Nota de Pesar - Amazonas perde 'maestro das águas', professor emérito da Ufam, Nivaldo Santiago
A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) lamenta, com grande pesar, o falecimento do maestro e professor emérito Nivaldo Santiago, ocorrido neste domingo (04), em Minas Gerais.
Nascido no Amazonas, Nivaldo Santiago deu contribuição inestimável às artes em nosso estado e nossa universidade, tendo sido o responsável pela transformação do Conservatório de Música Joaquim Franco em unidade acadêmica da então Universidade do Amazonas (UA), em 1968, um marco de extrema importância na história da atual Faculdade de Artes.
O compositor e regente também é reconhecido por seu papel no desenvolvimento do canto coral no país: em 1956, fundou o Coral João Gomes Jr., em atividade até hoje; criou o Coral Universitário do Amazonas, na década de 1970; além de orquestras e coros em São Paulo e no Pará.
Neste momento de dor, a direção da Faartes e toda a sua comunidade universitária rendem homenagens ao legado do maestro Nivaldo Santiago e desejam conforto à família e aos amigos deste grande artista.
TRAJETÓRIA
Nivaldo de Oliveira Santiago nasceu no dia 14 de julho de 1929. Foi professor de música, compositor e regente. Graduou-se em piano pela Faculdade de Música Carlos Gomes, em São Paulo, estudou órgão em Bolonha, na Itália, onde teve a oportunidade de se apresentar com conjuntos vocais e instrumentais.
No Brasil, foi aluno de Angelo Camin, formador de uma geração de organistas, na cidade de São Paulo. Especializou-se em Musicologia, sob orientação do professor Macário Santiago Kastner, em Lisboa, Portugal, como bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian. Frequentou cursos de composição, regência coral e orquestral com João Gomes Jr., Emerich Csamer, Fritz Iöede e Michel Corboz, no Brasil e no exterior.
Na Ufam, Nivaldo Santiago dirigiu o Setor de Artes, hoje Centro de Artes (CAUA). Juntamente com sua esposa, professora Maria do Socorro de Farias Santiago, também foi o responsável pela criação do curso de licenciatura em Educação Artística, em 1980. Em 2014, o Conselho Universitário concedeu ao maestro o título de professor emérito por sua trajetória na Música da região Norte.
O professor Jackson Colares, autor da propositura, lamentou a perda. "Hoje perdemos além de um grande maestro, perdemos um professor de muitas gerações de músicos, de professores e de cantores. Perdemos um amazônida valoroso que lutou pelo reconhecimento de nossa cultura e da música coral no Brasil. Foi ele o fundador do Coral Universitario a 49 anos atrás, foi também o criador do primeiro curso de graduação na área de arte no Amazonas, “ a Licenciatura Plena em Educação Artística”, criando oportunidades para inúmeros jovem que pretendiam investir e trilhar pelos caminhos das artes. Perdemos o nosso Professor Emérito!!!! Ficam as lembranças, as oportunidades criadas e os ensinamentos", salientou.
Para a diretora da Faculdade de Artes, Rosemara Staub de Barros, o maestro Nivaldo Santiago significa a história das artes na Ufam. "Compositor, regente, arranjador musical e professor de Música, buscou estratégias para que pudéssemos ter o primeiro curso de licenciatura em Educação Artística na UA. Criou o Coral Universitário e dirigiu o Setor de Artes na década de 1970
Seu legado administrativo está aí, a Faculdade de Artes com varios cursos em funcionamento. Como compositor, deixa uma linda história da música do Amazonas que nossa missão será a propagação da sua criatividade musical", considerou.
O reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, declarou profundo pesar pela partida do professor emérito, Nivaldo Santiago, o 'maestro das águas'.
"Muitas são as suas contribuições culturais e acadêmicas para a nossa Amazônia. Fomos agraciados por termos podido viver seu legado e sermos, como comunidade universitária, beneficiados com seu amor pela música, seja pensado nos espaços ou pela obra do artista. A ele toda nossa gratidão e respeito. À família e aos amigos, nossas condolências", disse.
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