Ufam estuda medidas para economizar de 10% a 20% de energia e cumprir metas do governo federal
Por Sandra Siqueira
Equipe Ascom Ufam
Determinação foi publicada no Diário Oficial da União e é válida até abril de 2022
Economizar energia elétrica é sempre um bom negócio tanto pela economia financeira quanto pela atenção ao meio ambiente. Mas 2021, tornou a iniciativa muito mais do que uma boa ação, mas uma necessidade. A crise hídrica vivida no país tem obrigado as hidroelétricas - maior fonte de produção elétrica do Brasil - a trabalharem menos e, para fornecer o abastecimento necessário, as termelétricas têm sido acionadas; como possuem maior custo de produção, a conta de luz dos brasileiros está mais cara.
Para ajudar a evitar o esgotamento do sistema elétrico nacional, o governo federal determinou que órgãos da Administração Pública Federal reduzam o consumo de energia elétrica de 10% a 20% de setembro de 2021 a abril de 2022 em comparação ao mesmo período dos anos de 2018 e 2019.
Como primeira ação direcionada para o cumprimento da meta da Ufam, a administração superior instituiu, no início de setembro, uma comissão responsável pela pauta, a Cice (Comissão Interna de Conservação de Energia), com sete componentes, dentre eles, o professor Rubem Souza, como presidente. O professor também é diretor do Centro de Desenvolvimento Energético do Amazonas (Cdeam), órgão suplementar da Universidade, cuja missão é cultivar o uso racional dos recursos energéticos naturais visando o desenvolvimento socioeconômico regional, valorizando as parcerias.
De acordo com o presidente da Cice, é muito importante que todos cooperem não apenas para que a Ufam atinja a meta estipulada, mas para que o país possa atravessar a crise hídrica sem um apagão elétrico, já que o sistema de hidrelétricas é nacional. “Parte do Amazonas, a capital e alguns municípios ligados eletricamente a ela, são atendidos pelo Sistema Interligado Nacional, que atende praticamente todo o país. Portanto, o que se faz aqui reflete em nível nacional, daí o Amazonas também ser atingido por essa medida”, explica. “As medidas a serem tomadas são de responsabilidade da Ufam, embora eles [do governo federal] apresentem sugestões [no decreto]. Ocorre que várias dessas sugestões necessitam de recurso e não foi liberado recurso para as mesmas. Além disso, mesmo que houvesse recurso, demandaria um tempo longo para licitar e executar, sendo que as metas devem ser atendidas de setembro de 2021 até abril de 2022”, expôs.
O foco principal da Cice será o combate ao desperdício. Para isso, a comissão está trabalhando para elaborar uma campanha de uso racional de energia no âmbito da Universidade. “No meu entendimento essa campanha deveria estar ocorrendo há muito tempo e ser permanente, pois o custo com energia elétrica na Ufam é um dos mais altos entre seus custos operacionais”, diz o presidente. “Ainda estamos construindo a estratégia. Na quinta-feira haverá reunião com os diretores do interior e na sexta, com o diretor da TV Ufam”, revelou.
Segundo o professor Rubem, o desperdício dentro da Instituição é generalizado, ocorrendo, normalmente, em relação ao ar condicionado. A medida mais adequada, conforme o docente, seria o uso de tecnologia de ar condicionado tipo Inverter e hábitos adequados para evitar o desperdício. “Outra estratégia seria o uso de Geração Distribuída que, pode ser a solar fotovoltaica. Já solicitei informações ao CCA [Centro de Ciências do Ambiente] sobre o projeto de energia solar que estão desenvolvendo na Ufam para avaliar a contribuição para o cumprimento da meta”, contou. “O sistema de iluminação também contribui significativamente. Nesse caso, seria interessante o uso de iluminação LED e, sempre, com hábitos não perdulários dos usuários. Todas essas medidas exigem recurso e tempo para viabilizá-las. Desde o início da atual gestão, foi encaminhado para o reitor uma proposta de programa de gestão energética para a Ufam, o que possibilitará desenvolver ações diversas e continuadas no sentido de reduzir custos e mudar a cultura do desperdício”, disse.
Como a maior parte da comunidade acadêmica permanece com atividades em casa, o gestor orienta que é exatamente em casa onde as mudanças devem começar a acontecer, desde já, para que atinjam a Ufam no completo retorno às atividades presenciais. “A comunidade pode mudar de hábitos dentro de casa e assim contribuir para seu próprio bolso e para amenizar o problema nacional. Se houver essa tomada de consciência, quando retornar o presencial, os hábitos de casa poderão se refletir nas dependências da Ufam. Saliento que, para nós, por termos muita água, o problema é o preço da energia. No entanto, em outras regiões, além do preço da energia, há também o desabastecimento de água potável. Portanto, precisamos pensar para além de nossas demandas”, salientou. “O desafio é grande e exige comprometimento de todos para mitigar o problema. Trata-se de um problema com abrangência nacional e, nessa hora, deve prevalecer o bom senso e a solidariedade”, concluiu.
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