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Alto Solimões - Docentes da Ufam são as primeiras pilotas habilitadas para drones da região

Publicado: Terça, 24 de Agosto de 2021, 13h58 | Última atualização em Terça, 24 de Agosto de 2021, 14h51 | Acessos: 1303

Por Irina Coelho
Equipe Ascom/Ufam

 

As docentes Taciana de Carvalho Coutinho e Geise de Góes Canalez, ligadas ao Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal do Amazonas (INC/Ufam), localizado em Benjamin Constant, são as duas primeiras mulheres pilotas habilitadas para guiar drones na região do Alto Solimões. Elas concluíram, entre os dias 9 e 13 de agosto, o curso de pilotagem de drone (Aeronaves remotamente pilotadas classe 3-RPA), oferecido pelo Centro Gestor do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), em parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) e Comando de Fronteira Solimões/8ºBIS. 

Ao todo, foram habilitadas 24 pessoas de diferentes instituições no município de Tabatinga (AM) como integrantes da Ufam, do Exército Brasileiro, Marinha do Brasil, Aeronáutica, Polícia Federal, Polícia Militar do Estado do Amazonas, Polícia Civil, Bombeiro Militar do Estado do Amazonas e Universidade Estadual do Amazonas. O curso foi realizado com sete drones, três deles ligados à Ufam, sendo um do Projeto do Parque Científico e Tecnológico do Alto Solimões e dois do Projeto Observatório do Alto Solimões (FAPEAM). De acordo com a docente da Ufam, professora Taciana de Carvalho Coutinho, o curso habilita tanto para pilotagem como para reprodução. 

“A nossa ideia é que, futuramente, a gente possa replicar o curso para que tenhamos mais pessoas habilitadas na região. Temos trabalhado com essa aproximação entre as instituições e essa foi uma experiência muito válida para colocar isso em prática”, explicou. A docente falou ainda que durante o curso houve a simulação de diversas situações, inclusive, simulações embarcadas. “Fizemos treinos de pilotagem com diferentes pontos de partidas e um deles foi dentro da embarcação da Marinha do Brasil. Esse foi um pedido da Ufam porque a nossa ideia é trabalhar com mapeamento e georeferenciamento e na maioria das vezes estaremos embarcados”, disse.

A professora  Geise de Góes Canalez lembrou sobre a experiência de ser uma das duas mulheres da turma e como o curso irá ajudar na construção das pesquisas em geoprocessamento. “Infelizmente, a área de Engenharia, ao qual faço parte, a presença de mulheres, desde o início da minha graduação, sempre foi em menor quantidade. Além disso, algumas das áreas que eu desenvolvo pesquisa dentro da Engenharia Florestal também têm uma carência da ocupação das mulheres. Neste curso não foi diferente, mas, diferente de outros espaços, nós fomos muito bem acolhidas, com tratamento igualitário, no sentido de oportunizar nossas experiências, práticas e esclarecimentos. Posso dizer que a presença de mulheres no curso oferece condições de entendimento aos demais estudantes e instrutores do protagonismo e presença das mulheres em todos os espaços”, destacou.

A professora disse também como o curso vai ajudar nas pesquisas desenvolvidas na região. “Essa é uma tecnologia de ponta fundamental para os processos, estudos e coleta de dados com o uso de Geotecnologia. Somos do interior do Amazonas e por meio de um esforço coletivo, via submissão de projetos do INC, pudemos adquirir os equipamentos. A partir de então, buscamos parcerias e possibilidades de participarmos, no Alto Solimões, com várias instituições, de um curso de pilotagem de drone. Lembramos que não é importante somente para nossas pesquisas, mas para todo um coletivo que tem uma rede de colaboradores. Para a gente, teremos uma precisão nas nossas coletas de dados, disponibilização de imagens, além dos registros de eventos sazonais com uma precisão significativa, por meio das fotografias aéreas. As nossas pesquisas, com os equipamentos e o treinamento, são colocadas no rol de pesquisas de ponta com o uso de novas tecnologias”, destacou a docente.

O curso

O primeiro sargento do Exército Brasileiro, Darlô Barbosa da Silva Sobrinho, do Centro Gestor do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), explicou que o curso ministrado em Tabatinga teve como objetivo capacitar os alunos quanto a legislação vigente, em relação a operações com drones, e também capacitá-los para permitir que eles executem operações com drones de maneira segura, tanto para o operador quanto para a aeronave. “ O curso é relevante para região porque os ilícitos ambientais e de outras natureza poderão ser combatidos de maneira mais eficaz, tendo em vista que o drone acessa áreas e locais onde os seres humanos não conseguem acessar. Por exemplo, um desmatamento mais afastado da calha do rio, para quem está passando na calha do rio não é possível ser percebido, mas se decolar o drone é possível. Além disso, há a possibilidade de assistir populações ribeirinhas, no sentido de planejamento com insumos para agricultura e melhorias para essas populações que vivem à margem dos rios amazônicos. A troca foi muito enriquecedora, eu levo informações sobre operações, configurações e pilotagem de drone, mas eu também ganho muita experiência com relação às demandas e necessidades da região” disse.    

De acordo com o subtenente do Exército Brasileiro, Jaime Dias dos Santos, diretor do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) na cidade de Tabatinga, os alunos foram qualificados para fiscalizar e monitorar a Amazônia brasileira, por meio de aeronaves remotamente tripuladas, combate a crimes transfronteiriços, patrulhamento ostensivo, busca e salvamento e mapeamento de locais remotos. “O Cetam se sente muito orgulhoso em poder participar de atividades como essa, que nos colocam na vanguarda dos problemas relacionados ao vazio tecnológico que nós temos, além de servir como difusor de assuntos relacionados à tecnologia”, ressaltou.

No que se refere ao treinamento de pilotagem de drones embarcados, o capitão dos Portos de Tabatinga  (Marinha do Brasil), capitão de Fragata Fabio Magnago, não cabe mais trabalhar sem observar as capacidades e necessidades de expressões do poder nacional. “O poder naval é parte da expressão militar como a Ufam é parte da expressão científico-tecnológica. Orientado pelo Comandante da Marinha, nós temos ações estratégicas navais e a número um é, justamente, intensificar a presença naval nas Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), em especial na região amazônica. A parceria com outras instituições, e em especial com a Ufam, vem demonstrando que juntos podemos fazer mais para atingirmos metas mais ousadas. Nós possuímos os meios navais e a Ufam, com os seus drones, irá permitir a manutenção do pessoal da CFT qualificado e ao mesmo tempo, as mesmas imagens utilizadas para suas pesquisas e ensino, nos fornecerão dados importantes para as nossas análises militares”, enfatizou.

O coronel Robson Morais, comandante do Comando de Fronteira Solimões/8ºBIS, disse que o curso possibilitou não só a capacitação de companheiros voltados para esse tipo de tecnologia de observação, mas também a integração entre as instituições e órgãos de Tabatinga (AM). “A troca de experiências entre todos os participantes só fortalece o que temos no nosso município que é essa grande parceria e integração”, finalizou. 

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