Estudante de Geografia da Ufam vence concurso de poesia
Por Sandra Siqueira
Equipe Ascom Ufam
Vitor Gusmão, estudante do 3° período do curso de Geografia noturno, recebeu na última sexta-feira, 18, o troféu Iracema Paula Ribeiro pelo primeiro lugar no 17° Concurso Estudantil de Poesia do Festival de Cenas Teatrais (Fescete). Realizado anualmente, a competição tem o objetivo de incentivar a escrita poética de estudantes de escolas e universidades, além de estimular a criatividade e premiar as melhores poesias inscritas.
Dividido em quatro categorias, ensino fundamental I e II, Ensino Médio e Ensino Universitário, o concurso de poesia é uma das atividades do Fescete, que premia os melhores festivais teatrais do País e é organizado pela escola de teatro Tescom em parceria com a Prefeitura Municipal de Santos (SP).
Vitor Gusmão ganhou o troféu na categoria Ensino Universitário, com o poema "Antepassados", sendo o único amazonense a figurar entre os vencedores de todas as categorias do concurso de poesia nesta edição. "Acredito que esta é uma conquista muito importante e mais um grande passo nessa carreira literária que eu quero seguir", disse o estudante. "Fiquei muito feliz em ter ganho este prêmio porque eu já ganhei destaque no Sarau Brasil 2020 e no prêmio Poetize, da Editora Vivara, mas esta é a primeira vez que eu alcanço o primeiro lugar em uma premiação, então, isso é muito especial para mim", revelou o graduando de 25 anos.
Na poesia vencedora, Vitor destaca a cultura amazônica em uma mescla com a própria história de sua família. "Quando eu comecei a escrever, aos 10 anos, eu era muito inspirado na música. De 2018 para cá, embora eu ainda tenha essa influência da música, eu passei a ler mais autores de poesia, então, já tenho também uma referência literária. Eu gosto muito da Cecília Meireles, do Fernando Pessoa e da Florbela Espanca", conta o jovem escritor.
Confira a seguir a poesia vencedora:
Antepassados
Sou a árvore da semente que
cresceu com as raízes
dos meus antepassados
Sou a flor que brotou
com o suor da caminhada
quente, percorrida pelos
meus ascendentes
Sou o fruto que se deu com
as batalhas da vida difícil,
das origens dos meus precursores
Sou o filho do farinheiro, do marceneiro
e do industriário, sou neto do pescador
que trouxe até a mesa como alimento,
o famoso tambaqui assado.
Sou a canoa que o canoeiro rema,
O pescador que quer pescar o peixe,
A tarrafa e a malhadeira jogadas
dentro do rio junto com o anzol
Sou uma gota de sangue
dos portugueses, dos peruanos,
dos povos indígenas nativos,
do vizinho paraense,
do nordestino cearense
que fugiu da seca e da fome
Sou o poeta que herdou
O dom de escrever poesia,
O dom que foi deixado pelos
meus tios Antônio e Teodoro
Sou o caboclo amazonense
que assim como os meus ascendentes,
respinga o suor que escorre pelo rosto
com o corpo todo ensopado
depois de uma chuva de mormaço.
Sou a árvore da semente que
cresceu com as raízes
dos meus antepassados
Sou a flor que brotou
com o suor da caminhada
quente, percorrida pelos
meus ascendentes
Sou o fruto que se deu com
as batalhas da vida difícil,
das origens dos meus precursores
Sou o filho do farinheiro, do marceneiro
e do industriário, sou neto do pescador
que trouxe até a mesa como alimento,
o famoso tambaqui assado.
Sou a canoa que o canoeiro rema,
O pescador que quer pescar o peixe,
A tarrafa e a malhadeira jogadas
dentro do rio junto com o anzol
Sou uma gota de sangue
dos portugueses, dos peruanos,
dos povos indígenas nativos,
do vizinho paraense,
do nordestino cearense
que fugiu da seca e da fome
Sou o poeta que herdou
O dom de escrever poesia,
O dom que foi deixado pelos
meus tios Antônio e Teodoro
Sou o caboclo amazonense
que assim como os meus ascendentes,
respinga o suor que escorre pelo rosto
com o corpo todo ensopado
depois de uma chuva de mormaço.
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