temos muita propriedade em fazê-lo. Quero aqui, publicamente, pelo ministro Camilo Santana, que logo mais os receberá, parabenizá-los pela iniciativa", frisou.
Acesse o livro em formato digital.
Agradecimentos aos (às) autores (as) pesquisadores (as)
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