Reitor destaca papel das Universidades no mundo pós-pandemia durante Websimpósio alusivo ao Dia Mundial do Meio Ambiente
Por Márcia Grana
Equipe Ascom Ufam
Promovido pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE/AM), evento on-line reuniu mais de 15 conferencistas nacionais e internacionais, que abordaram temas como a necessidade urgente de melhorar a qualidade do ar e o conceito de cidades resilientes.
Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE/AM) promoveu o “ Websimpósio Desafios da Sustentabilidade pós-pandemia: reflexos na agenda global dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. Coordenado pelo Conselheiro de Contas Júlio Pinheiro, o evento foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do TCE/ AM e traduzido simultaneamente para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), inglês e espanhol.
Compromisso com as gerações futuras
Durante a abertura do evento, o presidente do TCE/AM, conselheiro Mário de Mello, destacou a competência dos Tribunais de Contas para assegurar a preservação do meio ambiente e ressaltou que a iniciativa de promover o Websimpósio é um compromisso da instituição com as gerações futuras. “A pandemia de covid-19 colocou a humanidade de joelhos, no mesmo patamar de riscos, atingindo todos, sem qualquer distinção e, nesse momento em que a humanidade sofre, desejo prestar minha solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos para a doença. São imensos os desafios para a humanidade e o enfrentamento deles convoca a uma mobilização global. O TCE/AM, consciente de seu papel como órgão de controle e tendo a tecnologia como aliada, propôs essa discussão acerca dos desafios pós-pandemia. Que todos, em 2030, possamos apresentar indicadores satisfatórios para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas”, discursou o presidente do TCE/AM.
Corregedor da Corte de Contas e coordenador do evento, o conselheiro Júlio Pinheiro destacou que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável só serão atingidos se as instituições superiores de controle se engajarem fortemente. “Os objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas só serão alcançados se os órgãos superiores de controle como Tribunais de Contas, Poder judiciário, Universidades, Governos e sociedade em geral se engajarem fortemente para o cumprimento desses objetivos. Do contrário, nada acontecerá”, declarou.
O reitor da Ufam, professor Sylvio Puga, e o reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), professor Cleinaldo Costa, participaram como debatedores do Websimpósio, fazendo perguntas aos conferencistas. Em seu pronunciamento, o professor Sylvio Puga ressaltou a importância das universidades no mundo pós-pandemia. “As universidades terão papel fundamental na nova realidade a ser enfrentada no Brasil e no mundo após a covid-19. Estamos sempre prontos para os novos desafios”, declarou o reitor da Ufam.
Conferencistas
O Ministro do Superior Tribunal de Justiça Herman Benjamin, o senador da República pelo Estado do Amazonas, Eduardo Braga e o autor da obra 'Sustentabilidade: direito ao futuro', professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Juarez Freitas, foram alguns dos conferencistas do Websimpósio.
Defesa da Zona Franca
O uso sustentável das florestas à luz da legislação brasileira foi o tema abordado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça Herman Benjamim. Em sua apresentação, ele defendeu a Zona Franca de Manaus como importante investimento em sustentabilidade. “O maior investimento em sustentabilidade da floresta no mundo não são os três bilhões de dólares que a Noruega doou para o Brasil ou os quinhentos milhões de dólares que a Alemanha investiu para combater o desmatamento na área mas o fortalecimento da Zona Franca de Manaus. Minha conclusão maior no tema que me foi dado não é jurídica, mas geopolítica, democrática, de preocupação com a sorte da Amazônia”, ressaltou o ministro.
Qualidade do ar em pauta
Autor da obra “Sustentabilidade: direito ao futuro”, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, doutor Juarez Freitas, chamou a atenção para a necessidade de melhoria da qualidade do ar e destacou que a utilização de fontes de energias renováveis são a tendência em detrimento da utilização da energia fóssil. “Todos devemos estar preocupados com a pandemia, mas todos devemos estar muito preocupados com a qualidade do ar. Temos que colocar em pauta urgentemente a questão do ar limpo e descontaminado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, em 2016, foram quatro milhões de mortos prematuros pela poluição do ar e que novecentas mil crianças morreram pela poluição do ar e isso se repete todos os anos, mas como não colapsa os hospitais, não é dada a devida importância ao problema. Precisamos adotar medidas para a melhoria da qualidade do ar. É uma questão de sobrevivência. Não faz sentido, por exemplo, que os carros ainda sejam movidos à combustão quando podem ser elétricos. Temos que ter medidores de qualidade do ar instalados nas cidades para que a sociedade tenha consciência do quão poluído ou saudável é o ar que respira”, declarou o intelectual.
Mundo pós- pandemia
Durante seu pronunciamento, o senador Eduardo Braga compartilhou como acredita que o mundo será após a pandemia de covid-19. “Acredito que o mundo pós-pandemia será mais solidário e mais amigável dos pontos de vista econômico, social e ambiental. Como o desmatamento pode gerar mais pandemias, tão graves quanto a atual, é preciso fazermos todos entenderem que árvores valem muito mais em pé para a humanidade do que derrubadas, e isso pode ser realizado, por exemplo, através do pagamento de serviços florestais aos guardiões da floresta”.
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