Ufam contrata empresa para prestação de serviço de tradução em Libras
Medida visa atender a crescente demanda a comunidade universitária
Por Sandra Siqueira
Equipe Ascom Ufam
A Universidade assinou o contrato de terceirização do serviço de tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) na última quinta-feira, 9 de junho. A partir de 1° de agosto a comunidade acadêmica poderá ter suas demandas relativas à área atendidas pela empresa Serviceline, cujo contrato segue até 1° de janeiro de 2023. A publicação do ato de contratação ocorreu na edição desta sexta-feira (10), do Diário Oficial da União (DOU).
De acordo com o reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Sylvio Puga, a Lei que institui as Libras como língua no território brasileiro foi regulamentada pelo Decreto 5.626/05, e vem, desde então, abrindo caminhos para que as pessoas surdas exerçam a sua cidadania. “A Ufam entende e respeita a necessidade de nos adequarmos às demandas e estamos paulatinamente avançando em muitas frentes, buscando enxergar o indivíduo mesmo diante do coletivo. Hoje certamente é um dia feliz, inédito para a nossa comunidade", enfatizou.
A pró-reitora de Gestão de Pessoas, servidora Maria Vanusa do Socorro de Souza Firmo, explicou que além dos 10 servidores efetivos da carreira, a Ufam terá mais 15 tradutores contratados para ajudar na acessibilidade da Comunidade Acadêmica Surda da Instituição. É uma demanda reiterada deles e poderemos, finalmente, ampliar mais os serviços. Provavelmente, a partir de agosto, já teremos uma reorganização dos serviços e atendimentos da Coordenação de Tradução (CTRAD) junto aos seis campi. Também teremos contratação de ledores para auxiliar o Núcleo Eu Apoio do Campus Manaus. É a Ufam sendo inclusiva”, destacou a pró-reitora.
A gestora lembrou também do empenho em conjunto para atender a pauta. “Agradeço, em nome da Progesp e da CTRAD, o apoio irrestrito da Pró-Reitoria de Administração e Finanças (Proadm) e da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan) nessa jornada. As equipes do Departamento de Material (DEMAT), do Departamento de Contrato e Convênios (DECC) e do Departamento de Orçamento (DO) foram importantíssimas diante de todas as dificuldades que apareceram. Por fim, destaco a atuação do reitor Sylvio Puga, que não mediu esforços para ajudar a Progesp e a CTRAD, autorizando as visitas técnicas, nos ajudando junto ao curso de Letras Libras e no alcance desse resultado”, disse.
A Lei 10.436 de 24/04/02 reconhece a Libras como meio de comunicação entre os surdos e garante que eles serão atendidos, nos espaços públicos e privados, em Libras. Desde então, a Ufam realizou concursos para a contratação dos 10 tradutores e intérpretes da língua que possui, mas devido à crescente demanda da comunidade acadêmica e ao impedimento de realizar novas contratações, via concurso, em razão do decreto presidencial, a Instituição decidiu terceirizar o serviço. De acordo com o contrato, a Universidade pagará R$ 265.389,60 à empresa prestadora do serviço.
“Por conta da quantidade limitada de intérpretes mediante a quantidade volumosa de demandas que nós recebemos, nós não conseguimos atender a todas, obviamente, nem mesmo aquelas em que os surdos estão presentes. Portanto, esse contrato de terceirização vai significar um aumento significativo, não completamente vai sanar os nossos problemas porque a gente tem muitas, muitas demandas, mas a gente vai aumentar o número de deferimento de solicitação, atendendo a um número maior de demandas”, informa Joicy Saboia, coordenadora da Coordenação de Tradução em Libras da Ufam.
Segundo a coordenadora, cada demanda deve ser atendida por pelo menos dois profissionais de Libras, o que limita ainda mais a possibilidade de atendimento às solicitações apresentadas ao setor. “A quantidade de demandas mensal varia de acordo com o período em que a Universidade está, mas, é certeza que a gente sempre vai ter de segunda a sexta-feira sala de aula [tradução em sala de aula] e também todos os meses a gente vai ter reuniões dos conselhos universitários, do Conselho Diretor da Faculdade de Letras, onde há representantes surdos e das reuniões de colegiado, todos os meses a gente recebe essas mesmas demandas. Eventualmente, a gente recebe as demandas dos eventos, dos cursos, que variam de um mês para o outro”, revelou a gestora.
A Ufam fechou o contrato por cinco meses, mas existe a possibilidade de renovação, dependendo do orçamento do próximo ano. “Nós recebemos as demandas de tradução e interpretação, a gente envia essas demandas para a empresa e ela envia os intérpretes, obedecendo ao número de 15 intérpretes. E dois ledores, que vão apoiar o presidente da Comissão de Acessibilidade, o Núcleo Eu Apoio”, finalizou a Joicy Saboia.
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