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Brasil/Portugal - Ufam aprova projeto para monitorar e remover herbicidas do meio aquático da Amazônia Central

Publicado: Sexta, 23 de Agosto de 2019, 13h05 | Última atualização em Sexta, 23 de Agosto de 2019, 14h29 | Acessos: 1598

Por Irina Coelho
Equipe Ascom/Ufam
 

A urgência global em implementar um sistema de monitoramento e purificação de água fez com que a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) submetesse à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) o projeto de pesquisa ‘Novos materiais para monitorização e remoção de contaminantes no meio aquático’, de autoria do professor Walter Ricardo Brito. Serão dois anos de pesquisa, com quatro missões de trabalho em Portugal e duas bolsas de estudos nas modalidades doutorado-sanduíche e pós-doutorado. 

A parceria entre a Ufam e o Instituto Superior de Engenharia do Porto, em Portugal, alia a competência brasileira na preparação e manipulação de nanomateriais com a aptidão portuguesa dos biossensores. A ideia é desenvolver polímeros de impressão molecular para reconhecimento e extração de herbicidas da água. O conceito será aplicado aos herbicidas comuns utilizados na agricultura familiar das comunidades ribeirinhas da Amazônia Central.

De acordo com o coordenador do projeto, professor Walter Ricardo Brito, a parceria representa uma oportunidade para consolidar a colaboração da Ufam com instituições estrangeiras de excelência na área de sensoriamento ambiental. “Os polímeros de impressão molecular constituem uma plataforma muito eficiente, de baixo custo e versátil utilizada em sistemas de extração de elevada seletividade e em plataformas de sensoriamento. Na pesquisa pretendemos, inicialmente, responder a uma demanda importante para as comunidades ribeirinhas que utilizam o glifosato como herbicida sistêmico nos cultivos e que contamina as fontes hídricas de consumo. São amplos os estudos que expõem o emprego extensivo do glifosato”, enfatiza.

O projeto possibilita também a expansão de novas oportunidades de intercâmbio acadêmico e científico, assim como, a formação de recursos humanos de alto nível e o aprimoramento dos experimentos. Este é um estudo realizado pelo Laboratório de Bioeletrônica (LABEL) e Laboratório de Análise de Água e Qualidade Ambiental (LAQUA) da Central Analítica da Ufam, e, de acordo com o coordenador, o tema é de caráter interdisciplinar. 

“A iniciativa amplia a internacionalização do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) e agrupa pesquisadores de diferentes linhas de pesquisa relacionadas com o estudo de recursos hídricos, sensoriamento remoto, modificação de superfícies, eletrônica, eletroquímica, materiais modificados. Em nível institucional, as parcerias internacionais possibilitam a criação de novos canais de intercâmbio e o fluxo de recursos humanos de elevada qualificação. Na perspectiva regional, o aprimoramento da capacidade em termos de pesquisa aplicada através do desenvolvimento de um sistema sensor e de remediação de afluentes em comunidades ribeirinhas”, explica.

Sobre o Projeto

A pesquisa ‘Novos materiais para monitorização e remoção de contaminantes no meio aquático’ prevê o desenvolvimento de uma plataforma constituída por sensor eletroquímico baseado em polímero de impressão molecular, com nanopartículas metálicas, para a detecção dos herbicidas e sistema de purificação de água para extração dos herbicidas, como por exemplo o glifosato. Os polímeros de impressão molecular são formados por estruturas poliméricas sintetizadas em conjunto com moléculas de interesse (as moléculas de herbicida) que mimetizam cavidades tridimensionais na matriz polimérica e podem ser utilizadas tanto em sistemas de sensoriamento como em peneiras moleculares.

Quando usados em sensores, os polímeros de impressão molecular (MIP) conferem elevada especificidade e seletividade, assim como baixo custo. Estes permitem também ser utilizados como sistema de extração das moléculas de herbicida, contribuindo à purificação das fontes hídricas contaminadas.

Estão integrados ao projeto os professores Tereza Cristina Souza de Oliveira, ligada ao Departamento de Química, e Marcos Marques da Silva Paula, do Departamento de Física, ambos do Instituto de Ciências Exatas (ICE); e o professor Yurimiler Leyet Ruiz, do Departamento de Engenharia de Materiais da Faculdade de Tecnologia (FT).   

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