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Ufam debate desafios da gestão universitária contemporânea durante I Congresso virtual da Andifes

Publicado: Quarta, 17 de Junho de 2020, 14h26 | Última atualização em Quarta, 17 de Junho de 2020, 14h46 | Acessos: 1398

Por Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam

 

A importância da pesquisa e da pós-graduação em tempos de pandemia na Amazônia, os caminhos para prosseguir com a educação em tempos de pandemia e as desigualdades na EaDerizaçao do Ensino foram os temas debatidos pelos docentes e técnicos da Ufam durante o evento on-line

 

Ao apontar a necessidade de transformação das políticas educativas, o retorno seguro das atividades acadêmicas presenciais  e a inclusão digital como grandes desafios da gestão universitária nesses tempos de pandemia, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) levou suas contribuições ao I Congresso da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). 

 

Reforço da autoridade da ciência 

Na Roda de Conversa virtual “A importância da pesquisa e da pós-graduação em tempos de pandemia na Amazônia”, mediada pelo diretor do Departamento de Pesquisa da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Ufam (Propesp), professor Jamal Chaar, a pró-reitora de Pesquisa e pós-graduação da Ufam, professora Selma Baçal, e a docente titular do Departamento de Ciências Sociais da Ufam, professora Marilene Corrêa, ressaltaram o reforço da autoridade da ciência no cenário de pandemia. “Pelo esforço redobrado nesses tempos de pandemia, a ciência e os cientistas ganharam importância para além das crenças e convicções políticas e ideológicas e esse reconhecimento é algo que ainda não tínhamos visto na passagem do século XX para o XXI”, observou a professora Selma Baçal. 

 

Tendências 

A professora Marilene Corrêa vislumbra as tendências de articulação interdisciplinar no cenário pós-pandemia. “É a primeira vez que uma pandemia atinge, simultaneamente, o ensino, a pesquisa, a extensão, a vida escolar e a economia mundial. A autoridade da ciência foi reforçada por esse cenário de pandemia e a Universidade, nesse contexto, é o intelectual público coletivo. No cenário pós-pandemia, nós, cientistas, somos portadores da missão intelectual de transformação das políticas educativas. Estávamos numa tendência extremamente verticalizada de campos disciplinares e algumas áreas devem continuar com esse perfil, mas a tendência é a constituição de uma nova inteligência de articulação, com a composição de equipes interdisciplinares,  como já é feito por avançados Institutos de pesquisas, como os da França e da Inglaterra”, destacou a professora Marilene Corrêa. 

 

Educação em tempos de pandemia 

O impacto da pandemia na vida da comunidade acadêmica da Ufam, as atividades remotas no período de isolamento social e o retorno do calendário acadêmico foram os temas debatidos na Roda de Conversa “Ufam em Foco: Como prosseguir com a educação em tempos de pandemia?”. 

Mediada pela professora Maria Gracimar Pacheco de Araújo, do ICB, a Roda de conversa teve como debatedores o pró-reitor de Ensino de Graduação, professor David Lopes Neto, e a docente do Instituto de Ciências Biológicas da Ufam, professora Jerusa Araújo Faria. 

Durante o debate, o pró-reitor destacou o planejamento de um retorno seguro às atividades presenciais como uma das principais preocupações da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg). “A pandemia é um cenário de incertezas e tem impactos diferentes na nossa comunidade, aprofundando desigualdades, gerando novas desigualdades sociais e econômicas. A Proeg tem buscado dialogar com todas as Unidades Acadêmicas, pois, para pensar em prosseguir, precisamos ter a certeza de que esse prosseguimento será seguro. Somos vidas e vidas importam. Então eu acredito que primeiro temos que cuidar das vidas para que, então, possamos pensar no ensino superior de qualidade, o que não diminui minha preocupação com a possibilidade de evasão, com a descontinuidade da aprendizagem, problemas que levamos para nossa mesa para fazer o planejamento pedagógico de retorno”, enfatizou o pró-reitor.

 

Atividades remotas 

A professora Jerusa Faria ressaltou as atividades remotas realizadas  durante a suspensão das atividades presenciais na Ufam. “A Universidade não parou. Dado o avanço tecnológico, sabemos que o ambiente virtual está sendo utilizado para tudo, mas ao mesmo tempo temos expostos os graves problemas de acessibilidade à Internet por nossa comunidade. Para contornar essa situação, investimos nas atividades sugeridas remotamente que priorizam a indicação de livros, apostilas, o que mantém a continuidade dos estudos dirigidos”, ressaltou a docente e pesquisadora.  A Roda de Conversa exibida no Congresso da Andifes é uma realização do Subcomitê do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) de enfrentamento da Covid-19.

 

EaDerização do Ensino

Mediada pelo psicólogo Vinicius Padilla, a Roda de Conversa “EaDerização do Ensino e Assistência e regionalização: as desigualdades são as mesmas, mas as soluções não” teve como debatedoras a pró-reitora de Gestão de Pessoas da Ufam, administradora Vanusa Firmo, a diretora do Departamento de Assistência Estudantil da Ufam, pedagoga Mônica Barbosa, e a assistente social Waldriane Nascimento. 

Durante a Roda de Conversa, a pró-reitora de Gestão de Pessoas elogiou a iniciativa da Andifes em promover seu primeiro congresso virtual e destacou as dificuldades de trazer a virtualização das atividades da Universidade em sintonia com o novo cenário trazido pela pandemia. “Nada parou. Estamos há 90 dias em trabalho remoto. Nossas atividades de ensino presenciais estão suspensas, mas quem está em atividade remota sabe as dificuldades que estão envolvidas. Diante desse contexto, precisamos pensar em um novo planejamento institucional. Temos setores na Universidade em que as atribuições são, necessariamente, presenciais. Como virtualizar áreas assim? São alguns dos desafios postos”, ressaltou a gestora.

 

Assistência estudantil é permanência na Universidade 

A diretora do Departamento de Assistência Estudantil da Ufam, pedagoga Mônica Barbosa, resgatou o histórico da assistência estudantil no Brasil e enfatizou que, sem esse apoio financeiro, muitos estudantes não conseguiriam se manter na Universidade. “A assistência estudantil tem sua origem no final dos anos 1920. Tem uma história marcada por muitas dificuldades, desafios e mobilizações sociais, mas também é uma história de conquistas para que estudantes em situação de vulnerabilidade econômica possam concluir seus cursos de graduação em tempo regular. Para os estudantes brasileiros, a assistência estudantil é fundamental, para a Região Norte, que tem os estudantes com o maior índice de vulnerabilidade econômica, a assistência estudantil é imprescindível. Sem esse apoio financeiro para se alimentar, comprar o básico de materiais didáticos ou  pagar um aluguel, muitos estudantes conseguiriam acessar a Universidade, mas não conseguiriam nela permanecer”, ressaltou a diretora. 

 

Cautela

A assistente social Waldriane Nascimento destacou que, ao buscar soluções para ofertar atividades acadêmicas diante das incertezas trazidas pelo cenário de pandemia, é preciso ter cuidado ao adotar bruscamente a educação a distância. “Temos que ter cautela ao flertar com a educação a distância, que é diferente de ensino remoto. Acredito que esse tipo de formação adotado de forma brusca, sem os grandes investimentos necessários, pode precarizar o ensino e ter influência ruim na permanência do alunado, muito por conta da exclusão digital, vez que os alunos em vulnerabilidade econômica não possuem os mecanismos necessários ao acesso de qualidade ao ensino, o que também pode ocasionar a negação ao direito a uma educação pública, gratuita, de qualidade e presencial, que é algo que temos que remarcar nesse momento”. 

 

Programação 

O I Congresso da Andifes continua nesta quinta-feira,18, a partir das 8h, com a Plenária Nacional, ocasião em que todas as universidades, colégios e fóruns expõem as conclusões e apresentam uma síntese das respectivas reuniões do dia anterior. Às 17h, haverá uma conferência com o professor Roberto Romano, docente aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp.

Confira a programação completa do Congresso em http://200.130.76.63/congresso/index.php/programac

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