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Da iniciação científica ao doutorado - confira trajetórias de sucesso de estudantes da Ufam

Publicado: Quarta, 10 de Agosto de 2022, 10h03 | Última atualização em Quinta, 11 de Agosto de 2022, 08h03 | Acessos: 1566

“A Ufam foi fundamental para o sucesso da minha trajetória acadêmica. Foi a Ufam que me apresentou um mundo que eu desconhecia, o da pesquisa científica. Foi na Universidade que eu descobri que poderia traçar caminhos que até então eu nem imaginava, que não faziam parte da minha realidade”, afirma Marcineuza de Jesus, que acaba de ser selecionada para um doutorado-sanduíche nos Estados Unidos

Por Márcia Grana

Equipe Ascom Ufam

Antes de entrar na Universidade, passar no vestibular parece ser a grande prova na vida de um estudante. Ao ser aprovado para o curso dos sonhos, outros desafios aparecem no formato de projeto de iniciação científica ou de extensão universitária. Depois de um Pibic ou de um Pibex, os desafios ficam cada vez mais complexos no formato de especializações, mestrados e doutorados.

Marcineuza Santos de Jesus, Felipe Vlaxio, Wadna da Silva Alves e Natália Gil Canto demonstram, com suas trajetórias pessoais, o quanto a iniciação científica fez diferença na trajetória intelectual deles.

Pibic - divisor de águas

Marcineuza de Jesus é quilombola de Oriximiná, no Pará.  Fez a graduação na Ufam em Pedagogia, foi direto para o mestrado e, na sequência, emendou com o doutorado. Agora, ela acaba de ser selecionada para um doutorado-sanduíche nos Estados Unidos. Ela conta como a iniciação científica foi um divisor de águas na vida dela. “No segundo ano de graduação, consegui um estágio pelo bolsa trabalho na Propesp, no Departamento de Apoio à Pesquisa (DAP), onde trabalhei por dois anos. Foi lá que eu conheci o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC). Foi nesse período também que algumas amigas de graduação começaram a fazer iniciação científica. Então eu decidi que também queria fazer e que pesquisaria sobre a política de cotas. Mas a verdade é que eu não sabia por onde começar, eu nem sabia fazer um projeto, sempre pensei que pesquisa científica era algo de outro mundo. Então, o tempo foi passando e, com o meu estágio no DAP, fui aprendendo sobre como funcionava a iniciação científica. Também aprendi acompanhando os trabalhos das minhas amigas. Até que eu resolvi procurar uma orientadora, alguém que pudesse me ajudar a colocar as minhas ideias no papel, foi quando falei com a professora Selma Baçal, que se eu não estiver equivocada, nesse período, era diretora da Faculdade de Educação. Falei para ela que eu queria fazer uma pesquisa de iniciação científica sobre as cotas, e ela se dispôs a me orientar. O título da pesquisa foi ‘Inclusão do Negro no ensino superior: o contexto histórico das ações afirmativas (política de Cotas) e a forma de garantia de acesso dos negros na Universidade federal do Amazonas-Ufam’. Nesse primeiro momento, eu queria muito entender as discussões sobre a política de cotas, o porquê dessa política, para quê, a importância. Foi um momento de eu tentar me situar dentro de um debate que me incluía, porém eu estava alheia e a pesquisa me possibilitaria esse conhecimento. Nós desenvolvemos o projeto durante um ano e, no final, apresentei no Congresso de Iniciação Científica, o CONIC. Foi, sem dúvidas, um divisor de águas na minha vida, foi essa experiência que me permitiu fazer o mestrado. Em 2017 eu terminei a graduação e devido a minha experiência com o PIBIC, eu já tinha ideia de como fazer um projeto, então decidi aprofundar a pesquisa inicial sobre as cotas. Em 2018, eu me submeti ao processo seletivo do mestrado em educação no Programa de Pós-Graduação em Educação da Ufam, com uma proposta de pesquisa sobre a política de cotas, que foi aprovada e fiquei sob orientação da professora Fabiane Maia Garcia. Desenvolvemos a pesquisa intitulada ‘Política de cotas e democratização do ensino superior: desdobramentos na Universidade federal do Amazonas’ por dois anos. Essa pesquisa me proporcionou um olhar mais crítico da política, além de perceber os resultados e a importância desta na prática, e entender como esta política estava configurada na Ufam. Ao final de 2020, defendi a dissertação e em conversa com a minha orientadora decidi fazer o doutorado, para ampliar as discussões sobre as cotas e ações afirmativas, não só na Ufam, mas na Amazônia. Em 2021, me candidatei ao Doutorado em educação no mesmo programa, passei pelo processo seletivo e tive o projeto aprovado. No momento estou no segundo ano do doutorado, também sob orientação da professora Fabiane Maia Garcia. Posso assegurar que a Ufam foi fundamental para o sucesso da minha trajetória acadêmica. Foi a Ufam que me apresentou um mundo que eu desconhecia, o da pesquisa científica. Foi na Universidade que eu descobri que poderia traçar caminhos que até então eu nem imaginava, que não faziam parte da minha realidade. Eu cheguei  sonhando com a graduação, e acabei conquistando outras coisas como a iniciação científica, o mestrado e agora um doutorado”, relata a doutoranda.

De bolsista a orientador de Pibic

Docente do Departamento de Biblioteconomia da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), o professor Felipe Vlaxio atualmente cursa o doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele conta como foi sua trajetória de bolsista de iniciação científica a orientador de pesquisas na Ufam. “Minha trajetória formal na universidade se iniciou com o ingresso no curso de Biblioteconomia da Ufam, em 2013. Dentre as atividades acadêmicas de que participei, destaco a realização de dois projetos de Iniciação Científica. O primeiro deles — cuja pesquisa eu viria a expandir mais tarde no mestrado — versava sobre o uso da informação em contextos interculturais, com foco no gerenciamento de recursos hídricos por parte dos países que integram a Amazônia. O segundo lidava com a curadoria de informações em repositórios institucionais de cinco universidades estrangeiras. Antes mesmo de concluir a graduação, participei do processo de seleção de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia, tendo sido aprovado com um projeto de pesquisa sobre sistemas integrados de informação, aplicados à realidade da fronteira tríplice entre Brasil (em Tabatinga), Colômbia (em Leticia) e Peru (em Santa Rosa), um desdobramento do primeiro Pibic em que trabalhei. Durante o curso de mestrado em 2017 e 2018, atuei como professor substituto dos cursos de Biblioteconomia e Arquivologia da Faculdade de Informação e Comunicação da Ufam, e em 2019 assumi a função de professor efetivo após aprovação em concurso público. Ainda no fim de 2019, por ocasião da oferta de Doutorado Interinstitucional celebrado pelo convênio entre Ufam e UFRGS, fui aprovado na seleção do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, oferecido pela UFRGS, no qual atualmente desenvolvo meu doutoramento com uma pesquisa sobre o processo de significação oriundo dos espetáculos líricos performados no Festival Amazonas de Ópera. Diante dessa cronologia, percebo que a Ufam não apenas possibilitou minhas experimentações no campo da pesquisa, como se mostrou indispensável para a construção da minha formação acadêmica. De alma mater, passou a ser meu local de trabalho e, nesta medida, configura um ambiente de memórias afetivas, solidificadas no desenvolvimento de pesquisas e no exercício da docência, agora também como orientador de projetos de Iniciação Científica no curso de Biblioteconomia, onde dei início a essa trajetória”, relata o pesquisador.

Do Pibic na Ufam ao mestrado na Unicamp

Ainda no primeiro ano do mestrado em Engenharia Elétrica na Universidade de Campinas (Unicamp), Natália Gil Canto pretende retornar à Ufam para compartilhar os aprendizados obtidos. “Ingressei em 2016 no curso de Engenharia de Produção da Ufam e comecei a desenvolver pesquisa na área de engenharia de manutenção com o tema ‘Método de pontuação para validação de modelos de maturidade para a área de manutenção’. Atuei também na empresa júnior do curso, a INOVEPRO, fui monitora da disciplina Eletricidade Geral. Participei de projetos de extensão, como é o caso do projeto ‘Desvendando a Engenharia de Produção’, uma série de episódios feitos sobre a área e em parceria com a TV Ufam. Em seguida, fui bolsista do projeto SUPER, onde desenvolvi pesquisa na área de machine learning com o tema ‘Aprendizado supervisionado aplicado à previsão de graduação de estudantes de Engenharia de Produção da Ufam’ e foi essa pesquisa que gerou meu projeto final de curso (PFC). Em seguida, ingressei no mestrado em Engenharia Elétrica, na área de Engenharia de Computação da Universidade Estadual de Campinas, onde trabalho também no campo de machine learning e sou bolsista da empresa Deepmind. A Ufam foi de extrema importância para que eu não só desenvolvesse o interesse pela área acadêmica, que foi bastante impulsionado e apoiado pelo meu orientador da graduação, o professor Marcelo Albuquerque de Oliveira, mas para que eu também fosse aprovada no mestrado na Unicamp. Acredito que o apoio que tive da universidade foi essencial para meu desenvolvimento como profissional e pretendo, um dia, retornar à universidade pra devolver a outros estudantes tudo que aprendi”, declarou a mestranda.

Pesquisa e extensão - dinamização da rotina acadêmica

A mestranda em Engenharia de Produção pela Ufam, Wadna Kimberlly da Silva Alves, afirma que o envolvimento com projetos de pesquisa e extensão são fundamentais para manter a motivação e dinamizar a rotina acadêmica. “Entrei na Ufam em 2020, no curso de Engenharia de Produção. Participei da Empresa Júnior  do curso (INOVEPRO) e do projeto SUPER (parceria com a Samsung). Estou no terceiro ano como bolsista. Hoje sou monitora do projeto na área de concentração de organização e administração industrial. Em

2021, participei do Pibic como voluntária, com o tema de pesquisa voltado à sustentabilidade. Agora, no mestrado em engenharia de produção, meu tema de pesquisa continua voltado para indústrias e sustentabilidade. Pesquiso sobre logística verde. A maior parte do meu tempo na Ufam é dedicada aos estudos e pesquisas, porém a universidade vai além disso, ela me possibilita criar vínculos com pessoas, fazer networking. Nesse sentido, o envolvimento com projetos de pesquisa e extensão são fundamentais para manter a motivação e dinamizar a rotina, que é tão puxada”, aconselha a mestranda.

 Investimento

A pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Ufam, professora Selma Baçal, destaca que as trajetórias bem-sucedidas de alunos e egressos são resultado dos investimentos da Universidade em programas de iniciação científica. “Temos tratado a iniciação científica na Ufam com muito carinho, estabelecendo metas cada vez mais ousadas para que um número maior de alunos de graduação tenham acesso à iniciação científica para tomar consciência, gosto, desejo de serem cientistas no nosso país. Para se ter uma ideia desses investimentos, em 2017, quando iniciamos nossa gestão, oferecíamos 1.270 bolsas de iniciação científica. Atualmente, são oferecidas 2.300 bolsas. Pela elevação da participação dos nossos alunos da Ufam nas atividades de iniciação científica, a nossa instituição e outras instituições do Brasil e até algumas instituições estrangeiras têm recebido egressos da iniciação científica para fazer projetos em cursos de mestrado e doutorado, os quais além de serem muito importantes para a formação acadêmica deles, são  também para a ciência. Então, ao observar o enorme sucesso para a graduação do nosso Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, pois os alunos do programa se destacam em relação aos demais, parabenizamos nossos alunos do Pibic que brilham mundo afora”, ressaltou a gestora.

 

 

 

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