Edua – Docentes podem publicar livros pelo selo Memorial
Docentes que defenderam Memorial Acadêmico para ascender à classe de professor titular, último nível da carreira, podem publicar suas trajetórias pessoais e intelectuais pela Editora da Universidade Federal do Amazonas (Edua/Ufam). O material é recebido em fluxo contínuo para o tratamento editorial e, em seguida, ele é disponibilizado em formato digital no repositório institucional.
O primeiro título já está disponível. Trata-se de ‘Trajetórias de vida e Antropologia’, do professor Sérgio Ivan Gil Braga, do Departamento de Antropologia Social. Nele, o docente conta sua trajetória desde o Rio Grande do Sul, sua chegada na Ufam e o seu trabalho desenvolvido na instituição. “Defender e publicar o Memorial Acadêmico é uma experiência que nos permite retornar ao que foi feito durante a carreira, registrar de forma pública e socializar, em um só lugar, a nossa trajetória profissional. São quase três décadas de trabalho na Ufam e o selo Memorial nos estimula a olhar para trás, retomar alguns pontos e seguir planejando as próximas pesquisas”, enfatiza.
A Editora trabalha em mais três títulos a serem lançados até o fim do ano. De acordo com o diretor da Edua, professor Sérgio Freire, Memória e História estão intimamente ligadas e a trajetória dos docentes é, também, a história da própria Instituição. “Preocupada com o registro dessas histórias e com a necessidade de divulgação para a sociedade, a Editora da Ufam criou o selo Memorial, como parte das publicações dos 110° anos da instituição. Reiteramos o convite aos professores titulares para que submetam seus memoriais para publicação”, destaca.
O professor Sérgio Freire lembra, ainda, que registrar a produção intelectual é um dos principais objetivos da Editora e essa produção não se faz sem sujeitos. “Registrar a história das pessoas que produzem conhecimento sobre a região é uma forma de cumprir o compromisso social de devolução à sociedade do investimento que ela faz na universidade”, finaliza.
Os livros ficam disponíveis para download gratuito no repositório institucional e podem ser acessados no site Edua Digital.
Contracapa do livro ‘Trajetórias de vida e Antropologia’
Muitos antropólogos já falaram sobre a relação entre antropologia e antropólogo, vida pessoal que se modifica com a experiência etnográfica, com o exercício de alteridade e o conhecimento de outras culturas humanas. Lembrando as palavras de Eduardo Viveiro de Castro, no texto “O nativo relativo”, o autor reflete sobre o fazer antropológico, ao dizer que este implica sempre o estabelecimento de “relações sociais” e a produção de “conhecimento”.
Procuro rememorar 'representações passadas', escrever sobre uma espécie de 'filme' que volta à minha cabeça, começando pela capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, e depois em Manaus, Amazonas. Dizer como o Sul do Brasil contribuiu para a minha formação, para o início da minha profissionalização e para o primeiro passo da carreira acadêmica no Magistério Público Federal. O Norte, portanto, representou renascimento, outra vida que se abriu diante dos meus olhos.
Neste exercício de rememoração, procuro reunir experiências pessoais e ações ou atos de conhecimento, com viés antropológico. Com a finalidade de compor um texto. Muito do que escrevi neste livro representa um exercício reflexivo, de retomar relatórios de trabalho, etnografias de viagem, notas de observação de campo e outros registros esparsos. Em alguns momentos, retorno textos já publicados, mas sem me furtar da reflexão, sobre o que escrevi e publiquei. Um esforço de memória depois de muitos anos, procurando inclusive produzir uma espécie de reflexividade das minhas experiências pessoais e de trabalhos realizados no passado.
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