Sétima edição do Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta (Emflor) analisa as condições das mulheres da Amazônia durante a pandemia
Com o tema “Mulheres da Amazônia em tempos de isolamento e vulnerabilidade social: saberes tradicionais, desafios econômicos e resiliência”, o 7º Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta (Emflor) colocou as mulheres da região amazônica no centro de diversas discussões como trabalho, renda, economia solidária, moradia, migração e adoecimento psicossocial. Ao todo, foram três dias, entre os dias 25 e 27 de maio, com conferência de abertura, cinco mesas-redondas, sete minicursos, três rodas de conversas, painéis temáticos, apresentações culturais, oito apresentações de pôsteres, apresentações de 89 trabalhos, distribuídos em sete grupos de trabalho e expositoras mulheres.
O evento foi realizado de forma híbrida pelo Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder da Universidade Federal do Amazonas (GEPOS/Ufam) e difunde conhecimentos na temática de gênero, além de reunir estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadoras/es, lideranças do ativismo feminista, profissionais e mulheres cidadãs. De acordo com a coordenadora do evento, professora Iraildes Caldas, a sétima edição do Emflor propiciou a troca e o intercâmbio entre as universidades brasileiras e movimentos sociais de mulheres amazônicas, além de visibilizar as práticas sociais das mulheres da Amazônia.
“O Emflor deste ano trouxe a ideia de como as mulheres, em meio à pandemia, se viram obrigadas a se forjarem, de maneira mais efetiva e incisiva, para poder sobreviver. Trouxemos o ativismo das mulheres indígenas, mulheres quilombolas, mulheres da economia solidária e a novidade da sétima edição foi ter fortemente o ativismo dentro da Universidade. Esse diálogo entre o ativismo e a Ciência é uma troca de mão dupla benéfica para todos”, enfatizou.
Durante o balanço das atividades, a professora agradeceu a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), pelo apoio financeiro, ao reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), aos Programas de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura e em Serviço Social e Sustentabilidade no Amazonas da Ufam, ao Programa Interdisciplinar da Universidade Federal de Roraima, aos membros do GEPOS e todos os colaboradores e colaboradoras, de vários estados do país, que coordenaram Grupos de Trabalho.
Mulheres e o direito à moradia
A última roda de conversa do evento foi intitulada “A vulnerabilidade da moradia para as mulheres no processo social” com as participações das ativistas Cristiane Sales e Alessandra do Amaral Sales. A ativista dos Movimentos dos Direitos Humanos, Cristiane Sale, emocionada, lembrou que enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito, principalmente, depois da pandemia.
“Tratar de moradia dentro da Universidade amplia o nosso diálogo para podermos desenvolver formas de pensar os problemas relacionados à moradia. Defendemos o direito à moradia e o direito à cidade com condições dignas”, destacou.
A ativista e discente da Ufam, doutoranda Alessandra do Amaral Sales, falou da resistência das mulheres amazônicas frente ao direito à moradia. “Apesar das dificuldades ampliadas durante a pandemia, conseguimos nos apoiar e resistir. Penso que o caminho seja esse”, finalizou.
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